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Tertúlia "Diferentes entre diferentes - deficiência e orientação sexual"

por Tadeu

Nos dias de hoje, a sexualidade das pessoas deficientes ainda é relegada para segundo plano. 

Apesar dos estudos e esforços de cientistas e até leigos, ainda subsiste a crença de que os deficientes são desprovidos de sexualidade, e mesmo quando se lhes reconhece tal capacidade, esta é muitas vezes considerada como coisa sem importância. 

Nesse sentido, os deficientes homossexuais sofrem um duplo preconceito e, ainda mais grave, sofrem-no por parte dos homossexuais por serem deficientes (sem sexualidade) e por outro lado são discriminados pela comunidade de deficientes a que pertencem que, apesar de tudo, não é imune aos preconceitos que minam a sociedade em que vivemos. 

Tendo em conta esta realidade, a sede da Associação Lavrense de Apoio ao Diminuído Intelectual (Aladi) acolhe, no próximo sábado, dia 3 de Março, uma tertúlia subordinada ao tema "Diferentes entre Diferentes - Deficiência e orientação sexual". 

A tertúlia integra-se no ciclo "Conversas fora do armário" e dentro dos objectivos do Ano 2007 - Ano Europeu da Igualdade de Oportunidade para Todos. 

O início está marcado para as 15h00. 

Trata-se de uma iniciativa conjunta da ALADI e do GRIP (Grupo de Reflexão e Intervenção do Porto) da Associação da ILGA Portugal. 

No debate participam Clarisse Monteiro (presidente da Criança Diferente/Associação de Amigos), Ricardo e Tadeu Bengala. O debate será moderado por Eduardo Coelho. 

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Tal como estava previsto, o GRIP levou a efeito uma tertúlia subordinada ao tema «Diferentes entre diferentes – deficiência e orientação sexual».
Integrada no ciclo Conversas fora do armário, a iniciativa contou com os apoios da Associação Lavrense de Apoio ao Diminuído Intelectual (Aladi), onde aliás o encontro se realizou, e da Junta de Freguesia de Lavra.
Além dos elementos do GRIP, a tertúlia contou com as presenças do presidente da Junta de Freguesia de Lavra, Rodolfo Mesquita; Mário Barbosa, eleito da CDU na Assembleia de Freguesia de Lavra; Armando Mesquita e Joaquim Branco, dirigentes da ALADI; Celestina Silva, secretária da Assembleia Municipal de Matosinhos e tesoureira da Junta de Freguesia de Perafita e Marco Lopes, da Rede Ex-Aequo de Braga.
Uma referência ainda para o apoio que a comunicação social do concelho dispensou, divulgando a tertúlia. No entanto, e apesar dos convites enviados via Junta de Freguesia de Lavra, apenas o “Jornal de Matosinhos”, através da jornalista Paula Teixeira, se fez representar.
Clarice Monteiro, mãe de um deficiente e presidente da Criança Diferente/Associação de Amigos (Maia), reconheceu a necessidade de informar as pessoas de uma forma clara, valorizando as diferentes formas de exprimir a sexualidade.
Referindo-se em particular à homossexualidade na deficiência mental, a mesma técnica reconheceu que é algo bastante complicado de definir, já que algumas vezes os responsáveis entendem aquilo como a única alternativa que lhes resta.
Ricardo recordou estarmos a viver o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidade para Todos, oportunidade para chamar a atenção para as descriminações.
O mesmo orador reconheceu a necessidade de apostar numa educação sexual como fundamental para que as novas gerações possam ver a homossexualidade como algo de perfeitamente normal, à semelhança da heterossexualidade Ricardo recordou ainda o seu caso particular já que a deficiência motora de que é portador foi “adquirida” devido a um acidente de automóvel quando tinha 20 anos. “Pensava que a vida tinha terminado. Felizmente a descoberta da sexualidade já tinha sido anterior a esta mudança de vida”.
Outra das questões abordadas foi a participação no movimento associativo LGBT. O orador convidado do GRIP recordou o facto de, em 1998, se ter inscrito, como voluntário, para participar nos Jogos Olímpicos Gays. No entanto, duas semanas antes da partida Amesterdão aconteceu o acidente.
“Coloquei um pouco de parte o movimento associativo desta área. Acho que devo lutar pela promoção das acessibilidades das pessoas deficientes, nomeadamente na via pública. Quanto à temática que aqui nos reúne, penso que ser deficiente e homossexual é uma desvantagem, pois sou duplamente descriminado”, referiu.
Apesar deste condicionalismo, Ricardo deixou claro que só consegue ultrapassar tudo isto com o apoio da família e dos amigos. A terminar, o mesmo orador afirmou considera-se uma pessoa “muito feliz”.
Tadeu referiu que uma das perguntas que lhe era colocada frequentemente era a de "como um cego pode saber que é homossexual", acrescentando que essa pergunta nunca era colocada aos cegos heterossexuais.
Baseando-se na falsa crença de que tudo nos é transmitido pela visão, "um cego até deveria ter mais tendências homossexuais, porque, sendo desprovido de visão, só poderia conhecer numa fase inicial o seu próprio corpo. No entanto, a maioria dos cegos que conheço são heterossexuais e isso prova que não é só a visão que influencia os nossos desejos e sentimentos. Temos mais quatro sentidos de que muitas vezes nos esquecemos, mas que têm uma importância vital para o nosso desenvolvimento global".
Quanto à pergunta sobre os técnicos que lidam com a homossexualidade na deficiência, Tadeu lamentou que essa situação não esteja prevista na formação académica ministrada pelas várias faculdades portuguesas.
Quanto à presença de personagens gays em várias telenovelas que passam nos vários canais portugueses, o mesmo orador reconheceu que os autores dos textos procuram estereótipos. Quanto ao tema da tertúlia, Tadeu afirmou que “ainda há muito por fazer no campo da homossexualidade na deficiência”.

O blog de Tadeu

Comentários

Oi !!

Eu pessoalmente não faço qq discriminação, sejam homosexuais sejam heterosexuais .... !! risos
E acho que a sociedade já discrimina menos do q antes e aceita essas diferenças !!

Quanto aos invisuais ....
Eu acho que os mesmos não se devem sentir inferiores, pq todos temos direito à vida e tratamento igual, só por dizer que não vemos as coisas, pq de resto é igual .... !!
E acho que os invisuais deveriam ter aulas de sexualidade, com aulas práticas !!
Sem estar é claro a experimentar com mulheres ... !! risos
A menos que elas não se inportem !! risos
Mas com objectos por exemplo !! Que se vendem nas SexShops !!
Acho que assim o deficiente invisual estaria mais preparado para uma relação, que envolvesse sexo, embora isso não seja tudo ... é preciso haver amor !!
Mas se a companheira for 5 estrelas, eu penso que pode ajudar ... !!
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José Filipe Lopes Santos
Email: filipesbim@yahoo.com.br
Msn: filipesbim@hotmail.com
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Olá, eu achei muito bacana a abordage do tema.
Porque se tratando de deficiente, e ainda mental apesar que não é bem o caso do texto acima, o preconceito é muito grande e não se admitem que eles possam ter apetite sexual e ainda pelo mesmo sexo...
Acho que falta uma maior preocupação para se descobrer mais sobre esse tema, fica aqui uma sugestão.