Texto de Aldrin Modrow Costa, que é professor, mas está impedido de exercer sua função porque um médico o considerou inapto.
Aldrin Modrow Costa
Meu nome é Aldrin Modrow Costa, moro na cidade de Canoas e atuava até o momento como professor de História, Filosofia e Sociologia na cidade de Mostardas.
Não posso deixar de relatar o preconceito que venho sofrendo devido minha deficiência visual. Em setembro de 2009 preenchi uma proposta de contrato temporário para a cidade de Mostardas (como tantas outras), no dia 11/05/2010 saiu minha contratação no Diário Oficial do RS, comecei a trabalhar em 14/05 e em 19/06 realizei a Biometria, o médico neste dia informou que via habilidades e capacidade de lecionar mas, solicitou uma avaliação de um oftalmo. No dia 22/06 realizei o tal exame e para a minha surpresa o médico considerou-me inapto. No mesmo dia 22 solicitei uma reconsideração de laudo que até o momento não foi atendida. Lembro que já me encontrava em sala de aula e os alunos não tinham História desde o início do ano letivo e, devido este resultado hoje, ou melhor desde o dia 08/07, estou impedido de entrar em sala. Nunca neguei minha deficiência, no entanto, só não posso dirigir veículos, trabalhar na área de segurança ou executar funções em máquinas de alta precisão.
Aos meus 40 anos de idade possuo dois certificados de Ensino Médio um como Técnico em Administração e outro como Técnico em Transações Imobiliárias. Trabalho com carteira assinada desde 1990 e já realizei as seguintes funções: auxiliar de produção em empresa de alimentos; estagiei por dois anos (tempo máximo de estagio, de 1990 a 1992) no CESEC Banco do Brasil; exerci atividades em arquivo de RH nas empresas Springer Carrier e Linck Máquinas Agrícolas; cheguei a ter escritório de vendas de imóveis na cidade de Canoas e trabalhei por 5 anos na companhia Zaffari de onde sai para assumir uma função como servidor municipal na cidade de Esteio. Fui monitor na universidade e nos cursos preparatórios do ENEM. Em maio deste ano solicitei saída da Prefeitura na qual trabalhava como concursado para assumir a vaga de professor contratado para cidade de Mostardas.
Hoje devido a preconceitos, falta de informações por parte médica, arrogância e entre outros motivos sou impedido a executar atividades nas quais sou formado. Atualmente faço Pós-graduação na UFRGS em Cultura Afro.
Pergunto: quais os critérios que levaram o Examinador Perito a considerar-me inapto?
Num Brasil do século XXI que fala em inclusão de alunos deficientes em sala de aula nas escolas públicas sem ao menos possuir o mínimo de acessibilidade, como o Estado pode excluir um professor que possui como ferramenta para o seu trabalho somente um óculos?
Sou e não nego tenho sim uma deficiência visual mas esta nunca foi obstáculo para o meu desenvolvimento e mais, nunca impediu-me de trabalhar.
Estou tentando ainda resolver tudo por meios administrativos mas não estou vendo possibilidades desta situação vir a ser resolvida facilmente.
Fonte:http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=29455 21/07/2010.
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Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes.
Carlos Drummond.
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Sérgio Gonçalves
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Comentários
Inapto?
Olá sérgio!
Mas porquê inapto? Aldrin é deficiente visual. Pelo que eu entendi é amblíope como eu...! Que raio de oftalmologista é esse que o considerou incapaz de exercer a sua actividade na área do Ensino?
Não posso crer que em pleno início século XXI ainda exista tanto preconceito e discriminação!
Estou assustada! E muito preocupada. Tenho 32 anos e quero reingressar no ensino superior. Mas será que vale a pena?
Eu quero acreditar que sim! Ó Aldrin! não desista...seja teimoso, faça valer os seus direitos!
Um abraço!
Céu
Não te assustes!
Sérgio GonçalvesCéu, não te assustes,amiga!
Coisas destas existem todos os dias, infelismente!
Muita sorte para o teu ingreço no superiror!
Beijinhos para ti!
Sérgio
vim cá espreitar mais uma vez
Olá !
Vim cá espreitar mais uma vez no lerparaver .... ! looool
E calhei de ver estes comentários !! looool
Bom, eu concordo com o sérgio quando disse, que coisas dessas acontecem todos os dias .... !
Eu conheço uma amiga do lerparaver, que ele volta e meia nos posts dela, reclama com a falta de sinalização, de acessibilidade .... !!
Notícias destas são constantes .... !
Mas tb é certo, que já começa a haver alguma mudança de mentalidades, e pra tal temos que começar por nós .... e sensibilizarmos os outros .... !
Mas apesar disso, não devemos desistir, mas lutar até ao último minuto !
Por isso, não temas e segue com os estudos prá frente, q atrás vem gente .... ! looool
Boas Férias !! loool
Só faltam 3h prás férias !! loool
Abraços & Beijinhos,
Filipe
Laudo médico preconceituoso
Olá. Passei por situação semelhante e não vi outra saída senão ir ao Ministério Público. Medidas conciliatórias infelizmente não resolvem porque esses laudos são totalmente subjetivos e sem fundamentação legal. Se a pessoa com deficiência apresenta comprovadamente, por meio de documentação solicitada, todas as competências para exercer determinada função, apenas o estágio probatório pode demonstrar se ela é ou não competente na função que exerce. Para as pessoas sem deficiência, é assim que o processo funciona. O Ministério Público, em tais situações, vai garantir que isso seja verdade também para as pessoas com deficiência.
Cristiana M. C.