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Projeto LIDA Completa Três Meses e Promete Melhorias para Breve

por joana belarmino

Joana Belarmino

Com pouco mais de três meses de lançamento, o projeto “Livro Digital Acessível, LIDA”, da Fundação Dorina Nowill para Cegos já publicou 45 títulos de livros jurídicos e um dicionário da língua portuguesa, distribuindo gratuitamente as obras para mais de quinhentos usuários deficientes visuais do Brasil. Até o final do ano, a Instituição espera publicar mais 275 títulos e promete melhorias importantes no LIDA, que é o primeiro modelo de livro digital acessível lançado no país.

Os estudos para a implantação do LIDA tiveram início há dois anos. De acordo com informações do presidente da FNDC, Alfredo Weiszflog, a Instituição queria criar uma resposta competente para o problema da acessibilidade ao livro no Brasil, já que as discussões entre o governo, as organizações de deficientes visuais e os próprios editores não avançavam. “Discutia-se muito acerca da implantação no Brasil, do protocolo DAISY, sem se saber de fato o que o mesmo significava”, comentou.

A FNDC, líder na produção do livro braille no Brasil há mais de sessenta anos, decidiu dar um passo à frente. Constituiu um grupo de trabalho e inscreveu-se no Consórcio Mundial da Internet responsável pelo Protocolo DAISY, convertendo-se assim, na primeira entidade de língua portuguesa participante do Consórcio.

“Estudamos todos os protocolos, fomos avaliando todas as vantagens e desvantagens da sua implantação no Brasil, até chegarmos ao LIDA”, conta Alfredo Weiszflog.

Algumas premissas fundamentais fazem parte da construção do LIDA, e, para os dirigentes da Fundação, foram plenamente alcançadas: Criar um produto de baixo custo, com portabilidade de uso em diversos computadores, com fácil navegação dentro do texto, permitindo pesquisa, marcação de texto e anotações, propiciando a pronúncia correta de palavras estrangeiras assim como a soletração de palavras, mantendo a integridade da obra, assegurando sua própria inviolabilidade, e, finalmente, possibilitando caminhar para desenvolvimentos futuros.

E esses desenvolvimentos já estão em curso. Em dois meses, a FNDC espera que o produto reconheça outras sínteses de voz instaladas no computador do usuário, visto que atualmente o LIDA só atua com uma voz gratuita disponível no mercado.

Uma outra melhoria importante - a soletração palavra a palavra, de acordo com a vontade do usuário – deverá estar disponível até Setembro deste ano.

Organizações de peso e importantes empresas brasileiras acreditaram no projeto e converteram-se em seus parceiros. Destacam-se as parcerias do Bradesco, Fundação Prada, Fundação Gliksmanis,e o apoio do empresário Antonio Ermírio de Morais. Algumas editoras também colaboram, enviando arquivos digitais já preparados para serem convertidos em títulos do LIDA.

Para ter acesso ao LIDA, o deficiente visual só precisa dirigir-se à FNDC, através de correspondência escrita ou por e-mail, solicitando o catálogo das obras publicadas e fazendo o cadastro na Instituição.

Pela internet o interessado pode usar o endereço de e-mail: lida@fundacaodorina.org.br.

Por correspondência o endereço é: Fundação Dorina Nowill para Cegos, Rua Dr. Diogo de Faria, 558, 04037-001, São Paulo, SP.