Comprei um iPhone, parte 2

Parte 2 – A exploração

Voou para casa, segurando firmemente o saco que levava o fruto tão desejado, como se tivesse medo que alguém lho roubasse.
Mal entrou só teve tempo de atirar o casaco para o sofá e, num gesto nervoso, retirou a pequena caixa do saco.
Demorou-se a apreciá-la. Era uma caixa simples, com o tamanho do fruto, só que um pouco mais alta. Abriu-a e retirou o objeto de desejo. Por baixo um pequeno folheto e uma divisória plástica com o cabo, o carregador e os auscultadores.
Era uma embalagem minimalista, quase desconcertante pela sua simplicidade, mas reparou que o cartão de que era feita era de excelente qualidade, grosso, com um toque agradável que lhe sugeria uma matéria mais nobre, madeira talvez.
Mas este era apenas o toque inicial, o primeiro contacto, embora, desde logo, ficasse patente a marca e a filosofia do fabricante: simples, minimalista, belo, mas de excelente qualidade. E o que se vê por fora sente-se por dentro.
Pegou cautelosamente no aparelho como se fosse uma joia valiosa. O toque era muito agradável, uma moldura em alumínio preto (poderia ser branco se ela quisesse), teclas pequenas mas percetíveis, a parte traseira polida e macia e uma sensação semelhante quando se percorria com os dedos o monitor tátil de 3,5”, do tipo “retina” no qual era impossível ver qualquer pixel ou inconsistência luminosa.
A sensação era de um objeto robusto, bem construído, durável e, ao mesmo tempo, belo.
As dimensões eram normais para um aparelho deste género, cerca de 11,5cm de altura, por 5,8cm de largura e 0,93cm de espessura. O peso era o resultado de uma construção robusta e de muita tecnologia em tão pouco espaço, cerca de 140g.
Percorreu-o mais uma vez com os dedos finos agora para perceber melhor os detalhes.
No topo, à direita, um botão retangular, servia para ligar e desligar o equipamento.
Do topo oposto, à esquerda, uma ficha de 3,5mm servia para ligar os auscultadores.
Na face esquerda, perto do topo, um botão retangular e fino possibilitava a passagem para o modo silêncio. Mais abaixo, dois botões redondos e salientes serviam para ajustar o volume de som.
No fundo, por baixo uma ficha especial possibilitava a ligação do aparelho ao computador, carregar a bateria, ligar a uma série de dispositivos, como monitores externos, bases e carradas de periféricos, como medidores de tensão arterial, termómetros, multímetros, et. Era uma autêntica porta de ligação com o mundo.
Na face oposta, muito discretamente, a bandeja para o cartão micro Sim.
Na parte frontal, abaixo do monitor, no fundo e a meio, um botão redondo, grande servia para aceder ao menu de início e a outras funções. No topo o orifício para o altifalante e logo à esquerda a câmara frontal.
Depois desta exploração, deteve-se mais uma vez, sentindo o frio suave do alumínio e o toque macio das superfícies frontal e traseira, sentindo-as como se fosse seda.