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Olá, minha querida,
Obrigado por escrever.
Este é um assunto, de fato muito importante!
Trabalhar a áudio-descrição é ato de parceria. Aquele que acha que basta ver para áudio-descrever está equivocado, aquele que acha que basta ser cego para ser consultor em áudio-descrição também está. E está ainda mais equivocado aquele que diz que vai ensinar uma pessoa com deficiência "audiodescrever" por si só.
o ato tradutório da áudio-descrição requer ver para áudio-descrever, exigindo que se observe o que a obra determina o que precisa ser áudio-descrito, para que os eventos visuais sejam vistos/apreciados pela pessoa com deficiência, neste caso, com deficiência visual.
Assim, se a obra requer que uma dada imagem seja áudio-descrita, o áudio-descritor deve ser capaz de ver essa imagem e deve ser capaz de a traduzir em palavras.
Nesse sentido, as palavras não devem faltar com a honestidade tradutória do evento visual. Logo, um áudio-descritor deve ser honesto com a obra, para que seja honesto com o cliente da áudio-descrição.
Por isso que um formador, em última instância, deve ser honesto com os clientes, não vendendo imagens que não são verdadeiras, inclusive quando anuncia um produto: uma oficina, por exemplo.
Cordialmente,
Francisco lima
A não oferta da acessibilidade comunicacional, a negação ao direito de acesso à informação, direito este, também previsto pela Constituição portuguesa não pode mais ser acolhido pelos operadores do direito como uma coisa natural, pela mídia, como mais uma daquelas coisas que são assim mesmo etc. É preciso que as pessoas com deficiência se unam na defesa de seus direitos; é necessários que nossos tão brilhantes advogados com deficiência façam uso de seu conhecimento em favor das pessoas com deficiência; é tempo de nos fazermos vistos e não mais quedarmos na invisibilidade a que nos detiveram por tanto tempo.
A "Convenção Interamericana sobre os Direitos da Pessoa com deficiência" define como crime aquilo que tem o efeito de limitar ou impedir direitos da pessoa com deficiência. Nessa Convenção, o acesso à informação e à comunicação estão previstos, donde não os garantir/respeitar é crime.
Gritemos ao mundo pela acessibilidade comunicacional: é nosso direito, é dever dos Estados respeitá-lo. De outra forma, somos nós quem estamos sendo desrespeitados.
Cumprimento à www.lerparaver.com por ser este tão importante veículo de voz das pessoas com deficiência.
Caro Felipe,
Infelizmente você está certo: muitas pessoas com deficiência, uma vez admitidas para um trabalho passam a ser tratadas a menor por seus pares.
Muita gente há que trata a pessoa com deficiência como "coitadinha", "inferior" ou mesmo, incapaz, a despeito do potencial e profissionalidade do empregado com deficiência.
Entretanto, Roberto W. Nogueira é magistrado há 30 anos e tem destacado-se por sua capacidade de julgamento e de tomar e decisões fortes, mesmo contra poderes constituidos ou organizações criminosas.
Ele não se deixa, nem admite ser tratado como "coitadinho" em seu ofício ou em outros espaços, mesmo porque sabe que isso é uma forma de barreira atitudinal e que, assim sendo, constitue prejuizo à sua imagem e à imagem de toda a classe das pessoas com deficiência, sem contar que tratar alguém como coitadinho, em função de apresentar uma deficiência, tem implicações criminais, como discriminação por razão de deficiência, conforme a Convenção de Nova Iorque define.
Abraços e que possamos ir em frente, apoiando quem merece e tem competência para nos representar em tão importante instância da Justiça.
Francisco Lima
Não, Felipe, Roberto Wanderley não é fundador de nenhuma instituição. Contudo, enquanto pessoa com deficiência física é mais um desses cidadãos que já passou e, provavelmente passará por situações de barreiras atitudinais que tentarão, como já tentaram, impedir-lhe de ser o que desejar ser, com as competências e habilidades que tem para alcançar seus sonhos e ambições.
Para você ter um ideia sobre quem é o Roberto Wanderley Nogueira, digo-lhe que para além de juiz federal em Pernambuco, ele tem Mestrado em Direito pela Faculdade de Direito do Recife (UFPE, 1996) e Doutorado em Direito Público pela mesma universidade (2004) com pesquisas integradas sobre Razoabilidade e Atividade/Perfil dos operadores judiciais ('Leis para Juízes'), junto à Universidade de Helsinki-Finlândia (orientação do Prof. Raimo Siltala, 1997).
Roberto, hoje, é Professor-adjunto da Faculdade de Direito do Recife (UFPE) e da Universidade Católica de Pernambuco onde rege a disciplina de Direito Inclusivo e Cidadania, universidade particular de orientação religiosa católica, como, a propósito ele o é.
Roberto Concluiu Pós-doutorado em Direito na Universidade Federal de Santa Catarina, na área de ENSINO JURÍDICO. Ele tem atuado, para você ter ideia, Felipe, em áreas como as que envolvem os temas da : antropologia Jurídica, justiça, acesso e efetividade dos direitos, sociedade, desigualdades sociais, Direito Inclusivo, Constitucional e Cidadania; ensino jurídico e formação profissional em Direito.
Enquanto professor e pesquisador, Roberto Wanderley reúne diversas publicações como artigos científicos especializados e livros.
E foi como professor que eu o conheci, a partir de uma visita que ele fez à minha aula, quando a esposa dele er minha aluna na cadeira de educação inclusiva.
Outra área em que ele também atua é como pesquisador social. Na educação, ele empreende orientações de iniciação científica, fomentando uma pedagogia engajada e libertária que proporcione o advento de novas gerações de juristas dotados de especial sensibilidade para a interdisciplinaridade, a correção ética de seus agires e o permanente compromisso com a transformação social para potencializar a cultura jurídica tradicional.
Outro aspecto de notar sobre este senhor é que ele vem se destacando, ao longo dos 30 anos de magistrado, por responder aos ditames humanísticos na justiça, tendo ficado conhecido nas áreas dos direitos humanos e das pessoas com deficiência, bem como na presidência de causas de grande repercussão social, tais como: o resgate da memória nacional (desaparecidos políticos), ações afirmativas em meio ambiente e emancipação de populações excluídas.
Em suma, Felipe, considero que, acima de tudo, Roberto Wanderley é uma pessoa honesta e de grande competência para nos representar na mais alta Corte de justiça, tirando da invisibilidade 45 milhões de brasileiros e brasileiras com deficiência.
Eu realmente espero que ele possa ser indicado por nossa presidenta ao cargo que merece, mas para isso, ele precisa de tornar-se visível, também ao Planalto.
Abraços,
Francisco Lima
Ps. Caso queira conhecer um pouco mais da trajetória acadêmica deste grande jurista e pessoa com deficiência, pode ler em:
http://lattes.cnpq.br/0179326544123326
Oi, Felipe,
É por termos uma representatividade em todos os espaços que decidi dedicar-me a apoiar o Dr. Roberto Wanderley ao STF. Deficiência não é currículo, mas uma pessoa com o currículo dele e com deficiência, se não receber nosso apoio, ficará conosco na obscuridade, na invisibilidade a que as pessoas com deficiência têm sido relegadas.
Assim, manifestações de apoio à indicação dele, como você está fazendo é muito importante, pois, se de um lado as estatísticas indicam 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, apenas uma ínfima minoria tem acesso aos meios de comunicação como este. Assim, "nada sobre nós, sem nós", significa, também, nada sobre nós, sem voz.
Então, agora o que desejo é que mais pessoas possam falar em nome do juiz Roberto Wanderley Nogueira, não porque ele é pessoa com deficiência, mas porque nós somos e merecemos que a mais alta Corte reflita nossa capacidade, nosso potencial, nossa força.
Agradeço suas palavras e convido aos demais colegas que se manifestem, que divulguem e, quem sabe, seremos vistos, ouvidos e teremos mobilidade até aquela Corte, pela indicação de nossa Presidenta.
Francisco Lima
Muito obrigado pelo estímulo. São vocês que fazem sentido publicar uma revista com esse conteúdo e objetivo.
Nós, da RBTV, estamos contentes em poder servir a esse propósito.
Cordialmente,
Francisco Lima
Prof. Francisco Lima, ( www.associadosdainclusao.com.br )
Prezados,
Tenho falhado em responder aos colegas que têm-me dado a honra de comentarem meus posts, uma vez que não o tenho respondido com a brevidade necessária. Vou fazê-lo em breve, certamente.
Agora, respondo primeiramente ao Paulo Romeu, um dos maiores batalhadores pela áudio-descrição no Brasil, grande conhecedor das questões de acessibilidade nos meios informáticos e muito mais, em particular para dizer que não foi meu amigo que fez algumas das falas no meu post, ele as citou, donde é necessário estar com o leitor de telas afiado para ouvir as aspas, como sabem.
Paulo é co-autor do primeiro livro sobre áudio-descrição no Brasil e o blog da "audiodescrição" de Paulo é endereço que deve ser visitado diariamente para se saber de quase tudo sobre áudio-descrição e seu entorno, aqui no Brasil.
Alternativamente, este blog tenta, sem censuras, oferecer as reflexões do Francisco Lima e as falas que, em outros espaços, talvez ele (eu) deixe de fazer e, certamente, não lhe seriam permitido fazer.
Bem, apresentado o amigo Paulo, digo que precisava responder rapidamente a este post, pois Paulo credita a fala a meu outro amigo, a quem me referi no post sobre áudio-descrição na TV brasileira, o que não corresponde à verdade, mas a um erro de leitura de tela, penso.
De fato, aquele meu amigo, o que mencionei em meu post, este que parece ter encomodado tanto ao Paulo, cita, entre aspas, a fala do executivo, que passou as informações.
Paulo, não sei quem vai pagar o almoço, mas tenho uma ideia de quem, em breve, estará almoçando e, de fato, sei de muitos que já estão tomando o café da manhã, por conta da áudio-descrição e por conta das pessoas a quem ela se destina.
E elas são empresas que apareceram se dizendo de acessibilidade, mas não oferecendo acessibilidade mínima sequer aos sites que têm na internet; sites que se dizem inclusivos ou de áudio-descrição, mas que sequer trazem a áudio-descrição dos seus próprios logotipos; pessoas que se dizem formadores de áudio-descrição, mas apresentam, no anúncio que fazem de seu curso a pseudo áudio-descrição como esta, por exemplo:
""> Descrição da imagem: Banner do curso com o título do curso "Formação em Audiodescrição: Roteiro e Produção" em destaque e logotipos da Fundação
> Dorina e da Museus Acessíveis.".
E, por aí vai...
Não existe almoço de graça, Paulo, o problema é que quem paga são os que menos se beneficiam dos pratos caros que nesses almoços são servidos.
A áudio-descrição virou bandeira para alguns que, no entanto, têm discurso, não prática em advocacia da pessoa com deficiência.
Pior, contudo, é os que têm, usar da máquina que move a indústria da deficiência para se locupletar das pessoas que esperam que, pelo menos os seus representantes sejam dignos de defenderem seus direitos.
E, olha bem o que temos visto: pessoas não querendo que se diga isto ou aquilo neste ou naquele espaço na web, pois poderá, com o dizer, "milindrar" a TV ou quem quer que seja, a aberte, sei lá, né? e daí, ela jogar água fria na áudio-descrição na TV.
O almoço, Paulo, alguém vai pagar, mas eu não vou ficar quieto, esteja no almoço ou não, meu caro.
E quem não tiver entendendo muito disso, visitem os sites brasileiros a respeito de áudio-descrição e verão quantos se preocupam com a áudio-descrição de seus logotipos, quantos têm acessibilidade com leitores de tela, com leitores de tela; quantos não estão ligados à empresas que se beneficiarão economicamente com a provisão desse serviço, quantas não têm pessoas com deficiência envolvidas com o ganho pessoal, mais que público da provisão deste direito.
Assim como o amigo Paulo, tenho emprego em área diversa a da mídia, a da TV, teatro ou cinema etc. Mas, não posso dizer o mesmo de tantos outros, ainda que muitos sejam profissionais devotados à inclusão comunicacional da pessoa com deficiência.
Mas, paro por aqui, neste post.
Antes, porém, , o cheiro do almoço tem chegado aos narizes de muitos indivíduos cegos que, de uma bandeira, vislumbraram uma bandeja.
E, para que não esteja nublado ao olhos dos videntes desta mensagem, nem aos ouvidos dos que a ele leem e, nem aos dedos que a ele têm acesso afirmo, sem censura, Paulo:
"serei implacável com áudio-descrições meia-boca, com áudio-descrições que não respondam ao empoderamento das pessoas com deficiência e com áudio-descrições que estão lá por preencher lugar político, não de acessibilidade comunicacional.
Prof. Francisco Lima, ( www.associadosdainclusao.com.br )
Isabel, muito me honra saber que apreciou meus escritos e deseja partilha-lo.
Tenha toda permissão de fazer uso deste e de outras escrituras que eu vier a postar aqui.
Em última instância, espero que ele possa fazer alguma diferença aos que a ele tiverem acesso, lá no seu trabalho.
Cordialmente,
Prof. Francisco Lima, ( www.associadosdainclusao.com.br )
Meu caro, certamente entendi o que disse, e o fez com propriedade. Minhas palavras apenas buscaram complementar o assunto, aprofundando naqueles aspectos.
A pessoa com deficiência não é só vista pelo como se apresenta, mas também pelo como a sociedade a imagina ser. Se fôssemos vistos como pessoas que têm limites, ora, os limites são superáveis, daí seríamos vistos como detentores da capacidade de falarmos por nós próprios, de fazermos o que desejamos de nosso destino etc. Acontece que a nós é negado o direito de termos limites e nos é imposto o pejo da incapacidade, promovido por pseudo defensores do que "é melhor para pessoas com deficiência".
Sei que você entendeu isso bem e suas palavras deixam claro isso.
Todavia, será que a perspectiva do limite em oposição à incapacidade é percebida por mais que alguns?
Abraços,
Francisco Lima
Felipe, concordo com sigo que os limites, os temos. E a eles superamos, seja por meio de tecnologias assistivas, por meio de recursos internos, pela participação de outros no que fazemos, e assim por diante.
Mas, assim como todos os mais, nossos limites, ainda que com base, ou relacionados à deficiência, são suplantados, mormente quando nos são respeitados os direitos, nos são oportunizadas as condições de igualdade e oportunidades disponíveis aos que não têm deficiência.
Por isso, exemplos como o seu, de privação superada pelo empenho e pela persistência são comprobatórios de que somos pessoas, apenas pessoas e como tais, exigimos sermos tratados.
Quando isso o for, não precisaremos servir como exemplos: seremos "Nós".
Abraços,
Prof. Francisco Lima, ( www.associadosdainclusao.com.br )
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