Dois gêmeos belgas surdos fizeram um 'pacto de morte' e foram submetidos à eutanásia, em vigor na Bélgica desde 2002, informou no sábado a imprensa local. Os gêmeos, de 45 anos, viviam juntos na região da Antuérpia e estavam perdendo progressivamente a visão há anos. Ambos pediram a médicos de Bruxelas que os ajudassem a morrer e foram submetidos à eutanásia, segundo o jornal "Het Laatste Nieuws".
Os médicos executaram o pedido no dia 14 de dezembro, apesar de os gêmeos não sofrerem de doença em fase terminal. Pouco depois da morte dos irmãos, socialistas belgas apresentaram uma proposta de modificação da lei de 2002, para ampliá-la a menores e a pessoas com Mal de Alzheimer.
A Bélgica foi o segundo país do mundo, após a Holanda, a legalizar a eutanásia. A lei belga se aplica apenas a maiores de 18 anos. Foram registrados 1.133 casos de eutanásia - sobretudo pessoas com câncer em fase terminal - em 2011, segundo dados oficiais.
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Comentários
Digno de admiração.
Eu, como profundo defensor do direito à vida e à morte, aplaudo a atitude destes seres.
Quero deixar claro que não pretendo dizer com isso que todos que se encontram em situação igual devam fazer o mesmo, mas que todos quantos queiram tenham seu direito respeitado.
Não concordo!
Olá Marlin,
Eu sou surdocego total, já estive acamado, tive uma pneumonia, e já passei por tantas coisas dolorosas que nem você imagina, mas mesmo assim não desisti de viver!
Tive razões mais do que suficientes para ter depressões profundas, mas não perdi a esperança e a coragem de ultrapassar as minhas limitações.
Além disso, a opção pela eutanásia nunca foi para mim uma saída nos anos em que eu perdia progressivamente a vista. Já era surdo e agora a cegueira tornava a minha vida mais difícil, mas eu não me escondi dos problemas, agarrei-me à vida, aprendi o que estava ao alcance das minhas mãos.
Como é que o Marlin pode achar digno de admiração o que os géneos fizeram? Acha que fizeram bem em procurar a morte como único recurso? Estamos no século XXI e as pessoas com deficiência têm uma melhor qualidade de vida, existem formas de comunicação alternativas e as pessoas já têm uma nentalidade mais aberta à diferença.
Mas como pode o amigo afirnar que foi digno de admiração o que eles fizeram? Se isto se tivesse passado no século XV, por exemplo, onde não existia nada para as pessoas com deficiência, sim seria digno de admiração escolher morrer.
Há pessoas que lidam mal com a sua deficiência e que procuram medidas tão radicais e deploráveis como a eutanásia para porem termo ao seu sofrimento.
Ser cego ou surdocego não é tão grave como ser doente terminal ou tetraplégico.
Se você é um defensor da vida, porquê estes dois indivíduos que não tinham nada de grave e que podiam continuar as suas vidas fugiram da vida? Se podiam andar, falar, sentir, pensar e lutar pela vida...
O que é que você faria se ficasse surdocego? Quereria morrer como os gémeos ou lutaria ?
Se você lutasse, isso seria digno de admiração, porque estaria a cumprir a sua missão.
Ou a Bélgica é um país com demasiada liberdade, ou porque é mais fácil morrer do que viver?
Todos somos diferentes
Marco,
Abração!
Como já disse, admiro quem luta pela vida. Mas admiro de igual forma, quem não encontra sentido nela e decide renunciar a ela.
Eu não sou você, você não é nenhum deles. Você tem um grande amor pela vida, assim como eu tenho.
Mas quem não tem, não é obrigado a continuar vivendo.
É isso que eu defendo: liberdade.
Não entendo nem aceito esta opção!
Não entendo nem aceito esta opção!
Não eram doentes terminais e não estavam acamados...!
Imagino que tenha sido difícil para eles lidar com a surdocegueira, mas também acho que foram extremamente precipitados!
Talvez eles, sequer, nunca aceitaram a surdez e a perda de visão veio piorar as coisas! Mas acho que deviam ter lutado, enfrentando e aceitando as suas limitações! Deviam ter dado um outro rumo às suas vidas, procurando ajuda, dando sentido às suas vidas!
Sou a favor da eutanásia em casos terminais, gravíssimos. Mas neste caso, eu sou completamente contra!
Compreendo-lhe, mas continuo concordando
Olá
Um grande abraço
Marlin
Sei que tens em casa um belíssimo exemplo de como se deve encarar esta situação, nosso querido Marco Poeta.
Mas o que quero dizer aqui é que cada indivíduo sabe melhor que qualquer outro onde lhe dói.
Se eles sentiam que o fim da visão, somado ao fim da audição já ocorrido antes lhes minou o sentido da vida, se para eles era o fim, não cabe a qualquer pessoa tentar sentir por eles.
Podemos pensar por qualquer pessoa, mas só sentimos por nós mesmos, pois cada pessoa é um mundo, embora haja ligação entre esses mundos.
A vida, como escolha, é algo absolutamente individual.
Fugir dos problemas não é solução
Olá Céu!
Também eu não entendo, apesar de os próprios gémeos terem escolhido morrer....
Como já afirmei anteriormente, é mais fácil morrer do que viver. As pessoas são testadas a cada dia das suas vidas e há aquelas que não aceitam as suas limitações e que só olham para o lado negativo da vida.
A perda da visão e da audição não me impediram de pensar e de sentir, antes tornaram-me mais cobsciente do meu valor e do valor da vida. Valorizo as pequenas coisas da vida que antes eram para mim insignificantes, como o calor do Sol e as texturas dos objectos que me rodeiam.
Foi sem ver e sem ouvir que eu mostrei a mim mesmo ser mais capaz do que muita gente dita normal. Essas pessoas na ausência da visão procurariam a eutanásia como os gémeos.
Eu cheguei a pensar que era o único do mundo a sofrer, mas vi que há pessoas bem pior do que eu que são autênticos exemplos de vida.
Penso que os gémeos não suportavam a surdocegueira e que fugiram dela. E fugir dos problemas é a escolha mais infeliz, porque a pessoa jamais viverá em paz consigo mesma.
Nenhum ser humano deseja sinceramente morrer. Mas não entendo porque os gémeos não procuraram ajuda psicológica, porque deviam estar muito desnorteados e com sintomas depressivos.
Também não entendo a frieza dos médicos que aceitaram ajudá-los a morrer. O lema do médico é curar o doente, seja de males físicos ou de males de alma.
Costumo dizer que quando se fecha uma porta abre-se uma janela, mas estes gémeos estavam contaminados de ideias preconceituosas sobre a deficiência e deram razão de que eram vulneráveis e totalmente incapacitados...
É a educação errada que recebemos que nos leva a pensar que a perda da visão equivale ao fim do mundo.
Beijinhos
Não somos o mundo
Viva, Marco
Em primeiro lugar, deixe-me dizer que és fera a argumentar, pelo que gosto muito de conversar consigo.
Agora preste atenção:
Cada indivíduo tem uma história, e é exatamente essa história que nos distingue uns dos outros, pois ela é única.
Você teve a sua, que por sorte e ao mesmo tempo garra, tem sido bem diferente da deles.
mas a história deles é só deles, e conduziu ao rumo que conhecemos.
Ainda assim não podes garantir que eles não procuraram ajuda, que não tentaram se reabilitar.
Também acredito que não deves criticar os médicos que levaram a cabo a eutanásia, pois só atenderam a um pedido de quem não queria viver, alguém dotado de liberdade para viver ou não viver.
Veja, caro Marco, da mesma forma que consideras covardia renunciar à luta e à vida, eu considero covardia não ver qualquer sentido nela e continuar se arrastando pelo mundo. Para mim, é uma questão de dignidade.
Como dizia Karl Marx, vida é atividade.
Será que não estás sendo dogmático?
A vida pertence a quem a vive, e creio que este é livre para querê-la ou não.
Pense nisso
Entendo teu ponto de vista,
Entendo teu ponto de vista, Marco, só que compartilho da opinião da (ou do, desculpa a incerteza) Marlin.
Acho que as pessoas devem ter o direito de decidir sobre sua vida ou o fim dela. Cada um sabe o peso que consegue suportar e, já que o peso da surdocegueira foi demais para eles e quiseram por um fim nisso, não acho que podemos julgar ou condenar nem a eles nem aos médicos.
E como diria um grande músico brasileiro, "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é".
Fugir da surdocegueira como do Diabo?
Marlin,
Eu respeito a liberdade de cada pessoa cuja vida a ela cabe decidir o seu destino.
Admito não conhecer a história dos gémeos em questão, qual o seu percurso de desenvolvimento e quais as circunstâncias em que viviam. Admito igualmente que nem todas as pessoas têm a mesma sorte que eu tenho e que não têm a mesma garra que eu tenho.
Depois de ler e reflectir nas suas palavras, vi que para si cada um faz o que quer da sua vida, até porque esta lhe pertence, e na ausência de estímulos positivos por parte do meio em que a pessoa vive ela tem ideias destrutivas.
Estudei Psicologia e sei do que estou a falar. A maioria das pessoas reage de forma depressiva à deficiência e fica num estado de grande vulnerabilidade psicológica. E basta ela ouvir expressões negativas como "é um infeliz" ou "não vai ser capaz" ou pior "não é normal" para ela pensar que é verdade, que a deficiência é horrível, que já nada faz sentido, para ter iedações suicidas.
Eu passei por experiências stressantes, mas a boa verdade é que deixava-me convencer por estas expressões destrutivas.
O amigo Marlin tem uma visão diferente da vida sobre o sentido da vida, mas as coisas só fazem sentido depois de passarmos pelos maus momentos. Felizmente você não é surdocego e pode ter uma ideia imprecisa ou distorcida sobre essa realidade. Há quem pinte a surdocegueira com cores pretas e se esqueça que é um ser humano como todos com os mesmos direitos e deveres.
Porém, a sociedade não pratica o que está na lei, só os privilegiados têm a sorte de desfrutar das melhores condições. Falo, pois, dos ricos ou dos que dominam a cultura de massas como os media, ou mídia, falando brasileiro.
A eutanásia não é mais do que um método de eliminação das pessoas com deficiência. No século passado, na Segunda Guerra Mundial, cientistas retratavam as pessoas deficientes como "fardos", "doentes irreversíveis", "debéis mentais" e "criaturas infelizes" que preferiam a morte a ter de sofrer. Tais ideias foram largamente difundidas e aeites pelas sociedades e pelos grupos políticos, perdurando ainda hoje no nosso inconsciente.
É a cultura destrutiva e desumanizada em que vivemos que faz da surdocegueira um fardo indesejável e é normal que o próprio surdocego sinta isso e sofra interiormente.
Mas a culpa não é da surdocegueira, mas sim dos preconceitos que se formam dela. São os preconceitos os potenciadores da discriminação e de perturbações do desenvolvimento.
A sociedade é a grande culpada ao facilitar o acesso à eutanásia, um método de eliminação mascarado para eliminar as pessoas com deficiência. Se a surdocegueira é um problema que a própria sociedade ignora ou faz dos surdocegos mais limitados do que são na realidade, eliminá-los é aceitável.
Pois se o Marlin afirma que eu sou dogmático, eu não o diria dea pessoa que não conheço. Se é mais fácil renunciar a lutar, se o Marlin pensa que a deficiência é uma fatalidade e a vida insuportável para quem vê na deficiência um ostáculo intransponível, respeito a sua teoria da liberdade individual.
Afirmo apenas que se eu estivesse com uma grave depressão estaria mais propenso a aceitar morrer, embora não fosse essa a minha real intenção. O amigo não sabe ao certo se os gémeos desejavam morrer. Podem ter sido influenciados pelos preconceitos ou só verem na visão o único meio de comunicação.
Estou triste porque nunca pensei que pessoas preferissem morrer a ficarem surdocegas. Isto só prova que a surdocegueira para a maioria das pessoas é tão terrível que mais valia não existirem surdocegos, mem todo o esforço que têm feito por uma vida digna e uma sociedade mais humana e justa.
Abraço.
Mais matérias a respeito do caso
Encontrei mais matérias à respeito do caso, em holandês, que revelam mais sobre os irmãos e os por ques de terem feito esta escolha. Se alguém tiver interesse posso tentar traduzi-las, querem?
Eu gostaria de saber mais
Eu gostaria de saber o que aconteceu realmente, porque eles eram surdocegos cono eu. Queria saber melhor sobre este caso, pois esta notícia chocou-me muito.
A minha tradução é um tanto
A minha tradução é um tanto imperfeita, então perdoem os erros.
Marc e Eddy tinham apenas seis meses de idade quando a surdez de ambos foi diagnosticada, mais isso fez os meninos ainda mais inseparáveis, mesmo na vida adulta.
Pouco antes de seu 30 anos, começou a desvanecer-se o seu mundo. Reconhecer rostos foi quase impossível, assistindo TV foi difícil. Revelou que os dois tiveram uma doença. No mais tardar, aos 50 anos estariam plenamente cegos.
Os dois últimos anos de suas vidas foramum inferno. Não usavam a bengala branca, eles contaram o número de passos para vizinhos e familiares. O fogo em seus olhos estava extintos. Às vezes, eles se sentaram lá. Ocasionalmente sentir um ao outro. E esperar .
Um ano atrás, eles fizeram os seus pais com sinal claro de que a sua vida tinha acabado e que ela queria morrer juntos. Deve ter sidoo mais negro dia na vida de Maria e Remy.
Comentário do Vizinho: Todas as informações sobre a eutanásia, que será procurado na internet. Eles leram a carta palavras por carta. Assim, determinou que eles estavam.
Dirk, irmão dos Gêmeos: Com um grande sorriso, eles entraram no carro, para o hospital. Junto com meus pais, eu disse adeus. Marc e Eddy acenou novamente para nós. "Até o ceu", disseram eles. "Até o céu", respondemos. E então se foram.
Pela primeira vez desde a eutanásia na Holanda foi aprovada, gêmeos idênticos a fizeram, juntos, no mesmo dia. Eddy e Marc Verbessem (45) eram inseparáveis em suas vidas. Você viu um, seguido de outro. Quando os dois irmãos surdos após perceber que estavam a perder a visão, eles decidiram juntos sair da vida - porque viver sem ver outro era impensável.
Em 20 de dezembro, cinco dias antes do Natal, encontradas na Igreja de São Nicolau em Putte um funeral especial. Na frente da igreja foram duas urnas idênticas. Um de Eddy Verbessem, o outro de seu irmão gêmeo Marc. Juntos até a morte, como os dois irmãos decidiram. No texto sobre o obituário: "A vida deslizou lentamente para fora do seu caminho. Não foi possível ouvi-lo, seus olhos eram frágeis. Você resistiu até o fim e você tem a batalha travada com a maior coragem". "Isso resume tudo perfeitamente", disse um dos vizinhos de Eddy e Marc. "Os meninos nasceram com um defeito congênito: eram surdos. Os primeiros meses os pais notaram nada. Como tinham Dirk, um então menino saudável de 1,5 anos, ninguém pensava que os bebês recém-nascidos e aparentemente perfeitamente saudáveis ??nunca iria reagir ao som. "Só depois de um semestre começaram seus pais, Remy e Maria, a fazer perguntas. Era normal que os dois seguissem cada movimento de um dedo com os olhos, mas permanecesse impassível quando uma porta fechada ou barulhos na TV? Uma série de estudos confirmou seus piores temores: os seus filhos mais jovens eram surdos. O diagnóstico foi acirrada. Nunca ouviriam.
Na pista de dança (?)
"Foi tudo mudança", diz irmão de Dirk. "Meus pais sabiam de fato que Eddy e Marc nunca levariam uma vida normal, mas, felizmente, a família sempre esteve unida que a deficiência nunca um problema real." Eddy e Marc foi para a escola para surdos - mais tarde foram totalmente independente - e tinham amigos. Os dois meninos se mais cheio de vida, embora não houvesse uma lei tácita que nunca foi violada: juntos em casa. Como ela cresceu, eles colocaram como seus pares e, muitas vezes, como um passo no mundo. "Em baladas surdos (onde a diversão surdos e não-surdos juntos, dançando), eles raramente eravam na pista de dança", disse a irmã de Nancy De Lauw. "O DJ então levou cada um sinal com o tipo de música nos alto-falantes, para que Marc e Eddy tinha alguma idéia de como eles estavam dançando:. 'Lenta', 'rock' n 'roll' ou 'disco'" Quem não sabia, viu neles dois convidados comuns em nada diferente de seus amigos sem deficiência. Remy e Maria, pais superprotetores, viu que isso era bom e desejava a seus filhos toda a felicidade. Os dois meninos cresceram em um ambiente muito protetor, dividiam um quarto e continuou bem em seus vinte anos, enquanto viviam com o pai e a mãe.
Sapateiro
Mesmo o seu treinamento foi idêntico. Que teve a ideia primeiro, ninguém sabe, mas um dia que era para os dois disseram: eles seriam sapateiro. Ambos. O diploma veio em em breve. EConseguiram empregos, só que longe da casa dos pais, o que os obrigou a procurar uma habitação mais proxima, foram a uma construtora/imobiliária que os considerou "não capacitados" para isso. Sua deficiência, surdez, pesou muito para alugar uma casa, até que eles finalmente encontraram um apartamento no centro da cidade, onde eles passaram a morar juntos. Acima de uma loja de jukebox antiga, uma casa pequena, mas era o seu lar. Sua liberdade. O momento mais feliz de suas vidas. "Parecia que eles queriam tirar tudo da vida que podia haver", disse o vizinho dos dois. "Eles compraram um carro juntos, geralmente era Eddy, que dirigia, e Marc de acompanhente. Eu acho que um monte de gente do bairro ficou com inveja: dois homens solteiros, com prazer na vida". Pouco antes de seu aniversário de trinta anos, veio a virada.. Sua surdez tinham os homens aceitado há muito tempo, mas lentamente começou as imagens na TV e, mais tarde toda a área a desaparecer. As legendas estavam muito borradas de ler, reconhecer rostos nem sempre. Pesquisa do Hospital trouxe más notícias: o transtorno dos olhos era um distúrbio hereditário que era irreversível. Como Eddy e Marc seria mais velhos, sua visão ficaria ainda mais turva. Um prognóstico dos médicos não poderia dar, mas as chances eram elevadas que os irmãos inseparáveis ??seriam cegos aos 50 anos.
"Essa notícia veio como um golpe para eles", disse um parente. "Eles já não ouviam o outro, mas a idéia de que eles não iriam ver um ao outro, pra sempre, era insuportável. Todo mundo que conhecia, notou a mudança depois do diagnóstico." Dirigir depois de um tempo não era possível para eles ", disse o vizinho debaixo. "Um dia eles passavam aqui na ciclovia com seu carro. Eddy dedos cerrados em torno do volante, com os olhos apertados olhando através do pára-brisas, e ao lado dele Marc, com toques de pressão demonstrativos. Foi tão perigosos que carro acabaria por trocar por um Microcar (veiculo pequeno com limite baixo de velocidade),á não eram um perigo na estrada. Alguns anos atrás, eles colocaram o carro do lado, e foram a seus afazeres pé. Juntos, claro.Eu ouvi no andar de cima cada vez mais batendo. Eles eram melhores amigos, mas se houvesse uma luta: ugh! Então voaram as panelas ao redor da sala. À noite, tudo foi sempre perdoar e esquecer, mas o desespero ilustrava sua frustração."
TV enorme
"Primeiro eles levaram uma TV com uma tela enorme em casa, para que ela pudesse ler as legendas com grandes óculos personalizados. Depois veio um computador, onde podia ler as letras na tela grande, muitas vezes com uma lupa, mas, eventualmente, mesmo isso não adiantava. Os dois últimos anos de sua vidas foram um inferno. Eles sabiam o caminho para seu apartamento na cabeça e contou o número de etapas para os vizinhos e da família. Não usavam a bengala- "Ei, nós não somos cegos, você sabe" - diziam, mas, uma vez dito, parecia apagar o fogo em seus olhos. Às vezes, eles se sentaram lá. Eles ouviram nada, e viu quase nada. Que qualidade de vida você tem? Você pode ainda juntos "sentir" e, em seguida, acaba".
Eremita
Mas, enquanto Marc ,Eddy e suas famílias pediram assistência para sua contabilidade - cartas ou documentos fiscais- os dois mantinham-se reclusos em sua vida privada. Eles estavam juntos nas fases da vida, porque este "sofrimento insuportável", como na lei da eutanásia belga está, já não podiam continuar. Eles não sofreram dor física e foram absolutamente não doentes terminais, mas a incapacidade de comunicar de uma forma normal, eles ficaram quase eremitas. Muitas vezes, eles não saiam de casa por dias a fio. Em casa. E esperavam, esperavam indefinidamente: essa era a sua vida. Maria e Remy Verbessem, seus pais, foram os primeiros a saber do segredo de seus filhos caçulas. Um ano atrás, os dois irmãos reuniram coragem e contou a seus pais, com claro sinal de que a vida acabou para eles. Que queriam morrer juntos.
"Esse deve ser o mais negro dia na vida de Maria e Remy", disse um vizinho. "Os velhos são pessoas boas que não faria mal a uma mosca, mas eles são da velha escola. Eutanásia, tudo muito bem, mas não na sua família - muito menos os seus próprios filhos. Eles têm movido céus e terra para que a idéia saisse da mente dos filhos, mas sua mente estava tomada. Como os dois conversaram sobre a eutanásia, ninguém sabe. É certo que tudo eles próprios escolheram. Letra por letra, eles têm as condições e possibilidades de sua tela de computador, agora que eles ainda tinham pouca visibilidade. "Dirk Além disso, seu irmão mais velho, não tinha idéia que Marc e Eddy andava com esses planos. "Eu ainda não entendo que eles conseguiram pesquisar essa informação através da internet. Eles lêem as palavras letra por letra. Isso deve ter sido árduo, mas diz tudo sobre a sua determinação. "
"Não faça isso"
Eddy e Marc, a partir de um simples cepas da classe trabalhadora da família com pais que têm discussões difíceis, em vez de evitar se envolver, estavam por toda parte a mesma reação: "Os meninos fazem, não pense, você ainda tem muito a vida ... "Mas o mais resistência lá foi, o mais certo eram de sua decisão. Especialmente convencer seus pais era um caso impossível, também para Remy e Maria não tinha outra escolha senão aceitar a decisão. Eddy e Marc já tinha aprendido que, pela sua pesquisa - que sendo surdocegos - eram elegíveis para a eutanásia. Eles já tinham assinado o seu pedido e iriam continuar, se necessário, sem o apoio de seus pais. Dobraram seus pais, seus meninos iriam ter uma morte digna. E mereciam. Com uma condição: o plano inicial de Eddy e Marc era morrer em casa, mas não podia ser. E se alguma coisa der errado e sentissem alguma dor ... Como um compromisso entre pais e filhos, eventualmente, a eutanásia em um hospital.
O mais breve possível
Os dois irmãos no hospital entraram para fazer seu pedido de apresentação. Sua primeira escolha foi um grande hospital não muito longe de Putte. Mas chegou a direção não aceitou surdocegueira aplicável no caso de "sofrimento insuportável". Mas os meninos continuaram a procurar e ois dias depois foram ao Bruxelas UZ Jette, onde após discussões internas e um exame psicológico, foi aceita a eutanásia. "A data preferida que não tinha", diz um amigo da família. "O que eles estavam preocupados, tinha que ser "assim que possível". A família tentou adiar a data e rolagem para a frente. Primeiro eles disseram: "Espere até depois do seu 46 º aniversário em 17 de Fevereiro, mas que foi para Eddy e Marc muito longe. Então alguém disse: "Passem o Natal e o Ano Novo com seus pais: a última vez juntos", mas a sua vontade era mais forte: a escolha foi feita, tinha que ser feito rapidamente. Eventualmente, a 14 de dezembro, a primeira data disponível. Pagaram antecipadamente para ter seus corpos posteriormente transferidos de Bruxelas para sua cidade natal, usando de suas economias para isso.
"Os últimos dias antes do evento, foram quase surreal", disse o irmão de Dirk. "A partir do momento em que a data foi acertada, havia uma espécie de calma sobre eles. Eu os vi rir de novo, como há muito não acontecia. A noite antes da eutanásia, fiquei com eles em seu apartamento. Eles eram muito felizes. Como se fosse duas crianças que estavam no carnaval. Eles olharam para a frente até o fim. Eles dormiram bem, e com um grande sorriso entraram no carro. Estranho o suficiente, seus irmãos ir para o hospital, onde eles vão morrer minutos depois. A separação real era tão intenso, tão íntimo, mas ainda assim tão animado. Eu tenho interpretado por eles, porque os dois médicos nem sempre compreendê-los, e então eu, juntamente com meus pais, demos o último adeus. Eles olharam para nós - eles eram felizes, não posso deixar de expressar - e acenou novamente. "Até o ceu", disseram eles. "Até o ceu", respondemos. E então, acabou. "
Flores frescas
Três dias mais tarde do que o pretendido, Eddy e Marc foram novamente transferidos para Putte. No mesmo carro fúnebre. Eles estavam ao lado de cada féretro outro, na saudação mesma sala. Sobre eles era o mesmo cobertor, ao lado deles eram as mesmas flores. Ele juntos em casa. Foram enterrados juntos no cemitério de Putte. De acordo com seu último desejo suas urnas idênticas foram enterrados lado a lado, debaixo de uma pedra com o nome dos dois próximos um do outro. Desde o enterro de urnas ainda não ficaram um dia sem flores frescas sobre a pedra ", porque mamãe e papai. Especialmente Eddy e os pais de Marc são extremamente difíceis com o vazio repentino. Eles se resignaram a escolher os seus filhos, mas dói. Ainda hoje, Remy e Maria ainda falar sobre eles: "Foi muito cedo", disse Remy. A dor é muito fresca.
"A dor é a sua luta, não perda de independência"
Especialista eutanásia
Professor Wim Distelmans, o médico que acompanhou a eutanásia de Marc e Verbessem Eddy e estava presente quando os irmãos faleceram, dizendo que todos os requisitos legais foram cumpridos para a eutanásia. "A lei prevê que" o sofrimento insuportável ", fisicamente ou psicologicamente, deve ser provado. Se a dor física pode, em muitos casos ser ajudado medicamente. Mas a perda de independência, neste caso, audição e visão, não pode ser contestada. " "Neste caso, foi gêmeos idênticos, com as mesmas genéticas, doenças incuráveis. Tenho estudado a fundo seu caso até compreender plenamente sua demanda para a eutanásia. Os dois irmãos têm o seu desejo expresso: eles poderiam comunicar adequadamente com a aplicação com convicção e com plena consciência de ser, que é também uma exigência legal. Ninguém os afetou, esta era a sua própria escolha. "É a primeira vez no mundo que uma eutanásia" duplo é realizada pelos irmãos. "Só três países têm uma lei da eutanásia: Bélgica, Holanda e Luxemburgo", diz Distelmans. "Anteriormente, já havia um casal - homem e mulher - que morreu em conjunto, mas gêmeos nunca aconteceu antes." O hospital que ministrou a eutanásia para os dois homens inicialmente recusaram, ainda de pé atrás de sua decisão. "Há uma lei, mas que é claramente aberto a várias interpretações. Se qualquer cegos ou surdos são cada permitida a eutanásia, estamos longe de estarmos certo. Eu não acho que isso foi o que o legislador quis dizer com "sofrimento insuportável", nós mais frequentemente rejeitamos do que aceitamos pedidos de eutanásia.
Novamente, desculpa a tradução horrorosa, qualquer frase que tenha ficado muito dificil de entender, avise que eu corrijo.
Culpo a sociedade por este caso lamentável!
Agradeço que nos tenha disponibilizado matérias sobre este caso. E a tradução está muito boa, não se preocupe!
Mas, na verdade, não entendo a opção deles.
O meu companheiro é surdocego total e nem por isso ele desejou o seu fim! Leva uma vida normal...com algumas limitações, é claro! Estou a falar do Marco.
Sinto que houve falta de apoio e incentivo do meio, daqueles que os rodeavam! Sinto que não foram devidamente acompanhados durante esta fase de não aceitação das suas limitações!
Culpo a sociedade...uma sociedade que se diz interventiva, inclusiva...mas é tudo só fachada!
Cumprimentos!
Não é possível dar o que não se tem.
Olá, Céu
Também não culpo a sociedade, pois se nós, que nos informamos algumas vezes não sabemos determinadas coisas, que se pod dizer da sociedade...
Se eu, que sou apenas cego, já ouvi comentários dizerem que não há deficiência pior que a cegueira, imagino que pensam eles sobre ser surdo-cego.
A sociedade não tem culpa de ser desinformada.
sera verdade o que diz?
Olá Marlin!
Cada um tem a sua opinião e respeito a sua, apesar de estar 100% de desacordo.
Primeiro, porque, para mim, a pior deficiência é a surdez, porque limita bastante a comunicação e a maioria das pessoas não sabe língua gestual. Também não ter mãos é muito pior do que ser cego!
Portanto, os surdos são altamente discriminados, enquanto que os cegos podem ouvir e comunicar com os outros sem quaisquer obstáculos.
Além disso, a pessoa surda quando fecha os olhos é como se estivesse no mundo dos surdocegos, enquanto que a pessoa cega pode continuar a entender a maior parte das coisas mesmo sem enxergar nada.
Entendo como os gémeos se terão sentido desesperados por estarem a perder a vista, pois eram surdos de nascença e o seu meio de comunicação e de percepção do mundo era a visão. Contudo, as pessoas que os rodeavam resignaram-se e não procuraram ajudá-los, deixando que eles, levados pelo desespero, pusessem termo às suas vidas.
Não existe no mundo pior coisa do que a resignação, porque a pessoa pensa que já não vale a pena e se conforma com as coisas em vez de procurar sentido para a sua existência.
De tudo o que tenho falado consigo, penso que o Marlin achou que realmente não ouvir e não ver era um inferno e que a eutanásia poria fim a tal sofrimento. Também percebi que para o Marlin a sociedade não tem culpa de ser desinformada, que foi destino os gémeos belgas morrerem sem que ninguém se preocupasse realmente com eles. Pois a sociedade é desculpável da sua profunda ignorância e apatia, cada um que se preocupe com o seu umbigo!
O Estado belga permitiu que dois jovens surdocegos dessem o exemplo ao mundo que só a morte poderia libertar o surdocego da sua prisão. E os outros países não estão longe de praticar ainda que de forma mascarada a eutanásia com os surdocegos.
Basta não lhes dar a atenção adequada, isolá-los da sociedade, deixá-los num estado vegetativo e primitivo, não lhes dar as mesmas oportunidades de serem pessoas independentes, para eles morrerem de solidão, de depressão, de loucura ou de morte aparentemente natural.
Mas para o Marlin, a sociedade não tem culpa de nada, a culpa é de se ter nascido ou ficado surdocego...
Se é que o Marlin aceita a sua cegueira, não diria que ao perder a vista a vida torna-se um inferno. Você está muito longe de compreender o inferno em que eu vivi.
A surdocegueira é bem mais pior do que a cegueira que, felizmente, hoje tem mais apoios e é possível de lhe dar resposta. Aliás, as pessoas vêem na rua pessoas cegas completamente autónomas, com emprego, família e uma vida social activa. Mas ser surdocego é ainda hoje uma incógnita, porque não se vêem nas ruas, e quando aparecem é como se viessem de outro planeta. O Estado pouco ou nada faz por eles, pois os surdocegos estão na lista dos "totalmente inúteis" e "totalmente dependentes de terceiros".
Quantos médicos sabem lidar com a surdocegueira? Nenhum, porque todos os médicos que eu tive não sabiam ou não queriam falar comigo como pessoa com sentimentos que sou.
E quantas pessoas que se cruzavam comigo me dirigiam a palavra? Nenhuma, porque nem sensibilidade e paciência tinham para os outros e muito menos para com os surdocegos... A falta de tempo não era desculpa, porquen podiam escrever-me na palma da mão nem que fossem duas ou quatro palavras!
Passei por experiências muito más, de discriminação e de manipulação. A superpritecção nunca foi solução, nem jamais mitigou os meus problemas, antes pelo contrário acumulou-os e fez de mim uma pessoa ansiosa e insegura.
Vivia num bairro sem amigos, aqueles que julgava serem meus amigos abandonaram-me na hora em que mais precisava deles...
Além disso, tenho uma deformidade física, uma grande cicatriz da operação que me fizeram aos intestinos devido ao acidente que quase me levou.
Tantas coisas dolorosas aconteceram na minha vida... muito mais dolorosas do que destes gémeos belgas... Se não acredita, dê uma olhadela no meu blog, na minha autobiografia.
Dou graças a Deus que aqui em Portugal a eutanásia esteja proibida, apesar de não ser contra ela no que se refere a pessoas em fase terminal que estejam a sofrer dores insuportáveis. Porque poderia cometer uma loucura e pedir a eutanásia e muitos outros surdocegos também, legalizando-se assim a eutanásia com deficientes múltiplos...
As dores da surdocegueira são psicológicas, mas é possível aliviá-las através de psicoterapias cognitivo-comportamentais e através da inter-ajuda. Eu só não morri por dentro porque encontrei noutros surdocegos exemplos de vida. A Helen Keller, o Carlos Santos, o José Pedro Amaral, o Almir Visconde, a Ana Rita Saraiva, o Alex Garcia, entre outros, foram para mim verdadeiros testemunhos de força de vontade. Se os gémeos belgas se tivessem agarrado a estes exemplos, tivessem entrado em contacto com outros surdocegos que venceram na vida e tivessem sido ajudados de forma adequada, compreenderiam que ainda era possível viver mesmo com a independência reduzida.
Repare amigo que ninguém é completamente independente, da mesma forma que ninguém é completamente livre. Isso são utopias, uma vez que o ser humano só é capaz de sobreviver em sociedade e que todos precisamos todos uns dos outros, às vezes de coisas tão simples mas importantíssimas, como uma palavra de alento, um carinho, um abraço ou um elogio.
Concordo com o Marlin que somos livres de escolher, que podemos recusar sermos ajudados e decidirmos pòr termo às nossas próprias vidas. Se foi vontade ou desespero de quem já não acredita na vida, foi decisão deles, embora pelo que li estavam claramente a precisar de apoio psicológico.
Essa aparente calma e felicidade para mim eram uma máscara que eles queriam exteriorizar ao mundo, escondendo os sentimentos mais angustiantes. A vida para eles acabara no momento em que sabiam jamais voltariam a ver, tudo parecu desmornonar-se aos seus pés, uma névoa espessa roubou-lhes o brilho dos olhos. Qualquer pessoa se sentiria diminuída e inferior, mas não ouvir e não ver era como deixar de perceber o mundo...
Claro que eu rejeitei aprender o Braille, vivi tempos sem ver uma luz ao fundo do túnel, passei por várias depressões, inclusive pensei em morrer, mas viver tornou-se-me uma obsessão, enquanto que para os gémeos morrer era uma obsessão.
Claro que ser surdocego é terrível, que sofri bastante quando perdia lentamente a vista e muitos dos meus sonhos não os poderei realizar por nesta sociedade individualista e desinformada não me proporcionarem as condições necessárias. Talvez foi mais culpa disso que os gémeos optaram pela eutanásia.
E a eutanásia é tentadora, não dói, é como ir dormir. Quem desesperado não lhe resiste?
Pergunto-me o que fez o Estado belga para ajudar estes jovens? Revelou-se ineficaz, impotente, ao ponto de os considerar um caso perdido só solucionável com a eutanásia. Uma coisa foi bem dita: a eutanásia não está acessível a surdocegos porque não são considerados doentes terminais nem num sofrimento insuportável. Isso foi a única coisa boa, o resto foi a sociedade que, leia a tradução, achou que era horrível ser surdocego, um inferno, ficar sem ver é impensável...
Agora o Marlin que explique porque afirma que a sociedade não tem culpa de ser desinformada e que não é possível dar o que não se tem, porque a sociedade não tem é bom senso nem se procura informar das coisas.
Ninguém consegue imaginar como é possível viver no mundo da surdocegueira, na ausência dos sentidos considerados essenciais para o Homem, embora existam exemplos incontestáveis de surdocegos que contra tudo e contra todos conseguiram ser alguém na vida.
Se a sociedade nos ajudasse mais em vez de ficar pelas considerações sentimentalistas e pela resignação, nós seríamos tão ou mais capazes do que muita gente dita normal. Surdocegos poetas, escultores, filósofos, escritores, educadores, psicólogos, têm surgido mesmo que a incredulidade e a ignorância da sociedade dita inclusiva sejam AS VERDADEIRAS BARRERAS ao seu desenvolvimento pleno e felicidade.
Cumprimentos
Acho que não me compreendeste
Marco,
Em momento nenhum eu disse que ser surdo e cego é um inferno; em momento nenhum eu afirmei que a cegueira é a pior deficiência que existe; tudo o que eu fiz, e que sempre faço, embora seja algo difícil, é tentar ver o lado dos outros, de acordo com a história vivida por ele, não me baseando em abstrações ou em minha própria vida.
Você, como tantos outros surdo-cegos, é realmente um exemplo de superação, de como se deveria agir diante de tal situação.
Tudo o que aqui eu tenho dito, são palavras de outrem, com as quais eu não concordo, mas compreendo, porque cada pessoa tem sua história.
Ouça meu exemplo:
Sou formado em filosofia,; sou colaborador e tradutor no projeto do leitor de tela/ecrã NVDA; possuo um emprego público; comunico-me regularmente em dois idiomas, Inglês e Espanhol; não tornei-me um judoca profissional porque não o quiz; da mesma forma, abandonei a música, porque não vi futuro nela que me agradasse, embora tocasse bem vários instrumentos. Mas tudo isto porque alguém disse à minha mãe que eu poderia trabalhar e ser alguém na vida. Sabe quem foi este alguém? O médico ao qual ela pediu que lhe desse um laudo, para que ela pudesse me apuzentar.
E daí, eu posso culpar minha mãe por ter tentado me apuzentar?
Creio que não, pois minha mãe, assim como meu pai, são pessoas sem qualquer escolaridade, que conviviam com uma realidade rural, onde o cego não passava de um mendigo.
Com tudo isso, o que eu estou querendo dizer é que não é prudente julgar a sociedade ao redor deles, pois não sabemos qual o nível de conhecimento sobre o assunto, nem sequer sabemos se tentaram ajudá-los e eles simplesmente se recusaram a receber esta ajuda.
Tudo o que eu defendi, foi que se eles estavam achando que a vida seria indigna e sem brilho, eles, mas não só eles como qualquer pessoa que o ache, tem direito à morte, assim como têm total direito a lutar até à última gota de sangue e suor por uma vida digna, se assim o desejar.