No próximo dia 4 de janeiro, pelas 15h00, no INR, técnicos e dirigentes da ACAPO vão integrar o evento de comemoração do Dia Mundial do Braille, promovido pelo Instituto Nacional para a Reabilitação e pelo Núcleo para o Braille e Meios Complementares de Leitura. Com o tema “A importância do Braille na era digital”, a sessão, moderada por Adalberto Fernandes, vai contar com um conjunto de intervenções, subordinadas aos temas “Produção, distribuição e utilização do Braille, com recurso a Tecnologias da Informação” (por Carlos Ferreira – Biblioteca Nacional, e Cristina Miguel – Direção Geral da Educação), “Formação de técnicos de Braille” (por Irina Francisco – Vice-presidente da ACAPO), “formas de abordagem das pessoas com deficiência visual pelos serviços da ACAPO” (por José Mário Albino – psicólogo da ACAPO) e “Sensibilização para o Braille – a divulgação do Braille na comunidade escolar” (por Isabel Delgado – docente de Educação Especial). O painel conta ainda com o testemunho de Susana Cordeiro, vencedora das Terceiras Olimpíadas do Braille no terceiro escalão. A sessão de abertura será assegurada pelos Presidentes da ACAPO e do INR, Graça Gerardo e José Madeira Serôdio respetivamente, estando ainda prevista a presença da Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, na sessão de encerramento.
Fonte:
Divulgação da ACAPO
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Comentários
Sou um fã de Louis Braille
Faz imenso tempo que não participo no Lerparaver que mudou completamente a minha maneira de encarar a cegueira com os testemunhos fantásticos de verdadeiros lutadores que lutaram e lutam por uma vida digna!
E hoje, 4 de janeiro, é um dia imensamente especial para mim! Apaixonado pela leitura e escrita desde tenra idade, a existência do sistema braille devo-a a uma pessoa extraordinária chamada Louis Braille, que é uma importante referência e um exemplo para mim de teimosia, persistência e também de ousadia!
Porque se não fosse a sua ousadia em romper com paradigmas e preconceitos altamente discriminatórios o nosso espírito jamais poderia libertar-se da dependência e condescendência alheia.
Mesmo que os ebooks sejam cada vez mais uma realidade, não dispenso um livro impresso em pontinhos salientes, porque adoro acarinhar os livros como meus amigos fiéis e que conversam longamente comigo com sábios silêncios!
Viva o Braille! Viva Louis Braille! E viva a Liberdade!
o braille é importante para vós
Olá Marco !
Há já bastante tempo que venho tido contacto com pessoas cegas ... !
Tenho uma grande amiga cega que uma vez me arranjou um abcedário em braille e respectivas letras a negro, e já chegou a passar um ou outro texto, para me aperceber da sensibilidade que vós tendes a ler os textos em Braille loool
De facto o braille, e apesar de toda a tecnologia (incluindo leitores de ecrã ...), o Braille ainda continua a ser uma ferramenta essencial para auto formação, comunicação ... !
Abraços
Braille
Olá Filipe!
Estou de volta! LOOL
Apesar da cada vez maior adesão das pessoas cegas aos leitores de ecrã, livros digitais e em áudio, sou da geração das que aprenderam a libertar-se das amarras graças ao Braille.
Porque durante muitos anos vivi mergulhado no mundo do silêncio e da escuridão, tendo como único meio de contato as minhas mãos. E foi com elas que pude aprender este magnífico alfabeto em pontinhos e libertar-me da dependência e piedade alheia.
É por isso que sou um grande admirador de Louis Braille e que escrevo corretamente e sei ler com grande agilidade um texto literário, revista ou jornal impressos em relevo. E também graças a ele aprendi línguas como espanhol e inglês.
Há quem diga que não precisa do Braille para nada, mas sem ele as palavras que escreve são como as que escuta pelo sintetizador de fala, que nem sempre as pronuncia corretamente.
Há quem diga que não precisa do Braille para nada, mas como pode aprender ciências, música e matemática se o computador não consegue reproduzir as fórmulas ou os símbolos, bem como as pautas musicais?
Há quem diga que não precisa do Braille para nada, mas se pretende escrever corretamente em inglês, espanhol, francês ou noutra língua, sem ele tal objetivo seria impossível.
Portanto, o Braille jamais será substituído pelas novas tecnologias, mas sim complementado com elas para uma máxima autonomia das pessoas.
É claro que um livro digital é mais acessível que vários volumes de um só livro em braille, mas o essencial é a literacia, o saber ler de forma compreensiva e o saber escrever de forma correta.
E pessoas surdocegas como eu irão sempre precisar deste fantástico sistema que me abriu imensas portas e janelas!
É sempre bom as pessoas com vista quererem aprender braille, mas à primeira dificuldade já pensam em desistir, achando que este alfabeto só é transmissível pelos cegos...
Mas olha que não existe à superfície da Terra alfabeto mais simples do que o Braille, inventado por um rapaz de origem humilde mas de um coração extraordinário.
Grande abraço