O telemóvel. Uma ajuda de todos os dias.

Caros leitores.
Neste texto, vou falar-lhes de um utensílio que para mim já entrou na lista dos verdadeiramente indispensáveis.
Falo, naturalmente, do telemóvel.
Hoje, este equipamento, está longe de servir apenas para realizar e receber comunicações.
Tenho um cartão de memória com dois giga bites de capacidade, onde armazeno centenas de livros , guardo alguns dos meus álbuns favoritos, tenho as minhas pastas pessoais com informações úteis abrangendo as mais diversificadas áreas, em fim, um sem número de coisas que tenho sempre à mão.
Tenho desde a bíblia, até aos horários dos comboios, do metro e dos autocarros.
Escrever é uma das coisas que mais gozo me dá fazer, e com o celular a vida fica muito mais facilitada.
Para escrever os meus textos, utilizo um teclado sem fios, que se liga ao telemóvel através de Bluetooth.
Existem vários equipamentos com teclado qwerty, mas todos os que vi tinham as teclas muito pequenas, e como eu escrevo com os cinco dedos, não me senti confortável.
Fiquei com curiosidade em experimentar mais aprofundadamente o nokia e 72 ,à primeira vista pareceu que tinha um teclado um pouco maior, mas actualmente não estou interessado em adquirir um novo equipamento.
Este teclado que uso actualmente é bastante confortável, com teclas com tamanho similar às de um computador portátil. Fecha em duas partes, o que o torna muito prático de transportar.
Em qualquer lugar que esteja, basta premir o power do teclado, e num segundo tenho a funcionar um mini computador. É maravilhoso termos um suporte que nos permita escrever na praia, no campo, e poder transportá-lo no bolso. Para nós cegos, é algo que ainda à pouco tempo era uma perfeita miragem! Tínhamos apenas a pauta, mas convenhamos que não é a mesma coisa.
Os computadores portáteis, por mais pequenos que sejam, precisam sempre de serem transportados numa mala, as baterias têm uma duração algo limitada, problemas que não temos usando este sistema.
Naturalmente, não estou a desincentivar o uso de computadores, eu uso-os e muito também. Mas não dispenso esta minha outra ferramenta de trabalho e lazer.
Os programas que uso são os seguintes.
Active File.
Trata-se de um explorador de arquivos muito versátil.
De entre muitas funcionalidades, permite escolher as aplicações que serão abertas com as respectivas extensões dos arquivos, podemos também criar novos ficheiros, copiar, cortar e colar arquivos ou pastas, personalizar os atalhos do teclado, em suma, consultar facilmente toda a informação que se tenha no cartão de memória, e na memória do telemóvel.
Para escrever e ler ficheiros de texto, e como possuo o nokia e52, uso o quick Office.
Este telemóvel traz a versão completa deste programa, que permite ler e editar. Infelizmente muitos equipamentos trazem uma versão reduzida, que só permite ler, sendo que mesmo assim, ele apenas lê em imagem, o que para os deficientes visuais, esta versão reduzida não serve absolutamente para nada.
Se possuir um telemóvel que não traga a versão completa do quick Office, pode instalar um outro editor de texto muito bom, que é o light notepad.
Falo agora de outra tarefa bastante interessante que é a de ler. Quando quero ler um livro por exemplo, obviamente coloco o talks em modo de leitura contínua. Mas quando preciso de apresentar por exemplo uma palestra ou ler um texto, se não tiver em Braille, uso o telemóvel para isso, e devo dizer sem falsas modéstias que consigo uma boa velocidade de leitura.
O principal segredo prende-se com a quantidade de informação que queremos que o telemóvel nos diga de uma só vez.
Se ele nos disser por exemplo 3 ou 4 palavras por linha, é muito simples de ouvir e verbalizar.
Fica aqui um exemplo.
Este texto,
Pretende demonstrar
A vantagem de se saber
Manipular um telemóvel.
Como viram, dividi uma frase em quatro linhas. Se lerem este exemplo com as setas direccionais, verão que é fácil ouvir e verbalizar depois a informação.
Claro que, no telemóvel não podemos proceder dessa forma. Seria muito trabalhoso, pegarmos em cada texto que pretendermos ler, e dividirmos as respectivas frases.
Então o truque passa por manipular o tamanho do tipo de letra, ou o zoom do respectivo editor de texto.
Quanto maior for o tamanho do tipo de letra, menos informação ele dá por linha.
No caso do zoom, passa-se a mesma coisa. Quanto maior o zoom, menor é a informação.
No entanto, pode acontecer que a gente queira que ele dê muita informação por cada linha.
Imaginem que estamos a apresentar uma palestra e apenas temos os tópicos. Aí se calhar é melhor que o telemóvel nos diga tudo de uma vez. Para isso é simples, basta diminuir o zoom ou o tipo de letra do editor de texto.
Este truque tanto se aplica nos telemóveis como nos computadores. Com uma diferença. Nos computadores basta alterar o tipo de letra, por exemplo se for 36, creio que já se consegue que o leitor de ecrã diga 4 palavras por linha, o que já é razoável, enquanto nos dois editores de texto que eu especifiquei para o telemóvel, no caso o quick Office, e o light notepad, é melhor manipular o zoom.
Agora depende da capacidade de habituação de cada um!
Outras operações como: tomar notas, ouvir música, usar o rádio, a Agenda, a calculadora, o relógio e o despertador, navegar na Internet, consultar o e-mail etc. são sobejamente conhecidas.
Escusado será dizer que este texto foi escrito através do telemóvel.