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Olá Miguel,
Algo que me deixa triste é o facto da petição pela acessibilidade electrónica ainda não ter tido qualquer resultado prático. Os partidos foram unânimes a reconhecer a sua importância, mas por diversos factores o certo é que nada evoluiu, e algumas das medidas teriam um custo reduzido. Sei que a ACAPO está também a tentar pressionar o parlamento a avançar com medidas resultantes da petição, mas já estive bem mais optimista.
Eu penso que um papel cada vez mais importante que as associações, nomeadamente a ACAPO tem de assumir é o papel reivindicativo e representativo das pessoas com deficiência visual, mas sempre com uma postura ponderada, construtiva e positiva.
De todo o modo, cada um de nós também tem um papel importante a desempenhar. Por um lado pode-se ajudar/pressionar as associações a exercer o seu papel, mas por outro lado também devemos agir directamente, individualmente ou em grupo, fazendo chegar às entidades competentes as nossas revindicações/sugestões.
Por exemplo, não podemos apenas queixar-nos que as páginas da Internet são inacessíveis e que as associações e os governos deviam fazer algo. Nós também podemos agir, contactando directamente as páginas em questão. Claro que este tipo de acções tem uma eficácia baixa, mas se fossemos muitos a fazê-lo e com maior frequência, certamente começava-se a ver resultados. Em muitos casos as inacessibilidades são provocadas apenas por ignorância, por não conhecerem a realidade dos cegos. Cabe-nos também a nós chamar atenção para essa realidade.
Muito bem, Filipe,
há muitas coisas possíveis e até bem simples e baratas. Todas as que aqui apresenta são boas ideias.
Porque não as envia à ACAPO, para serem discutidas com as entidades responsáveis? É uma associação representativa e que deve ter impacto. Escrever aqui pode não chegar a lado nenhum...
ML
Olá Daniel, quero lhe dizer que concordo com tudo o que você diz e desde já o meu muito obrigado pelos esclarecimentos sobre as obrigações em matéria de acessibilidade na televisão, mas apenas reforça a minha ideia sobre o papel das associações que se devem preocupar mais com as coisas que fazem falta as pessoas e deixarem-se de desfolhar a árvore quando precisamos de cuidar do tronco.
No caso em concreto as televisões privadas cuidaram de logo ir para tribunal para se defender daquilo que não queriam fazer. E as associações o que fizeram? Será que pelo menos a ACAPO não deveria ter recorrido da decisão do tribunal, ou fazer aquilo que vocês já fizeram anteriormente, com uma petição ou coisa parecida, ou seja, levar ao parlamento as recomendações que a ERCS tinha feito e transformá-las em lei.
Um forte abraço e mais uma vez muito obrigado.
No que diz respeito à televisão e ao papel da ACAPO, pelo que vem vindo a público, penso que tem sido positivo.
A ACAPO já alertou para estes problemas como se vê na notícia: http://www.lerparaver.com/node/8874
A questão é que as obrigações existentes resultam de um programa plurianual aprovado pela Entidade Reguladora da Comunicação Social. Para além de não ter força de lei, as televisões privadas conseguiram em tribunal, que deixasse de ser aplicado, pelo que o recurso para tribunal neste caso de pouco valeria.
De todo o modo, concordo que no geral as associações podem e devem ter um papel muito mais importante a estes níveis, mas muitas vezes a questão que me coloco, é que será que todos os cegos querem uma verdadeira inclusão social? Tenho dúvidas disto quando vejo na conjuntura actual alguns a defender não a igualdade no acesso e manutenção do emprego, mas antes a reforma aos 55 anos.
Mais importante do que lutar por medidas de discriminação positiva, algumas demasiado discriminatórias, é lutar pela igualdade de oportunidades e direitos, deixando apenas as medidas de descriminação positiva para os casos verdadeiramente justificáveis, quando não é possível atingir a igualdade de outra forma. Não é possível exigir igualdade de direitos e ao mesmo tempo exigir discriminações positivas pouco justificáveis.
Olá Filipe, em primeiro lugar quero te parabenizar pelo excelente artigo que escrevestes, este toca com muita precisão nas varias dificuldades que um cego encontra na sua vida.
Mas contudo gostaria de deixar mais uma acha para esta reflexão, que é a seguinte, qual o papel das associações que nos representam na melhoria dos problemas que tu levantastes.
A ACAPO o que é que faz para que estas coisas melhorem? Por exemplo, na questão a que tu te referes das televisões a única coisa que se sabe é que eles participaram num grupo de trabalho mas resultados nada .. Será que não está na hora de a ACAPO com o seu gabinete jurídico e mesmo juntando alguns dos seus associados que até são advogados se começar a por esta gente toda que não cumpre com as leis deste país em tribunal, mesmo sabendo que os resultados demoram uma eternidade? Ou será que por a ACAPO ser a associação que maior número de sócios tem e por consequência mais subsídios recebe não lhes convém falar muito para que não perca dinheiro
Um forte abraço e continua assim a levantar questões, que nós precisamos de pessoas como tu.
Miguel Carvalho
Viva a todos, na verdade creio que muitas poucas pessoas se podem alegrar da situação que ocorreu. Se de facto existe uma concorrência sã e leal no mundo das ajudas técnicas, deve-se ao facto de pessoas como o Rui fontes, o Aquilino o António Silva e muitos outros trabalharem e saberem trabalhar com as pessoas. Não ao facto de empresas monipolizadoras que tentam derrubar tudo e todos estarem no mercado, sem deixar que outros possam fazer um serviço de qualidade, voltado ao cliente. Quanto a traduções, não vou falar muito, pois não as utilizo, embora reconheça que muitas pessoas prefiram utilizar uma versão traduzida em relação a uma versão original. Este capítulo no mundo das ajudas técnicas, só agora começou a ser escrito, e muita tinta irá por certo correr, mas creio que quem fica mais prejudicado, em última análise, será o utilizador final, pois tudo indica que os preços aumentarão, a qualidade do serviço deixará muito a desejar e toda a rede comercial de sã concorrência, criada por pessoas que já mencionei, terá menos uma opção para trabalhar, prejudicando em todo o caso, o utilizador final... E traduções, que ao menos sejam de qualidade, testadas e sem serem google traduções, porque para isso quem precisar, também pode utilizar o serviço sem que ter que pagar mais para a utilização. No entanto, sejam todos bem-vindos ao monopólio do dinheiro.
Uma excelente notícia, neste contexto de aperto financeiro. Vamos lá todos trabalhar para aproveitar bem estes dinheiros. Esperemos que não fique na gaveta sem regulamentação.
Olá Pessoal,
Essa página é antiga, mas eu resolvi comentar mesmo assim. Eu tenho 14 anos e estou gostando de um amigo meu que é deficiente visual. O problema serão meus pais não deixarem por achar que é muita responsabilidade para mim, mas acontece que eu gosto muito mesmo dele. Os meus amigos dizem que não tem preconceito e tudo mais, mas eu vejo como eles falam dele e me sinto mal. E eu também fico insegura de falar que gosto dele por ele ficar pensando nas diferença entre nós. O que vocês acham que eu devo fazer?
Sobre acessibilidade muito se pode idealizar, precisamente porque é um assunto de civilização. É uma resposta moderna para velhos problemas. Existe alguma sensibilidade política, mas os políticos não gastam dinheiro senão consigo mesmos. Quando algo se faz, é ineficaz para os supostos benficiários finais, mas pelo meio e pelos meios há sempre quem se remunere bem, porque, já se sabe, não há almoços de graça.
O que se fez no Metro em Lisboa a pensar nos seus utilizadores cegos, por exemplo, foi um excelente negócio para uma firma belga, alegadamente especializada na matéria e representou facturação para a entidade que produsiu em relevo a respectiva sinalética. As pessoas cegas só foram consultadas sobre a utilidade das inovações introduzidas depois do (negócio fechado).
O discurso político e a sensibilidade social parecem ser animadoras, mas é só uma corzinha na nova cosmética da propaganda político-partidária, no markting em favor do prestígio de empresas obrigadas à responsabilidade social por conveniência fiscal.
A despeito de opiniões dispendidas publicamente e da própria legislação sobre barreiras arquitectónicas homologada há mais de uma década, talvez em nome da criatividade, os senhores arquitectos que conceberam o átrio da estação de Metro da Baixa Chiado, tiveram a bizarra e piramidal ideia de mandar fazer paredes que não são verticais mas, inesperadamente, oblíquas, tipo quilha de navio, cuja base a bengala de cego não alcança, mas a cabeça racha.
Assistir a cenas destas, é verificar que a dignidade humana dos que têm limitações visuais não conta na prancheta daqueles que só obedecem aos cânones estéticos para encher o olho ou o bolso por conta do mecenato. .
A audiodescrição não é o ovo de colombo nem os seus apaixonados adeptos inventaram a pólvora. Para dar sistemática prossecução a tal desiderato, é preciso antes investir e trabalhar no desenvolvimento não só tecnológico, mas também ´jurídico e logístico, de forma a que os supostos destinatários se possam assegurar de que são realmente servidos e não utilizados como curiosidade científica. Tenho lido muita documentação que pretende teorizar a audiodescrição como uma verdadeira panaceia e que, na verdade, não passam duma mistificação hiperbólica que pretende fazer acreditar numa forma de pôr cegos a disfrutar da arte cinematográfica tal qual ela é: - um universo todo ele do visual para o visual. Tenham paciência, mas isto é incontornável.
Em Portugal, a RTP engana os destinatários deste serviço, dando-lhe pela rádio, em onda média, com todas as limitações que se lhe conhecem, a descrição falada duma série que passa no primeiro canal da televisão pública. Isto não se faz, é uma fralde desconfortável de todas as maneiras.
A principal operadora de televisão por cabo em Portugal já ofereceu em excelentes condições técnicas este serviço, mas não acautelou o acesso a ele, porquanto uma pessoa cega, que esteja sozinha em casa, não tem como ler os menus de opção, logo a começar por não saber qual a tecla verde, se não lho fòr dito; e, desculpem lá, mas isto é contornável!
Com o emprego de audiodescrição nos DVD's, dá-se exactamente o mesmo impedimento de acesso directo aos menus de seleção, se este não fòr reproduzido em computador com o auxílio de leitor de écran.
Obrigado pela vossa atenção a estas modestas considerações, não porém tão irrelevantes que careçam de conclusões complementares. Todos sabem ao que me refiro e, certamente, já lá têm as suas ideias a respeito do respeito que elas merecem.
Manuel António Fernandes
Olá Daniel.
Sim, é verdade que podemos considerar algumas medidas caras, mas temos de as enquadrar no custo final do produto.
Por exemplo à áudio descrição.
Nós sabemos que para que o trabalho seja bem feito, é preciso formar pessoas para definirem em cada filme o que deve ser realmente descrito. E este processo não é assim tão linear, porque dependendo muito da mensagem da obra, à que escolher textos e mensagens adequadas, que dêem à pessoa cega uma noção o mais aproximada do filme.
Por outro lado, a parte da locução em si, também deve ser um trabalho especializado, e que tem os seus custos obviamente.
No entanto, estamos a falar da produção de um filme que fica por milhares de euros. E a áudio descrição, pese embora represente as suas despesas, elas acabam por ser quase insignificantes tendo em conta o custo final da obra.
E é aí que nós devemos definir o nosso conceito de caro e de barato.
Tu falas e muito bem nas marcas tácteis nas estações do metro.
Imagina tu, que provavelmente algum administrador mais louco até pode dizer que colocar lá umas tiras de borracha pode ser caro. Mas esse administrador por exemplo colocou bancos em inox, que são extremamente caros, e não te esqueças que regra geral as composições do metro circulam com uma regularidade regra geral inferior a 10 minutos. Ou seja, não sei quem é que vai usar aqueles bancos tão caros durante muito tempo!
Percebem porque é que eu digo que o mito da acessibilidade cara e inacessível não passa mesmo disso? De um mito?
Filipe Azevedo
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