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Chegou a hora de acabar com o braile?

por mayck

Muita tecnologia surgiu para ajudar os cegos. E para questionar o uso de um sistema que até hoje reinava sozinho
Reportagem da edição número 281, de agosto de 2010 da Revista Super Interessante.

Frederic K. Schroeder

A tecnologia dedicada a ajudar deficientes visuais tem evoluído muito. Novas ferramentas vêm ampliando o acesso de cegos à informação escrita: audiolivros, softwares que leem em voz alta o e-mail que acabou de chegar, serviços telefônicos que leem o jornal pela manhã. Sem dúvida, uma mão na roda, que dá mais opções aos cegos.

Essas novidades conquistaram o espaço. E, confiando nelas, os cegos estão deixando de ler. Estão apenas ouvindo. Há deficientes visuais que já aderiram completamente à tecnologia. Alguns professores de escolas para cegos também não veem mais espaço para o braile. Tanto que quase 90% das crianças cegas americanas estão crescendo sem aprender a ler e escrever. Isso é um sinal de progresso? Devemos celebrar o declínio do braile?

É verdade, a tecnologia permite a absorção rápida de muita informação. O problema é que essas novas ferramentas oferecem um tipo passivo de leitura. Ao contrário do braile, que permite uma leitura ativa. Com ele, o cérebro recebe as informações de forma diferente: além do conteúdo, absorve também as letras, a pontuação, a estrutura do texto.

A falta desse conhecimento pode prejudicar a formação de alguém. Aconteceu comigo. Perdi parte da visão aos 7 anos de idade. Aos 16, fiquei completamente cego. Não fui alfabetizado em braile quando criança, e tive de aprender a ler e escrever sozinho depois de cego. O aprendizado tardio prejudicou minha educação e minha confiança. Quando entrei na universidade, não podia soletrar. Sabia pouco sobre pontuação e regras gramaticais. Fiz um doutorado em administração da educação, mas a alfabetização limitada foi sempre uma barreira.

Hoje uso muita tecnologia de áudio. Com ela, posso ler o texto no computador em um ritmo de 250 palavras por minuto. Com o braile, leio 50 palavras por minuto. Mas a tecnologia é complicada para reuniões e palestras. Se preciso ler um discurso que escrevi, buscar notas no meio de uma apresentação, consultar tabelas, só o braile evita que eu desvie a atenção do conteúdo principal.

É como para as pessoas que têm visão: rádio e TV são métodos úteis de conseguir informação, mas não substituem a leitura. Não quero dizer que a tecnologia de áudio não é importante na vida dos cegos. Ela é. Mas deficientes visuais necessitam de uma maneira eficiente de ler e escrever, como todo mundo. Isso significa que precisamos garantir o acesso a todo tipo de tecnologia que apareça e seja capaz de auxiliar. Sem esquecer também de trabalhar para manter o braile vivo.

FONTE: Rede SACI
http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=29605

Comentários

Olá Mayck!

Acabar com o braille? Jamais aceitarei que os audiolivros e outras formas de tecnologia, me roubem o prazer que tenho em ler e escrever braille! Tenho audiolivros, é certo! Mas eu sempre gostei de esfolhear livros! Ler com os meus dedos, poder sentir o papel...! Ler ao meu ritmo e em silêncio! Os audiolivros não me satisfazem tanto, como ler um livro, porque há alguém a ler por mim e assim, eu não sinto qualquer prazer...

Para mim, o momento de leitura é sagrada e prezo muito o silêncio nessas alturas! Eu leio a negro, mas canso-me muito fácilmente. Quase nunca consigo levar um livro a negro até ao fim!!! O Braille só me veio facilitar o gosto que tenho pela leitura. Pois, assim não me canso e leio muito mais!

Recebo audiolivros do Porto e agradeço á Susana Vale, pois ela sabe do que gosto e nunca me desiludiu...eheheheh! Mas não é a mesma coisa...gosto de sentir o papel, o seu cheiro...etc!

Cada vez menos se vêem livros em braille! Eu sou de Lamego e temos uma biblioteca muito boa! Há 13 anos atrás eu ia lá requisitar livros em braille! Havia um grande arquivo de livros em braillhe e muito por escolher! Em junho deste ano, fui lá para requisitar um livro e qual foi a minha desilusão que não encontrei esse arquivo, nem os livros! Disseram-me que quase ninguém os requesitava...não vi os livros! Fiquei mesmo decepcionada! Prometeram-me que iam arranjar alguns, mas eu fiquei mesmo triste e não voltei lá!

Como diz o Mayck e muito bem, temos que manter o braille vivo...não podemos deixar cair o braille no esquecimento! Recuso-me pensar sequer nessa hipótese...

Cumprimentos!!!

Céu

Querida Céu,

Estou 100% de acordo com o que disseste sobre o Braille, partilhando da mesma opinião que tu em relação à leitura de livros em Braille.

Não me imagino sem ele, porque, como é do conhecimento de muitos do LERPARAVER, também tenho deficiência auditiva para além da deficiência visual. Aprendi o Braille quando cego, aos 16 anos, e ele era os meus olhos e os meus ouvidos. Ajudou-me imenso a desenvolver as capacidades cognitivas e a melhorar muito a minha escrita. Sem ele e sem as tecnologias de suporto (terminal braille e impressora braille) não teria sido possível que eu prosseguisse os meus estudos e fosse tirar um mestrado em Psicologia da Educação que tanto queria!

Os áudiolivros e os leitores de ecrã são excelentes formas de acesso à informação e à cultura, mais jamais irão fazer com que o Braille morra. Porque o Braille é o único método de leitura-escrita por excelência para os cegos, e eu sinto-me descansado porque ele é exigido nas escolas em qualquer disciplina, embora o Português o exija mais.

A grande desvantagem das tecnologias áudio é que elas não permitem a alfabetização nem a literacia, portanto o Braille é insubstituível e jamais outro método o superará.

Amo a leitura em Braille seja no papel seja em digital, desde que o Braille seja a possibilidade de discorrer com os meus dedos pelas páginas. Prefiro o Braille em papel porque posso ler quando quiser, onde quiser, como quiser, como me apetecer!

No entanto, invade-me uma tristeza ao saber que muitos cegos desta nova geração das tecnologias áudio estejam a crescer sem aprender a ler e a escrever... Louis Braille não merece tal coisa depois d todo o trabalho que teve para trazer ao mundo dos deficientes visuais a possibilidade de de ler e escrever.

Quando for pai e tiver os meus filhos vou contar-lhes a história fascinante do Braille e ensinar-lhes esse maravilhoso alfabeto para que eles cresçam aceitando os outros e se um dia perderem a visão não se assustarem pensando que não vão poder mais ler e escrever.

Digo-te isto muito carinhosamente.

Teu Marco

Boa noite.

Para mim o braille é indispensável. Porquê? Gosto bastante de ler um livro em Braille, parece que consigo interpretar melhor o conteúdo num documento escrito em Braille do que em formato digital. Não é que não goste de informática, até pelo contrário! Gostaria no futuro seguir engenharia informática! Mas é mesmo assim. Até mesmo para a matemática, gosto imenso de trabalhar matemática em braille. É claro que na escola de vez em quando faz bastante jeito ter o computador, para que o professor acompanhe o que eu estou a escrever, por exemplo, fazia-me bastante falta quando escrevia em francês. En certas disciplinas eu prefiro escrever no computador mas, como já disse, para que eu entenda melhor a matéria prefiro ter a informação em braille. Talvez quando eu tiver uma linha braille deixe de ter menos informação em braille, masm mesmo assim dá-me a sensação de que em papel dou uma melhor interpretação.

Esta é a minha opinião acerca do aparecimento de novas tecnologias que substituem outros suportes, como o braille.

Cumprimentos,

Eduardo.

Me propus a fazer um trabalho de leitura para invisuais, no entanto, meu intuito foi oferecer mais uma alternativa. Os livros em áudio também são apreciados pelas pessoas que veem. Isso não as impede de se alfabetizar normalmente, mesmo em breille. O que me proponho é fazer estudos de temas e textos, pois já os fiz, durante 15 anos, com pessoas que veem. Quanto as pesquisas em bibliotecas, o objetivo é dar acesso a qualquer tema, que não exista em breille, oferecendo uma assistência personalizada. O estudante, o pesquisador, o leitor voraz, pode ir a qualquer biblioteca e solicitar qualquer livro e terá quem o leia. Minha proposta é oferecer uma alternativa mais dinâmica, mais inteligente, mais humana, a pessoas que busquem o conhecimento. Tenho mesmo muita vontade de ajudar, de ultrapassar qualquer barreira que este buscador possa encontrar no seu caminho de pesquisador e de pessoa humana. Agradeço.

Olá Virginia!

Não pude deixar de comentar o seu post por várias razões nas quais não estou de acordo. A primeira que me chamou à atenção é que escreveu incorrectamente o nome do sistema Braille. Não é Breille mas sim Braille, Braille, Braille... Apenas estou a chamar-lhe a atenção para esse pormenor que não deixa de ser importante para mim e para os que prezam Louis Braille.

Save o que significa na verdade a palavra "invisual"? Se tiver curiosidade e abrir um dicionário de etimologia vai ficar surpreendida ao saber que "invisual" significa "que não se vê" que é "invisível"... Então os invisuais são transparentes!.... Quando eu soube esta verdade libertadora nunca mais voltei a usar essa palavra. É mais correcto dizer "deficiente visual", e se pretende realizar um trabalho científico aconselho-a a nunca utilizar o termo "invisuais" mesmo que apareçam nos artigos de autores com reputação.

Pessoalmente, sem Braille não há como alfabetizar os deficientes visuais, uma vez que os áudiolivros não permitem aprender a ler e a escrever, apenas facilita o acesso à informação. Portanto, ponho de lado os áudiolivros e mantenho a minha opinião que o Braille é insubstituível e o melhor modo de ter acesso autónomo à informação e de a transformar como protagonista da mudança social.

Não sei se já leu aqui os vários depoimentos a favor do Braille e da autonomia que ele confere às pessoas com deficiência visual. Se reparar, muitos preferem ter um livro em Braille para serem os próprios a fazer a sua interpretação e sem dependerem dos outros para ler seja o que for. É verdade que muitas bibliotecas não têm os livros em Braille, o que condiciona grandemente a acessibilidade dos estudantes e leitores. Aposta-se mais nas tecnologias do que no Braille...

Não quero dizer que o seu projecto não seja útil para nós, deficientes visuais, mas penso também nos pros e contras de termos de depender de alguém que leia por nós... O ideal seria que a informação estivesse acessível em Braille ou que pudesse ser lida num computador equipado com um Terminal Braille. Eu sempre gostei de ler em silêncio, até porque é a forma como melhor estudo e deleito-me com um bom livro.

Sem a querer ofender, apenas deixo-lhe aqui a minha opinião como utilizador do Braille há 11 anos.

Cumprimentos

Marco Branco

Olá Marco,

Começo escrevendo o nome Braille de forma correta e me desculpando por esta falha. Sou brasileira, e no Brasil, usa-se a denominação "deficiente visual", para aqueles que têm este tipo de deficiência . Aqui, ao utilizar este termo fui corrigida várias vezes, assim pensei que fosse até ofensivo dizer deficiente visual. Sempre me dizem que o certo é invisual, palavra que nem conhecia. Sou na verdade, deficiente visual, pois tenho um problema na pigmentação dos olhos que não me permite distinguir bem as cores e fui operada de catarata aos 40 anos. Fiquei durante um ano sem ver por um olho, perdi o senso de profundidade, levei várias quedas, limitei muito minha possibilidade de ler, porque sentia muita dor de cabeça por causa do esforço. Até que pude operar um olho e um ano depois o outro. Hoje vejo bem, com as devidas limitações, que existem claro, porque sou míope. Como você pode ver, meu ponto fraco é a visão, espero que a física. Eu acho que o sistema Braille é tão importante quanto a escrita, isso não se deve discutir, não há nem porque, isso é claro demais. Tenho certeza que um dia, haverá todos os títulos em Braille, assim como toda forma de tecnologia. Mas, por enquanto não há, e meu trabalho não pretende substituir esta forma de leitura, nem se dirige apenas aos deficientes visuais, mas a todos os que não possam ler, pois não são apenas as pessoas deficientes visuais que não o podem fazer. Existem pessoas idosas, que se sentem cansadas ao ler, pessoas que, como eu, fiquei por um período sem poder ler, não sabia ler em Braille, tinha muitos processos para examinar, pois sou advogada. De forma nenhuma me senti ofendida pelas suas observações que, na verdade me foram muito úteis. Um grande ab.

Olá Virginia!

Acho que é nova no LERPARAVER e dou-lhe as boas-vindas a esta grande "família" que me tem ajudado imenso!!! Pode acreditar que também eu desconhecia até hoje muitas coisas vitais, incluindo o que significava chamar a alguém de de "invisual". A Verdade liberta-nos dos estigmas sociais que até nós próprios partilhamos na nossa educação e de forma inconsciente os mesmos preconceitos da sociedade capitalista.

Em relação ao termo "deficiente visual", há que aceitar a disfuncionalidade ou dificuldade do olho... É verdade que também não me sentia contente com a palavra "deficiente", mas se os meus olhos deixaram de enxergar a luz física, em compensação a luz interior tornou-se mais luminosa na minha vida! Ignoro os adjectivos negativos que a mente estúpida criou em torno da deficiência; nós se quisermos ser felizes não devemos dar ouvidos às mentalidades fechadas e cobardes. Fazem das nossas limitações um problema e tentam desiludir-nos os sonhos que ousamos desafiar a escuridão... Louis Braille ousou desafiar a escuridão e acabar de vez com o modo como os deficientes visuais eram tratados como ignorantes e debéis mentais. Ele, na minha opinião, trouxe a visão a milhões de deficientes visuais de todo o mundo. obrigado louis!

Sou cego total e surdo profundo bilateral, digamos assim, sou surdocego desde tenra idade devido a um atropelamento e a uma infecção hospitalar que me tirou a visão do olho direito com descolamento de retina e operações inglórias... O meu olho esquerdo já era cego em consequência do acidente, aos 8 anos de idade. Hoje tenho 27 anos, este ano vou estagiar como psicólogo educacional, e sou um homem muito feliz com o amor da minha vida que se chama Céu Coelho!

Achei o seu projecto muito interessante, uma vez que se destina não apenas a estudantes ou leitores, mas também a idosos que têm a sensibilidade das pontas dos dedos reduzida e com isso fiquem mais cansados. Isso é fantástico, porque hoje em dia os idosos são a população mais esquecida... Fico muito triste, mesmo muito, e sabe o que penso que seria emocionante? imagine um cego a ler um livro em Braille para outro que é idoso! Fantástico! Já pensou nisso? Até faria mais sentido assim porque ambos estariam em perfeita sintonia e seria uma boa ocupação para os jovens cegos que, a meu ver, conviver com os idosos é tão gratificante!

Minha amiga, o Braille é o pilar da vida dos cegos e amblíopes, mas olhe que já existem muitas tecnologias que fazem do Braille uma ferramenta inestimável. Desde as máquinas electrónicas Braille até às mais sofisticadas e potentes linhas Braille e impressoras Braille. No entanto, tais tecnologias são pouco acessíveis de tão carérrimas.... é por isso que os áudiolivros e os sintetizadores de voz, mais baratos e que não requerem leitura, estão cada vez a ganhar mais terreno nas nossas vidas...

Se nós deixarmos de usar o Braille, aí é que ele vai acabar mesmo... E o Louis Braille que fez tudo por nós será esquecido...

Desejo-lhe muitas felicidades e que o seu projecto se concretize!!! Pois projectos como o seu são dignos de reconhecimento e o que mais me dá gozo é ver os outros felizes!!!!

Cumprimentos com estima e apreço,

Marco Branco

Olá Marco!

Me sinto muito feliz por ter conhecido você. Na verdade, desconhecemos muitas coisas, muitos universos, limitando nossa visão interior, esta limitação sim, bem mais grave, porque, na maioria das vezes, não incomoda o seu portador. Tenho um amigo paraplégico em virtude de um acidente de automóvel, aos 18 anos. Antes de o conhecer não fazia idéia do que era o mundo de um pessoa com estas limitações físicas. Foi um novo universo que eu passei a conhecer. Por 15 anos fiz parte de um grupo de pessoas que se reunia para ler em conjunto, trocar idéias, fazer reflexões. Nós liamos em casa, sozinhos, depois nos encontravamos para ler em grupo e fazer observações so bre o que era lido. Faziamos um encontro muito rico. Tinham pessoas de idades diferentes, visões de mundo diferentes, necessidades diferentes. E isso era o que nos fazia aprender muito um com o outro. Depois, minha vida mudou, tive que vir para Lisboa. E isso é uma longa história, que um dia espero poder lhe contar. Quero dizer que você tem toda a minha admiração, achei incrível você ter me dado atenção e importância, obrigada mesmo. Muitas felicidades para você e a sua amada Céu.
Com admiração e apreço,

Virginia

Olá amiga Virginia!

Adorei o seu último post que me deixou muito interessado! loool

Agora entendo melhor o seu projecto... Afinal sempre foi a sua experiência de vida que lhe ensinou a dar valor aos outros, partilhando com eles as nossas vitórias e sabedoria, para já não esquecer a nossa amizade e solidariedade!

Sempre com os outros aprendemos qualquer coisa! eheheheheh!

Admiro-a pela sua experiência de quando lia e reflectia em grupo. Isto sim, as tertúlias, e também eu gostava de fazer o mesmo!!! Mas é bom ter um grupo de mente aberta e com uma aprendizagem de vida rica! lol

Amo o Braille mas também amo a minha Céu!!! Conjugando os dois a minha felicidade não tem limites! O amor incondicional que temos um pelo outro, a sinceridade e respeito que nos une, a alegria das pequenas coisas que partilhamos cada dia que são tesouros valiosíssimos, o sermos confidentes um do outro, o apoio que vem sempre prontamente... Somos muito felizes e por isso mesmo nos amamos cada dia mais, certos que fomos feitos um para o outro.

A Céu até se interessa bastante pelo meu mundo como surdocego, querendo aprender tudo comigo, como língua gestual, a escrita na palma da mão e como as minhas mãos são preciosas para sentir as emoções do seu rosto. Pois eu toco no rostinho lindo do meu sobrinho de 3 anos e sei quando ele chora, ri, fica zangado... eheheheheh!

Sabe que para além de admirar Louis Braille admiro a Helen Keller? "Agora graças a Helen Keller e a Anne Sullivan sabemos ocupar-nos melhor das crianças surdocegas. Elas já não estão mais sós, na noite no silêncio."

Fazem quase 5 anos que deixei o mundo do silêncio graças ao Implante Coclear! A minha felicidade de voltar a ouvir, ainda que não seja a 100%, não teve limites! loool Mas quando tiro o aparelho auditivo volto ao mundo do silêncio que não me assusta, porque sei que pelo tacto consigo preencher a falta da vista e da audição, embora jamais o consiga totalmente... Porque a vista e a audição são insubstituíveis, evidentemente...

Mas agora que ouço derreto-me de alegria com os sons à minha volta e com as vozes queridas das pessoas que amo! E quando ouço, extasiado, a voz doce e transparente da Céu, ai! ai! Todo o meu sorriso se ilumina, todo o universo diz o seu nome: Céu!

Desejo-lhe tudo de bom e pode considerar-me seu amigo leal e para todas as horas! loool

Beijinhos

Marco Branco

Olá Virgínia!

Eu tenho acompanhado os teus comentários e gostei! Pois, o Marco é surdocego. Mas isso não o impediu de lutar pelos seus sonhos! Graças á sua coragem e determinação, está a finalizar o curso de psicologia! Ele é um vencedor, um exemplo de coragem...!

Sou muito feliz, porque ele me escolheu ...! Não tenho palavras para descrever tanta felicidade, mas é o homem da minha vida! Amo-o tal como ele é: SURDOCEGO! Só Deus sabe o quanto o Marco significa para mim ... !

Desejo muitas felicidades para a Virgínia e espero vê-la mais vezes por aqui!!!

Beijos!

Céu coelho

Eu imagino como você deve ser uma pessoa sensacional, pois o Marco é um ser especial, destes que vem ao mundo deixar sua lição de vida. Eu acredito que todos nós temos uma missão, uma razão de existir. Não consigo encontrar explicação para uma vida que não tenha um sentido maior, além dos nossos pobres sentidos materiais. Por isso, creio que pessoas como o Marco podem até ter limitações físicas, mas justamente por tê-las ele pode demonstrar que existe algo maior dentro de nós, algo que somos nós verdadeiramente. E pessoas como você conseguem ver esta luz que o Marco possui dentro dele, essa luz que o faz superar sua limitações neste mundo material. Estou muito feliz de tê-los conhecido, de ter o privilégio de receber a amizade de vocês. Beijos!

Virginia