Tramita na Assembleia Legislativa de Mato Grosso o projeto de lei nº 84/2013 que institui o Programa de Cadastramento Visual Infantil “Olha Bem Mato Grosso”. A proposta tem a finalidade de atender crianças entre quatro e 10 anos de idade, estudantes matriculados no período compreendido entre a pré-escola e o 9º ano escolar, que apresentarem dificuldades na elaboração de testes capazes de detectar a presença de distorções oculares como, miopia, hipermetropia, daltonismo e astigmatismo, ou seja, as causas mais comuns de deficiência visual, incluindo a cegueira, em todo o mundo.
Segundo especialistas, os testes de acuidade visual (Manual de Orientação de Triagem e Acuidade Visual, Tabela Snellen e Oclusor) são de baixa complexidade, porém de grande eficiência no resultado final, e podem ser aplicados por professores, orientadores educacionais, pais e voluntários, mediante prévio e rápido treinamento.
"Estes problemas não podem ser evitados, mas podem ser diagnosticados através de exame ocular e tratados com óculos, lentes de contato ou cirurgia”, considerou o autor do projeto, deputado estadual Mauro Savi (PR), ao explicar que a dificuldade em responder a estes testes é uma alerta e gera a necessidade de encaminhar a criança, com urgência, a consulta mais minuciosa, pois pode ser o prenuncio de um problema visual mais complexo.
De acordo com o Ministério da Saúde 30% das crianças em idade escolar apresentam algum problema na visão. Já a Organização Mundial de Saúde estima que existam pelo menos 400 mil crianças cegas no mundo, 94% delas em países em desenvolvimento. Nesse sentido, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica calcula a existência de 180 crianças cegas e 720 com baixa visão para cada milhão de brasileiros. Os estudos revelam ainda, que as duas principais causas de cegueira evitável no Brasil são a catarata e a falta de óculos, sendo que oito em cada 10 casos de perda de visão poderiam ser evitados se detectados precocemente.
“Esses números são assustadores. E nós enquanto Poder Público temos que fazer a nossa parte. Daí a importância de criar métodos práticos de prevenção. E a nossa proposta prevê exatamente isso, ações simples que merecem prosperar. O custo inicial será revertido em uma economia imensurável futuramente”, elucidou Savi ao apontar que televisão, computador e outros equipamentos exigem muito do sistema visual da criança, chegando a impedir, em alguns casos, seu adequado desenvolvimento.
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