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VER COM OUTROS OLHOS! - blog de Jorge Teixeira

PARTE 2 DE: PORQUE É QUE ALGUÉM NASCE COM PROBLEMAS NOS OLHOS?

por Jorge Teixeira

Como tinha prometido, aqui estou para apresentar algumas das ideias que fui explorando a propósito das questões que referi na primeira parte deste texto, as quais _ afinal _ se sintetizam na colocação que dá ttítulo a esta entrada no meu blog.

Quero começar por agradecer os comentários que vários amigos, identificados ou anónimos, tiveram a hamabilidade de publicar. Agradeço também a todos os outros que leram o que eu escrevi, mas entenderam nada ter a comentar.

Posto isto, cá vamos nós!

Como já deixei claro em algumas respostas que fui dando aos amáveis comentários de quem escreveu, não acredito em acasos. Também não estou disposto a deixar de me interrogar, nem sou pessoa de ir ao estremo de achar que, apenas numa forma de pensar ou de inqirir possam estar as respostas para o que procuramos.

Assim sendo, busquei juntar a razão e a fé para tentar entender porque é que determinadas pessoas nascem nesta vida em determinadas circunstâncias, e não em outras diferentes.

Ora, a minha fé garante-me que Deus existe e que Ele é infinitamente bom e sábio. A minha razão afirma que não há efeito sem causa. Então sou obrigado a aceitar estes dois pontos de partida para neles me apoiar, tal como o explorador se apoia nas suas pernas para seguir em frente, em busca de terra desconhecida mas cheia de promessas.

Se Deus é bom, e nada acontece sem uma razão que o justifique, então, porque razão diferentes pessoas nascem com diferentes possibilidades de terem uma vida dígna? A pessoa que nasce na Etiópia ou no Sudão, não pode ter, em média, as mesmas aspirações daqueles que nascem em Portugal ou no Brasil!

Então porque é que uns nascem em países onde se pode esperar _ repito, em média _ uma vida melhor e muitos outros veêm a luz do dia em lugares da terra onde pouco mais os aguarda do que a fome e a doença! Não somos todos iguais à nascença? Somos ou não somos?

Se alguns são colocados em situações mais difíceis para que possam mostrar a sua fé ou para que possam permitir que, através deles, Deus manifeste a sua glória; eu pergunto: quem pediu a essas pessoas para desempenharem tão difícil papel, antes de nascerem?

Realmente, parece claro que não somos todos iguais à nascença. Entretanto, não posso aceitar que Deus, ou seja lá quem for que governa estas questões, tenha feito com que eu tivesse nascido com 10 % de visão, enquanto o meu irmão mais velho nasceu com visão normal... Se os meus pais nunca fizeram diferença no amor que dedicam a mim e a ele, porque é que Deus terá decidido tratar-nos de maneira diferente???

A resposta só pode ser _ pelo menos para mim _ porque algo nos fez diferentes um do outro antes de termos nascido. Eu necessitava de vir deficiente visual e o meu irmão não precisava disso!

Generalizando: Cada um de nós tem estrita necessidade de nascer nas exactas condições em que vem ao mundo e é por isso que uns nascem em berço de oiro e outros numa barraca de palha. Uns nascem deficientes e outros "normais". Uns trazem tendências para determinada arte e outros manifestam mais capacidade de se notabilizarem numa determinada ciência; ou então não se notabilizam em coisa nenhuma porque assim mais lhes convém.

Gostaria de pedir aos meus queridos amigos um comentário ao que acabo de escrever. E, por favor, respondam-me a isto:

Concordam com a ideia de que somos todos diferentes à nascença, como eu acredito; ou são da opinião de que todos somos iguais quando vimos ao mundo? Em face da resposta que derem a esta pergunta, peço que me voltem a responder à questão que dá título a este texto: "Porque nascemos com problemas nos olhos?".

Até breve!...

Comentários

Olá!
Depois de ler o teu segundo texto, decidi dar-te a minha opinião.
Em primeiro lugar, todos somos iguais enquanto espécie e partilhamos muitas coisas em comum. Quando nascemos pouco nos distingue uns dos outros porque os nossos traços e as nossas capacidades só se acentuam com a adolescência. É por isso que nessa altura procuramos ser diferentes, termos a nossa própria identidade e sentido existencial. Quando te referes a nascermos com uma deficiência, concordo contigo quando existe uma causa que a originou mas depende do entendimento que fazemos dessa mesma causa. Se acreditas que viemos pré-destinados a este mundo para realizarmos a vontade de um ente superior, isso não é umalresposta objectiva mas sim pessoal. Na minha opinião, o que nos torna diferentes não é o facto de termos uma deficiência que nos torna melhores e mais fortes, mas sim a nossa natureza biológica e o meio cultural em que nascemos. Essa cultura em que nascemos tem os seus valores que nós, consciente ou inconscientemente, também partilhamos.
No fundo somos todos diferentes por qualquer razão, e não se deve falar de tolerância da diferença porque tolerar é uma pessoa dar permissão a outra de ser diferente. Issp não faz sentido, pois somos todos diferentes com a nossa individualidade mas iguais na humanidade. A diversidade humana é a coisa mais fascinante, não achas?
O que me preocupou do teu texto é que procuras uma explicação para aligeirar o impacto negativo que a nossa cultura lhe atribui e dar-lhe um sentido mais humano e positivo, talvez mesmo o sentido verdadeiro que devia ter...
Um abraço

Olá Marco, antes de tudo, muito obrigado pela tua paciência em leres o que escrevi e por teres comentado. Sabes, o que me leva a procurar justificações para as circunstâncias em que cada um de nós se encontra; procurando essas justificações fora dos campos ortodoxos da busca da ciência e das religiões dominantes, é a ideia de que, nem sempre, os movimentos dominantes conseguem abarcar todas as possibilidades de busca que nos são abertos.

Talvez me aches um tanto otópico, mas eu fico contente com a parte final do teu texto em que dizes que "como talvez deveria ser..."

Claro que concordo com muitas observações inteligentes que tu fazes e agradeço a delicadeza com que mostras a tua discordância em relação a pontos que te custam mais partilhar comigo.

Peço-te apenas que reflitas um pouquinho sobre isto: Nós, a meu ver, não somos apenas o produto do meio que nos envolve. Há, por exemplo, irmãos gémeos que, criados com as mesmas condições e com as mesmas oportunidades mostram tendências diferentes e cumprem diferentes caminhos na vida. Dá a entender que, para além daquilo que apreendemos de fora, temos algo dentro de nós que nos faz diferentes uns dos outros, mesmo antes do momento que saímos do ventre da nossa mãe... Uns têm queda para a música, outros para a escultura, outros ainda para os números... enfim, de onde virá tudo isso? Serão questões genéticas?...

Permite-me só mais isto... é que, para mim, os genes são uma espécie de software que nos predispôe a manifestar determinadas características a diversos níveis da nossa individualidade; porém, para mim, a questão é: quem orientou os princípios que presidiram à programação desse software? Parece-me que os genes e o DNA são consequências que repousam numa causa que os antecede... Eles não são, para mim, a causa.

Então a questão mantém-se, e vale a pena pô-la. Porque nascem uns deficientes e outros não? E, já agora, porque têm uns queda para a música e outros não? Porque uns se voltam para a missão de cuidar da natureza e outros preferem o sacerdócio? Seriam apenas as condições envolventes à criatura?... Quem diria a um certo lenhador, de há dois séculos atrás, que viria a ser presidente dos Estados Unidos da América?...

Obrigado, Marco, volta sempre!

Jorge Teixeira

porque será que deus terá que ser forçosamente bom?! deus essa criação do homem por receios, medos, inseguranças atávicas e não ele o criador do homem, deus essa criação antropomórfica ou seja à nossa imagem, quer então dizer que deus tem que ser bom, ou os homens assim desejam, mas especulando na possibilidade pouco verosímil de deus existir, porque o demiurgo todo poderoso não poderia ser uma entidade equânime, imparcial ou até cruel ou má! porquê, simplesmente porque assim não nos serviria de consolo, daí que deus é uma equação para nos consolar, então como que um lenitivo, um bálsamo para as nossas desgraças, uma explicação dogmática para as nossas questões mais insondáveis e irresoluveis, concluindo deus é uma âncora que nos serve para tudo. mas nietzsche, sartre ou camus não cederam a estes facilitismos, e eu uma alentejana de têmpera também não, por isso digo deus só existe na nossa necessidade de explicações para as nossas desgraças, de amigo na hora das tempestades, então profiro: deus sou eu, não, não é soberba, é coragem de ferir a susceptibilidade do sagrado, e no meu ar profano, qual gentio ou ímpio sem possibilidade de remissão, mesmo correndo o risco de ser castigado, castigado como? se deus é bom, sim sancionado, então ó alentejano esquecido já não te recordas das pragas do egipto, mas dirão os mais religiosos, aí era por uma boa causa ou seja libertar os hebreus do jugo esclavagista do faraó, e eu apenas me quero emancipar do espartilho ancestro das grilhetas da cultura religiosa, mas estas amarras são transversais a todas as religiões, por isso finalizo dizendo viva à desssacralização do homem, até porque os animais não carecem de tais bóias de salvação. bem sei que assim é mais fácil aceitar as vicissitudes e desventuras desta existência terrena e ter a ilusão dum prémio no além, mas acho que poderíamos sem religiões criar e forjar uma ética muito mais pura e menos fanática, a chamada moral ateia, não necessitava de ser anti-deus como camus perfilhava, chegava ser apenas sem um deus uma vida neutra , acéptica de crendices míticas, mas sei que é pedir demais ao cerebro pré frontal, mas a esperança sem superstições me alimentará nesta odisseia.

Estimada Aldinha:

Naturalmente, Deus não precisa da minha defeza para rigorosamente nada. A mim, pessoalmente, pouco me importa se a humanidade prefere utilizar o nome de Deus ou não. Mas, sempre noto que alguém tem de ter criado este sistema universal em que vivemos. Ele não se pode ter criado do nada. Alguém lhe definiu regras e o mantém em funcionamento. Se foi Deus ou se foi alguma outra entidade, francamente, pouco importa. Mas não vejo nenhum mal em chamar Deus a esse princípio criador, como também não veria problema nenhum em chamar-lhe lâmpada, ou sapatinho...

Não posso é aceitar que a criação tenha acontecido sem uma inteligência directora; e como você parece não aceitar que ela tenha acontecido por obra e graça do Espírito Santo, bem, então temos um problema...

Confesso que também não lhe sei dizer como foi que Deus se criou a si mesmo. A filosofia ensina que ele sempre existiu e, mesmo que a minha razão não consiga provar isto, também não consegue refutá-lo; e como já tenho visto a razão confirmar muitas vezes coisas que até certo momento não podia comprovar, prefiro ficar na espectativa quanto a esta importantíssima questão.

Não tenho uma confiança ilimitada naquilo a que as pessoas chamam moral religiosa porque tenho visto muitas religiões cometerem muitas barbaridades; mas também não acredito lá muito na moralidade humana que ainda não deu grandes provas das suas qualidades.

Acredito no Evangelho e nos exemplos de Jesus! E, mesmo que nem tudo se tenha passado como lá está escrito, acredito nos valores que lá se colocam e acho que O Amor, tal como Jesus o descreve e o pratica é algo que poderia _ e um dia irá _ resolver os problemas da humanidade!

E já que você teve a coragem de afirmar com tanta veemência aquilo em que crê, eu também lhe direi com a mesma frontalidade aquilo em que creio e porquê.

Eu acredito, sim, na vida depois da morte. Não porque me apeteça acreditar nisso; mas porque as pessoas, depois de "morrerem" continuam a viver na dimenção espiritual.

Eu, e outros que acreditam como eu, não sabemos isso porque sonhamos ou porque temos medo de encarar a realidade. Sabemos isso porque algumas dessas pessoas que "morreram" tiveram _ e continuam a ter _ a oportunidade de falar e escrever, respondendo a questões e narrando detalhadamente parte daquilo que acontece depois do túmulo.

Acredite que seria muito mais fácil que nada mais houvesse. Assim, não haveria grande responsabilidade na vida, pois tudo acabaria no esquecimento da morte. Fazer o mal ou fazer o bem, seria o mesmo _ apesar da tal moralidade ateia _ uma vez que no fundo, continuaria a imperar o "o que importa é comer, beber e gozar, enquanto cá estamos...".

O que custa a muita gente é aceitar a responsabilidade de que está a passar por dificuldades devido a erros que cometeu em vidas passadas; É mais fácil atribuir a culpa à má sorte ou à inexistência de Deus, ou então não se preocupar com isso, porque dá muito trabalho!...

O que repugna a muita gente é aceitar que, depois da morte física, existem recompensas para quem agir correctamente e desconforto para quem se comportar de forma desiquilibrada; _ pessoalmente não vejo onde está o problema com essa ideia, afinal, esse mesmo padrão de valores já existe no mundo em que vivemos actualmente, será que alguém gostaria de o inverter ou suspender para ver o que aconteceria?... Bom, talvez dê mais geito pensar que não se sabe bem como as coisas ocorrem para lá da "morte" para poder continuar a fazer o que se quiser sem grande peso na consciência...

Só é pena que se continue a pensar, em certos sectores da intlectualidade, que sentimento é antónimo de razão e que a fé pretende prejudicar a ciência. Ou ainda que Deus serve para justificar as ignomínias que homens demaseado inteligentes e de pouca moral _ atéia ou religiosa _ têm cometido em todos os tempos para escravisar multidões. Não, Deus não tem nada a ver com isso...

Quanto ao fanantismo, nenhum religioso de bom senso o pode aceitar. Sim, bom senço, porque a religião a sério, seja qual for o nome que se lhe dê, tem de ter bom senço, isto é, inteligência. Deus tem mais isto a seu favor, é que não esquece o papel da razão enquanto alguns sectores mais fanáticos da razão querem esquecer que o sentimento também faz parte do ser humano.

Perdão, já me esquecia da moral atéia... Mas se o homem faz de si mesmo o limite e o espelho da sua moral, acho que prefiro ser imoral!

Desculpe, Aldinha, não tenho nada contra si, porém, se tive a honra _ que espero se repita muitas vezes _ de a receber no meu blog, não poderia ficar sem ter o prazer de conversar consigo sobre tema tão interessante.

Jorge Teixeira

Amigos:

Criei um grupo de discussão para tratar da questão: haverá vida depois da morte? Segundo me parece é tema importantíssimo já que todos, um dia, nos depararemos com esta questão, à qual não poderemos fugir. Porquê deixar para perguntar quando nos virmos diante do fim da existência física?

Pelo meu lado, tendo passado os últimos vinte anos a estudar o assunto, acredito _ como a maioria das religiões _ que o espírito continua a viver quando o corpo fenece. Mas como não me considero dono da verdade, pretendo ouvir as opiniões e as experiências de todos os que quiserem participar e acredito que ninguém deixará de ganhar com a troca de ideias.

Para ajudar a ordenar a conversa, se me permitirem, vou propondo alguns itens para análise, contando, embora, com as sugestões dos participantes para conduzirem o diálogo na direcção que forem achando mais interessante.

Começo por pedir a todos uma pequena apresentação pessoal e que revelem a razão pela qual aceitaram participar num grupo com este objectivo. Também gostaria que começassem por responder ao seguinte desafio:

Acredita na existência de Anjos Guardiães? Porquê? Se acredita, já tentou obter algum tipo de auxílio de tais entidades? Conseguiu obter tal ajuda?

Muito obrigado por ter aceite participar neste grupo!

O moderador:
Jorge Teixeira

Jorge Teixeira