Está aqui

Bater na bola pela solidariedade

por Lerparaver

Raquel Mesquita – Curia

O primeiro torneio de golfe da Escola de Cães Guia para cegos juntou amadores e profissionais por uma causa: recolher incentivos para continuar o trabalho.

Quem não reparou, já, nos cães-guia que acompanham os cegos? O dedicado companheiro de quatro patas evita que o cego choque com os obstáculos, ajuda-o a encontrar a entrada dos locais onde pretende dirigir-se, procura um multibanco ou um telefone público, acabando por (lhes) substituir os olhos.

Em Portugal existe, apenas, um estabelecimento que ‘ensina’ estes cães a ajudar as pessoas com deficiência visual. É a Escola de Cães-Guia para Cegos de Mortágua.

Mas adoptar um cão-guia nesta escola não é assim tão simples. Em lista de espera estão cerca de 50 cegos e cada animal fica, em média, em 200 mil euros por ano. Desde a sua fundação, em 2000, que a escola tem vindo a desenvolver acções por todo o país. O objectivo é arranjar verbas para a aquisição de mais cães, de modo a promover e melhorar a integração social, humana e económica do cidadão deficiente visual.

Foi neste contexto de angariação de fundos que, recentemente, se realizou o primeiro torneio de golfe Escola de Cães Guia para Cegos. O local escolhido foi o Curia Golf. “Reunimos cerca de 50 participantes. Toda a ajuda é pouca, estamos a crescer e as nossas necessidades também”, explicou o director da escola, João Pedro Fonseca.

Reunir apoios suficientes não é tarefa fácil. Parte do orçamento (cerca de 60 por cento) é suportado pela Segurança Social, sendo o restante proveniente de receitas referentes a donativos, sócios, feiras de rifas, de artesanato ou gastronomia, entre outras actividades. Com cerca de 200 sócios, a escola começou com dois educadores e, actualmente, continua a ser a única no país.

Conversa casual dá asas a acção solidária

“Este é de certeza um desporto”. O director do Curia Golf, Teixeira Pires, defende com garra o golfe. Há 28 anos a viver a actividade desportiva, confessa que depois de experimentar uma vez, continuou a actividade que deixou de ser hobby para passar a ser profissão.

Quanto ao torneio, Teixeira Pires explicou que o campo está sempre de portas abertas para a actividades de beneficiência, porque “isso também é divulgar o local e a nossa escola”. A ideia surgiu de uma conversa casual e é para continuar.

Aberto todo o ano, os praticantes vêm de norte a sul do país. E para quem diz que este é um desporto elitista, Teixeira Pires contrapõe: “não é de modo algum. Um membro paga 1.100 euros por ano, uma média de três euros por dia”.

Fonte: http://www.asbeiras.pt/index2.php?area=aveiro&numero=54768&ed=21012008