Últimos comentários
Entradas recentes no blogue
- Música Para Quem Nunca Desistiu de Mim
- Clínicas Dentárias no Verão: Onde Encontrar Atendimento em Lisboa
- Invisalign nas Férias: Dicas para Não Interromper o Tratamento
- "Metade do Silêncio" _ A Música Mais Triste Que Já Escrevi
- Silent Striker Oficial Music — Música com pulso, verdade e rebeldia sonora
- A História de Marco
- História: A Força de Ser
- Audiogame: Azmar Quest
- IA para Doenças Oculares: como a IA pode combater a perda de visão?
- Cuidados a ter com aparelhos dentários invisíveis
Amiga, ser deficiente neste mundo cada vez mais iguista e onde cada vez mais as pessoas olham para o seu umbigo, é sem dúvida um grande problema.
No entanto, acho que o facto de termos esta dificuldade, é como outras tantas que outras pessoas teem.
Não sou como uma grande parte das pessoas que pensa que o mal só nos toca a nós, mas estámos destinados a termos como qualquer mortal coisas boas e outras menos boas.
Tal como tu, também eu já estive dos 3 lados da barricada.
Até aos meus 12 anos tudo foi muito bem, depois fui perdendo a visão, até que aos 23 anos perdi tudo.
Sei que se calhar as condições que temos não nos permitem lutar de igual com as outras pessoas, mas também não podemos esquecer que tendo perdido uma coisa bem importante ganhamos outras.
Como muitas vezes me disseram, Deus fecha uma porta, mas abre sempre uma janela.
É preciso é que estejámos atentos para podermos deslombrar essa mesma janela, e não a deixar fechar.
Cumprimentos.
Sérgio Gonçalves
Tem toda a razão e eu bem conheço como é ser normovisual e cega pois passei por todos os estágios possíveis entre um e outro.
Até aos 16 anos era tida como normovisual. Entrei em perda lenta da visão o que me colocou no grupo dos grandes amblíopes. Sem dar por ela vi-me no grupo dos de visão bastante reduzida e finalmente no dos cegos, primeiro com rezíduo visual e agora totalmente cega.
Antes de ser considerada portadora de deficiência visual não tinha a mínima noção do que isso significava e também tinha esse sentir de que me fala, aliás dou-lhe toda a razão: nunca somos totalmente livres independentemente da nossa condição.
Quando escrevi a minha primeira nota sobre "liberdade aprisionada" não foi para por em causa a minha cegueira e as limitaçoes~que ela acarreta mas antes para exprimir o sentimento de angústia por não conseguir contornar a questão...
Apesar das minhas vitórias, ainda não consegui atingir esse ponto em que tudo isto não me perturba. Quando se pede ajuda a alguém que a recusa, ou aceita mas com ar enjoado só para não nos dizer que não, ou ainda vai cnnosco mas não nos mostra nada, deveria causar apenas o sentimento de resignação.
Mas ainda fico perturbada e por isso já evito pedir para não sofrer com o constrangimento até porque pensamos que conhecemos os outros mas na verdade cada um é como cada qual , temos de respeitar a vontade dos outros tal como desejamos que a nossa seja respeitada.
Pessoas como você encontram-se, graças a Deus, senão o mundo estaria finalmente perdido, pouco falta...., mas onde estão elas?
Se passamos por alguém numa esquina que nos parte a bengala e foge, na esquina seguinte passamos por alguém que nos ajuda não só a atravessar mas também nos acompanha até ao nosso destino e no fim ainda se oferece para trocar de n.o de telefone para nos dar toda a ajuda que um dia precisarmos.
Pessoas boas e más preenchem este mundo isso nós sabemos. A questão é saber a quem pedir e se o momento de pedir será o mais oportuno. I a minha questão maior é que eu gostaria de não ter de pedir nada a ninguém para não ter de colocar o outro numa situação complicada, de me acompanhar só por isto ou por aquilo.... ou de me dizer que não com uma desculpa atabalhoada só para não me magoar.
A sociedade deveria estar mais adaptada com meios para que todos pudessem ter mais facilidade em atingir os seus fins. Eu seria cega com todo o gosto pois todos temos problemas e o meu é apenas um entre tantos outros e alguns bem mais graves.
Seria uma pessoa cega sim mas com armas de combate que me colocariam em igualdade de circunstancias aos demais guerreiros; quem não tem cão caça com gato mas não deixa de caçar....
Este é o meu problema, não me resigno ao estado cruel e insensível da nossa humanidade, e acima de tudo tenho receio de incomodar os outros, de causar incómodo ou constrangimentos, de ser um peso para quem quer que seja.
Tal como diz o outro leitor que agora não me ocorre, há pessoas com muitos amigos a quem pedir ajuda e outras com poucos, o meu problema não é a quantidade ou a qualidade de pessoas ao meu redor mas antes o não ser capaz de lhes pedir descontraidamente para me ajudarem naquilo que vou precisando ao longo da vida.
Por exemplo: pedir ao marido para me ajudar a comprar roupa, não dá.... eles detestam ir ás compras para nós...; pedir á irmã, seria mais indicado claro mas ela tem outras saídas mais interessantes...; pedir á mãe, é garantido mas ela vai para não dizer que não pois já se cansa, não a vou sujeitar a esse esforço; encontrar uma amiga disponível... como ela irá reagir?..., hoje não tenho coragemde lhe pedir, peço outro dia....
E assim vai a vida, uns dias bem, outros mal mas vai-se levando e estes acidentes de percurso não me levam a alegria de estar viva de amar a quem amo.... isso importa mais do que tudo abraços
Olá a todos !
Eu sou normovisual, tenho deficiencia físico - motora, e nem por isso me sinto com a liberdade aprisionada, bem pelo contrário .... !! loooool
Cada caso é um caso diferente, e como somos todos diferentes felizmente, pensamos diferente .... e são esssas diferenças q nos ajudam a crecer e enriquecem-nos .... !!
E como tal, há pessoas com mais sorte e outras com menos, umas q têm amigos q os acompanham mais do q outras .... !!
Eu não me importava de ir até a um shopping e ajudar cegos, e descrever as lojas, os artigos, as texturas, os preços, .... !! Só não ia é todos os fins de semana .... !! looool
Porque senão torna-se cansativo ... !! loool
Eu já me considero mais sensível a esses pormenores, pq estou em muito contacto com cegos, como é o caso do lerparaver e outros .... e mesmo pessoalmente ....!!
E essa sensibilidade eu ganhei-a na Fraternidade Cristã dos Doentes Crónicos e Deficientes Físicos, nos campos de férias, nas actividades, nas formações, nas amizades q criei com cegos .... !!
Só há um aspecto em q sinto a liberdade por vezes aprisionada: os traportes para lá chegar .... !! loooooooooool
Eu não tenho carro, e por isso não vou e volto à hora q quero ...... !! looooooooool
Como podem ter consciencia, nem todos os que participam no vosso site, são cegos, como é o meu caso. Mas nós os que vemos, podemos sempre ajudarvos sem a descreminação ou o coitadinho na ponta da lingua.
Também vos digo que nós os que vemos, nem por isso deixamos de por veses, ou quase sempre, nos sentir com a liberdade aprisionada.
Somos prisioneiros do tempo, das nossas acções, dos nossos objectivos, dos nossos sentimentos, somo prisioneiros de tudo e mais alguma coisa e raramente nos conseguimos libertar desta prisão e quando o fazemos ou tentamos, somos mal sucessidos ou violentamente criticados e por veses até nos chamam revoltados, inconsequentes, anarquuistas.
Somos o que os outros querem que sejamos, nunca seremos livres...
Obrigada Isabel pela força. Sim já ouvi comentários desses que nos valorisam e também dos outros que o não fazem, aliás como qualquer um de nós....
Tenho bons e maus exemplos para contar mas todos eles serão apenas isso, exemplos pois quem não os ouviu já?
Já que me respondeu e parecendo-me que compreendeu bem ao que me refiro, vou abusar um pouco mais de si.
Também tento escolher a melhor companhia para me dar essa orientação nos meus momentos de consumo. O problema é que quando eu preciso, ou por que algo me faz mesmo falta, ou por que simplesmente me apetece dar uma daquelas voltinhas que nós mulheres de vez em quando gostamos de dar num atractivo centro comercial onde o que não nos faz falta de repente parece essencial, a pessoa que eu escolho não está disponível, não tem vontade ou simplesmente vai mas apenas me mostra aquilo que a ela seduz. Encontrar alguém cem por cento disponível é pouco frequente pelo que apenas faço compras quando a oportunidade surge e não quando eu decido.
Liberdade aprisionada sim pois sou livre de comprar o que quero e gosto mas não posso faze-lo por não depender apenas de mim mesma.
Mais frustrante ainda é quando conseguimos ir com alguém mas de repente essa pessoa diz: "não há nada de jeito, vamos embora" e, num passar de mão inadvertido por este casaco ou aquela saia, percebemos que aquilo é mesmo o que procuramos e então ouvimos "ai desculpa, isso eu não tinha reparado mas até é bonito"...
Afinal as mãos sentem o que os olhos não vêem, o que reforça essa ideia de que as nossas capacidades não nos limitam totalmente pois até somos capazes de encontrar o que queremos só não conseguimos chegar até eles pois a sociedade não está vocacionada para o permitir.
Gostaria de conhecer lojas que me prestassem ajuda á semelhança de pequenos mini-mercados que destacam um funcionário para nos acompanhar, ou ter a coragem de algumas pessoas cegas que eu tenho conhecimento, que entram por uma loja dentro sozinhas e pedem a devida assistência não se importando com o efeito que esse pedido possa provocar . Sim, porque certos vendedores reagem com simpatia e disponibilidade mas outros com desdém e indisponibilidade.
Quando somos bem acolhidos ganhamos o dia mas quando somos mal acolhidos parece que perdemos o chão debaixo dos pés....
E por isso também por vezes me apeteça fechar em mim mesma e nunca mais comprar nada mas tento contrapor esse sentimento e na próxima volto a tentar pois ainda tenho força , não sei até quando mas enquanto a tiver vou abusar dela pois, como já disse antes, amo a vida e tudo o que nela conquistei e o resto são acidentes de percurso....
Em Lisboa, o Centro de Formação da ACAPO, tem instalações - Chelas - , tem sala de informática recentemente equipada pela Fundação Vodafone, tem sala de Braille equipada, tem um grupo de Formadores e Não dá formação a quem necessita. Porquê? A quem serve esta situação?
Existe legislação referente ás acessibilidades mas ainda este ano deram-se obras de renovação do inter-face do campo-grande em Lisboa, alterando toda a disposição física do mesmo. Existem passadeiras próprias para utentes em cadeira de rodas mas não consigo perceber o que foi feito em relação á deficiência visual pois não existem indicadores, sejam eles quais forem, da localisação das passadeiras e das paragens de autocarro, bem como das entradas do metro e paragem de táxi.
Sou utente diária deste inter-face e deixei de ser independente no uso deste trajecto pois tenho dificuldade em encontrar as passadeiras, as entradas de metro, a praça de táxi e a paragem do autocarro.
Não existem marcas no chão, no ar nem funcionários a quem pedir ajuda.... estamos dependentes da boa vontade de quem passa e tem algum do seu tempo para nos dispensar...
Se antigamente já tinha os meus pontos de referência incutidos, agora, e com uma obra feita aquando de já em vigor legislação que prevê e ensina a prever possíveis situações diferenciadas, pergunto como hei-de fazer e a quem recorrer para algo ser feito no sentido de melhorar as acessibilidades deste inter-face.
NOta: Dependo desta entrada em Lisboa pois é a única forma de realizar a minha vida proficional, social e pessoal, ainda mais grave é que me faço acompanhar da minha filha, que é criança e que depende de mim. Caso eu não circule com segurança como posso garantir a dela? Além que a vida dela não decorre normalmente se eu não tiver condições para assegurar o seu normal curso.
Obrigada, agradecia resposta
Olá, Ldias!
Tenho 38 Anos, e ceguei aos 20 anos de idade.
Parabéns pela sua franqueza!!!
Acho que é generalizado, este sentimento de liberdade aprisionada, entre nós cegos.
Mas já pensou, a capacidade que nós, cegos, temos em rasgar barreiras, constantemente, a ultrapassar limites. Enquanto outros, estando munidos de todas as capacidades, perdem tempo com coisas que não valem a pena e vão deixando a vida passar, sem que cresçam interiormente. Já deve ter ouvido alguém, dizer-lhe que, se sente pequenino em relação a si.
E isto porquê?
Penso, que, enquanto a conversa ou a observação, que nos fazem, provoca nas pessoas uma consciencialização de si próprios. E perante uma força da natureza, sim, porque somos todos forças da natureza, sentem-se pequeninos.
Acho, que, são estes sentimentos que fazem com que nos digam: coitadinha ou fantástica, dependendo se a pessoa estiver a captar de nós a força que sentem em nós, ou se sentem aflitos, pensando que lhes pode acontecer a cegueira. E se já com as capacidades todas são o que são, então cegos...
Já me alonguei demais, e posso começar a divagar, se é, que já não o fiz.
Já me esquecia, em relação, às minhas compras, tento perceber das pessoas que me rodeiam, quem é melhor a escolher roupas, sapatos, coisas de decoração, e tudo o resto.
O que me custa muito para além de estar sempre à mercê dos outros, é, a falta de compreensão, exigindo sempre a minha compreensão. É tão cansativo!!! Muitas vezes apetece-me fechar em mim mesmo.
Beijinhos para todos e votos de muita força e muitas vitórias!!!
Maria Isabel Cardoso
Olá Sérgio !!
Mais um blog do lerparaver ... !!
O LerParaVer tá a ficar recheado de blogs .... !! looool
Se bem que alguns entraram em stand by, porque para pessoas como eu q trabalham, só uma vez ou outra é q poem novos posts .... !! looool
Espero q tenhas sorte e aguardo pelo teu primeiro post .... !!
Abraços
Olá!
Isso que contas infelizmente é um caso habitual, pois o que há mais neste mundo é muita insensibilidade... O que te interessa é que alguém te avisou que estavas no destino desejado.
Quando vou a Lisboa, se andar de autocarro e não for ao pé do motorista, se for possível peço a alguém que me faça o favor de me avisar quando estiver no meu destino, pois os motoristas por vezes esquecem-se, e, inclusive, já fui muitas vezes até ao fim do trajecto do autocarro por causa disso.
Bom, tem um excelente dia de trabalho, que eu vou procurando ter o mesmo.
Já agora, nunca mais te vi no msn, e queria dar-te a prenda que te prometi aqui há tempos. Por isso, vê lá se entras.
Beijinhos grandes,
Tiago Duarte
Páginas
4051 a 4060 de 5293