Artigo que escrevi para a edição de 16 de Março de 2019 no Jornal Correio do Minho, a propósito do suplemento Cmcidades.
Quando analisamos a forma como a tecnologia nos ajuda a fruir de tudo o que de bom uma Cidade nos pode oferecer, verifica-se que as inúmeras ideias, investigações, projectos e protótipos demoram muito a passar à prática, não por falta de empenho dos profissionais, mas sobre tudo porque isso obriga ao desenvolvimento de grandes sinergias e ao mesmo tempo a um relevante investimento de todos os agentes públicos e privados para que tudo esteja interligado e a cidade seja uma espécie de corpo animado, quase que com personalidade e vontade própria.
Acredito que há-de vir o dia em que muitos destes projectos se materializarão num enorme benefício para a segurança e o conforto dos cidadãos, sabendo de ante mão que para as pessoas com deficiência e que tenham mobilidade reduzida, a tecnologia é muitas vezes o único instrumento que nos permite desfrutar em pleno da vida da Cidade.
Acredito que vamos sair de casa, e saber, através do Smartphone, quanto tempo falta para chegar o nosso transporte.
Acredito ainda que o nosso smartphone terá a possibilidade de interagir com semáforos e passada'iras e avisar uma pessoa cega quando estiver a chegar à passadeira, e também quando o semáforo estiver verde. Tudo isso sem descorar as boas práticas no que concerne à acessibilidade ao meio físico.
Creio que tanto os sensores nas passadeiras como a semaforização inteligente irão ser uma ajuda extraordinária na regulação e no equilíbrio dos diferentes modos de locomoção.
Acredito que os edifícios públicos estarão equipados com sistemas de informação e orientação, que facilitarão a locomoção dentro dos espaços e também a comunicação com os profissionais de atendimento ao público e de segurança.
Acredito muito nas aplicações que vão ajudar as pessoas cegas a locomoverem-se, através de 3 ou mesmo 4D Sound, permitindo-nos ter uma nução exacta do sentido da marcha que temos de seguir.
Acredito em óculos que vão permitir às pessoas cegas serem orientadas remotamente por um amigo ou familiar em qualquer ponto da cidade.
Creio na utilização da dumótica para uniformizar padrões de utilização dos inúmeros electrodomésticos lá de casa, abolindo assim o crónico problema de falta de acessibilidade que muitos fabricantes teimam em não resolver.
Acredito finalmente no paradigma do desenho universal, em que todos vamos usar as mesmas ferramentas que vão conectar todos os pontos da cidade e a vão tornar verdadeiramente inteligente e inclusiva.
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