*SP ganha clínica adaptada para deficientes*
Instituto de Olhos do ABC, que atende pela rede pública de saúde, acaba de ser reformado
*Ricardo Westin*
A região metropolitana de São Paulo terá a primeira clínica do serviço público de saúde totalmente adaptada para pacientes que têm algum tipo de deficiência. É o novo Instituto de Olhos da Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André, que, após reformas, será inaugurado hoje de manhã.
O paciente cego agora consegue ir do ponto de ônibus ao consultório médico sem ajuda de ninguém. Os semáforos são sonoros. O caminho ganhou um corredor tátil. O paciente usa sua bengala para seguir as indicações em alto relevo no chão. Todas as placas, dentro e fora, foram traduzidas para o braile.
Quem usa cadeira de rodas se beneficia das calçadas rebaixadas no caminho.
Dentro do instituto, chega ao segundo e ao terceiro andar usando um elevador hidráulico. Na hora dos exames, ele não precisa ser retirado da cadeira. O equipamento médico é todo adaptado. As pesadas cadeiras que são utilizadas pelos pacientes sem deficiência, por exemplo, podem ser facilmente deslocadas porque têm rodinhas.
As portas de todos os consultórios são mais largas e os balcões de atendimento ficaram mais baixos, também por causa das cadeiras de rodas.
Na sala de espera do Instituto de Olhos, há vagas para as cadeiras de rodas e, em breve, serão instalados assentos maiores para os pacientes obesos. Um funcionário está fazendo um curso de Libras (sigla de língua brasileira de sinais) para auxiliar os surdos. Um telefone para deficientes auditivos será adquirido brevemente.
"Fizemos tudo isso para que a pessoa com deficiência não seja excluída nem segregada. Estamos humanizando o atendimento", explica o oftalmologista José Ricardo Rehder, professor da Faculdade de Medicina do ABC.
A reforma, que incluiu a construção de uma nova ala, custou R$ 500 mil. O dinheiro foi doado por empresários do ABC paulista e da capital.
O Instituto de Olhos foi inaugurado em 2001. Com 120 médicos, realiza hoje cerca de 15 mil atendimentos por mês, entre consultas e cirurgias, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o Censo 2000, o Brasil tem quase 25 milhões de deficientes (15% da população).
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