Está aqui

OMS estima que o diabetes deva alcançar 333 mi de pessoas em 2025

por Lerparaver

Estudo recente divulgado pela Organização Mundial de Saúde, OMS, revela que as principais causas de morte no mundo mudarão em 25 anos e a América Latina será uma das regiões onde esta mudança será mais evidente, por causa do maior impacto das afecções crônicas - cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais e diabetes - e por causa grande do aumento da incidência da AIDS.

Segundo o trabalho, em 2030, o diabetes mellitus será a segunda causa de morte na América Latina, enquanto a AIDS ocupará o quarto lugar. Assim, o diabetes duplicará seu impacto e, em comparação aos 5% de mortes que provoca atualmente, passará a causar 10% dos óbitos, enquanto a AIDS, que hoje é a 10ª causa de falecimento, representará 4,8%, contra o 2,5% atual.

De acordo com os indicadores da OMS, o mundo já vive uma epidemia de diabetes. Em 1985, a doença atingia aproximadamente 30 milhões de pessoas. O número aumentou para 135 milhões em 1995 e para 177 milhões em 2000. A entidade estima que a prevalência do diabetes deva alcançar 333 milhões de pessoas em 2025.

Ainda de acordo com a OMS, há uma importante diferença entre o aumento da prevalência do diabetes em países desenvolvidos em comparação com os países em desenvolvimento. As estimativas para 2030 são as de que a maioria das pessoas com diabetes nos países desenvolvidos terá 65 anos de idade ou mais. Em contrapartida, a maioria dos pacientes com diabetes nos países em desenvolvimento terá de 45 a 64 anos de idade – idades mais produtivas.

“As projeções feitas pela OMS são preocupantes, uma vez que o portador de diabetes tem um risco 29 vezes maior de ter um comprometimento sério da visão que o não-portador da doença”, afirma o oftalmologista Virgilio Centurion, diretor do Instituto de Moléstias Oculares, IMO.

Em relação à saúde ocular, o melhor caminho para evitar complicações é a prevenção. “O diabetes mellitus provoca uma série de reações no organismo que afetam diretamente a saúde ocular, predispondo o paciente a complicações na córnea, propiciando o aparecimento de catarata e de glaucoma. Além disso, favorece a formação da retinopatia diabética, a maior causa de cegueira permanente em indivíduos economicamente ativos”, explica o Virgilio Centurion.

A diabetes e a visão

As células do epitélio corneano do diabético não têm a mesma aderência dos não-diabéticos. Em procedimentos cirúrgicos nos quais a córnea tende a perder o epitélio com maior facilidade e freqüência, o paciente diabético tem a cicatrização e o repovoamento das células mais demorados.

“Essa fragilidade do organismo pode ser a porta de entrada para infecções oportunistas, blefarites e úlceras”, explica o oftalmologista Edson Branzoni Leal. Embora não existam restrições quanto ao uso de lentes de contato pelo diabético, este paciente, de uma maneira geral, exige atenção redobrada e cuidados maiores por parte do oftalmologista.

A seguir, o médico Edson Branzoni Leal, que é especializado no tratamento das moléstias oculares do portador de diabetes responde algumas perguntas sobre as principais complicações que a doença acarreta à visão:

- Por que o paciente diabético está mais suscetível ao aparecimento da catarata?

EDSON BRANZONI LEAL - A catarata é mais prevalente na população diabética devido ao sorbitol (poliálcool resultante do metabolismo do açúcar) que se acumula no cristalino. Em situações de hiperglicemia, o cristalino absorve água e fica entumecido, o que provoca miopia no paciente. À medida em que a taxa de açúcar no sangue retorna aos níveis normais, o cristalino se desidrata e volta ao tamanho original. A repetição dessa situação altera as fibras da estrutura do cristalino, provocando sua opacificação. Isso explica a maior predisposição dos diabéticos a sofrer de catarata mais cedo e com mais freqüência.

- Além da catarata, quais são as outras doenças oculares que acometem com maior freqüência o portador de diabetes?

EDSON BRANZONI LEAL - A falta de controle da glicemia também pode afetar os exames de refração, acusando miopia inexistente ou maior do que a presente em situações de glicemia normal. É fundamental que o oftalmologista tenha informações precisas sobre a taxa de glicemia do paciente antes de prescrever óculos. O diabetes também é um fator de risco para o surgimento do glaucoma. A alteração química no organismo provoca a degeneração de vários tecidos, o que acaba afetando o trabeculado e, conseqüentemente, o escoamento do humor aquoso, o que aumenta a pressão intra-ocular e provoca o glaucoma secundário a essa degeneração.

- Como surge a retinopatia diabética?

EDSON BRANZONI LEAL - Com as alterações químicas provocadas pelo diabetes no organismo, as paredes dos vasos sangüíneos tornam-se gradativamente mais frágeis, propiciando a oxidação dos vasos e hemorragias. A retinopatia diabética está relacionada às alterações na micro-circulação sangüínea retiniana. Este processo envolve o aparecimento de micro-aneurismas, dilatações de vasos capilares, isquemia, vazamento de plasma, oclusão capilar e, se não houver tratamento e controle, a neovascularização, que caracteriza o estágio mais avançado da doença, denominada retinopatia diabética proliferativa. A forma não proliferativa da doença, prevalente em 90% dos casos, geralmente provoca baixa de visão discreta a moderada, principalmente se houver edema macular, enquanto a forma proliferativa causa baixa de visão acentuada.

- Como deve ser tratada a retinopatia diabética?

EDSON BRANZONI LEAL – O mais eficiente tratamento da retinopatia diabética ainda é evitar que ela ocorra, por meio do controle severo da glicemia, da tensão arterial e das nefropatias; do combate à obesidade e ao sedentarismo e do corte do cigarro. As medidas preventivas retardam ou evitam o aparecimento da doença em 50% dos casos e tornam sua evolução lenta e o tratamento menos traumático em até 75% dos casos. O controle do diabetes requer também a visita constante ao oftalmologista e a harmonia de ação entre este profissional e o demais especialistas que acompanham o paciente. Recomenda-se que o portador do diabetes tipo 1 procure o oftalmologista, no máximo, cinco anos depois de diagnosticada a doença e que o portador do diabetes tipo 2, o faça tão logo seja confirmado este diagnóstico. Nos dois casos, quanto mais precoce o diagnóstico da retinopatia diabética, maiores são as opções de tratamento e controle da doença. O paciente diabético deve fazer controle oftalmológico anual ou a critério do médico que o acompanha.

- Como a fotocoagulação auxilia o tratamento da retinopatia diabética?

EDSON BRANZONI LEAL – Durante a fotocoagulação, o oftalmologista mira um raio laser na retina para selar os vasos sangüíneos, com pequenas aplicações, reduzindo o edema macular. Para tratar a formação de vasos sangüíneos anormais (neovascularização), as aplicações são espaçadas ao longo das áreas laterais da retina. As pequenas cicatrizes resultantes da aplicação do laser reduzem a formação de vasos sangüíneos anormais e ajudam a manter a retina sobre o fundo do olho evitando o descolamento da retina.

- Quando é recomendável a realização de uma vitrectomia para tratar a retinopatia diabética?

EDSON BRANZONI LEAL – A vitrectomia é o nome que se dá à técnica de cirurgia do corpo vítreo, o fluido gelatinoso que preenche o interior do globo ocular. Ela é indicada no tratamento de diversas patologias oculares, tais como: buraco de mácula, membrana epiretiniana, membrana sub-retiniana, descolamento de retina, retinopatia diabética, tromboses venosas e retinopatia da prematuridade. A vitrectomia pode ainda ser indicada em casos de complicações das cirurgias intra-oculares como as de catarata, inflamações e infecções intra-oculares, complicações do trauma ocular, descolamento de coróide seroso ou hemorrágico, reposicionamento da lente intraocular para o vítreo e edema macular cistóide. Apesar de satisfatórios, no sentido de evitar uma perda visual severa, os resultados da vitrectomia não garantem uma grande melhora visual porque os pacientes são, na maioria dos casos, operados numa fase avançada da doença. Por isso, deve-se tratar a retinopatia diabética com laser nas fases iniciais, deixando a vitrectomia para uma fase posterior.

- Quais as novidades no tratamento da retinopatia diabética, principalmente as que se relacionam com o edema macular diabético?

EDSON BRANZONI LEAL – A tomografia de coerência óptica é um dos mais recentes exames complementares utilizados no diagnóstico das doenças da retina e do vítreo, consistindo na obtenção dos cortes transversais da retina e interface vítreo-retiniana. O oftalmologista recorre a esta técnica no diagnóstico precoce e acompanhamento do edema macular diabético. Esta capacidade de poder estabelecer a espessura e o volume macular é de especial importância para o acompanhamento da evolução da injeção intravítrea de várias drogas utilizadas no tratamento, como corticóides e inibidores da angiogénese.

IMO

O Instituto de Moléstias Oculares, IMO é hoje uma das referências internacionais no tratamento oftalmológico, especialmente, nas áreas de diagnóstico, cirurgia e terapia. A clínica localiza-se na cidade de São Paulo, na Avenida Ibirapuera, é formada por uma equipe de profissionais altamente qualificados e devidamente credenciados junto às sociedades e instituições de classe nacionais e internacionais. Dispõe de condições ideais para atender com excelência o público, desde a infância até a terceira idade.

SERVIÇO:

IMO – Instituto de Moléstias Oculares

ENDEREÇO: Avenida Ibirapuera, 624 - São Paulo/SP. (Márcia Wirth/Excelência em Comunicação)

Fonte: http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=276362