meu retrato

Olá, mais uma vez submeto um texto de minha autoria, esperando sinceramente que gostem. Porque ainda hoje a amizade dá muito que falar, porque o julgamento dos outros ainda continua... por isso, dei apenas este texto a uma pessoa inscrita no lerparaver, mas pensei que era importante mostrá-lo a todos. Porque aqui ninguém descriminará aquilo que fiz.

Meu retrato

Olá, amigo. Meu nome é Ana. Tenho amigos, poucos, mas posso considerá-los verdadeiros. E tu és amigo verdadeiro, porque estás sempre comigo, especialmente nos momentos mais difíceis da minha vida, porque te abres a mim, porque eu me posso abrir a ti.
Sou cega, mas que mal tem? Amo demasiado as pessoas. Defeito grande, talvez. Porque acredito que uns são amigos, e por vezes engano-me. E tu não me deixas caír no erro. Tu estendes-me a mão no momento certo.
Gosto de dizer sempre aquilo que sinto, mas sou também muito reservada. Tenho tantos erros, que por vezes queria voltar atrás para poder reparar aquilo que fiz. Gostava tanto que me aceitassem, que me ouvissem, e que depois, enfim, pudessem dizer os seus pareceres, mas sem agressividades, sem preconceitos, e que me abrissem a alma para que eu não os magoasse tanto… porquê as duas personalidades? Porquê?! Porquê o fazerem-se amigos quando querem saber alguma coisa a meu respeito e depois… e depois, em vez de me ouvirem, chegam ao cúmulo das agressividades? Errei. E sou a primeira a sofrer com isso. Errei. Mas aceitei que errei. Errei. Mas prometi a mim mesma e a quem vivia comigo que tudo ia acabar, que a minha personalidade ia ser outra. Mas vocês estão de cabeça quente. Não compreendo, mas compreendo. Não compreendo porquê tanta repugnância, a vontade de se vingarem. Compreendo porque se revoltaram.
Será pedir muito? Aceitem-me como sou. E aceitem que tudo aconteceu, que errar todos erramos, que eu sou a primeira a acarretar as consequências, mas que tudo há-de acabar bem. Sabem, é nestes momentos que eu gostava de contar convosco. Não posso. Paciência. E aqui estão as provas. Se me intendêsseis, tínheis falado comigo de outra maneira. Aceitavam o medo que tive em falar abertamente. Falei com outros, fui irresponsável numas coisas, mas responsável noutras. E só olham para a irresponsabilidade. E pior que levar um murro, é o facto de não me aceitarem depois disto tudo. Como é que os que me conhecem há menos tempo aceitam melhor, intendem melhor?
E com isto, esqueci-me de te dizer, amigo verdadeiro, que te agradeço por tudo. Pelo tempo perdido, pelas preocupações, pelas disponibilidades….
E porquê o nome “Meu retrato?” porque isto serviu de desabafo, serviu de “espelho íntimo”. E caracteriza meu retrato agora.