Amigos!
Este evento ocorreu no SESC Vila Mariana, e foi sobre a capacitação profissional e inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho.
Leiam meus comentários a respeito.
O evento contou com a participação de dois palestrantes, sendo que a Jandira do Banco do Brasil nos explicou um pouco do trabalho que desenvolve.
Comentou sobre os dificultadores para preencher as vagas destinadas às pessoas com deficiência, haja vista que o banco do Brasil apenas contrata através de concurso, e segundo ela não há pessoas capacitadas para o preenchimento das mesmas.
Citou que infelizmente muitos não possuem escolaridade, devido a falta de oportunidade, ou às condições financeiras, ou ainda apoio familiar, de amigos, terapeutas ocupacionais, psicólogos etc.
Foi proposto que o banco do Brasil tivesse parceria com alguma associação que trabalhe com pessoas com deficiência, ou que a citada empresa oferecesse um curso preparatório para o concurso como se fosse um programa de formação, ou ao contratar a pessoa com deficiência, que lhe fosse fornecida uma ajuda de custo para que o indivíduo tivesse oportunidade de estudar, e Jandira ficou de verificar essas possibilidades junto ao banco.
Quanto ao professor Romeu Sassaki, ele comentou sobre o preconceito ainda existente por parte dos empresários na contratação de pessoas com deficiência, citou que estas pessoas como qualquer cidadão, têm o direito de escolher um trabalho que as realize profissionalmente, um emprego digno que lhe traga condições de sobrevivência, enfim um trabalho descente como ele chamou.
Contou-nos a história de um americano que teve uma doença de pele chamada dermatite, que adquiriu devido ao fato de ficar esposto várias horas à luz solar, e desde os 7 anos ficou cego e infelizmente praticamente sem movimentos, só movimenta o dedo de uma das mãos, e fica o tempo todo deitado em uma poltrona.
Mesmo com todas as dificuldades, venceu as barreiras, e atualmente é psicólogo.
Uma empresa no Alabama desenvolveu para ele um equipamento onde através de um controle o mesmo abre e fecha a porta, ascende e apaga a luz, liga e controla ou desliga o ar condicionado, enfim tem toda autonomia em seu consultório movimentando apenas um dedo.
Além do seu próprio consultório, atua em um hospital no Alabama com pacientes em fase terminal, onde possui o mesmo equipamento, e ainda conta com a mesma tecnologia em sua residência, um exemplo maravilhoso a ser seguido.
Romeu comentou ainda que infelizmente as palavras inclusão, acessibilidade e desenho universal, não estão engajadas na cultura de todas as pessoas, por isso as maiores dificuldades, pessoas que desconhecem o potencial de alguém com deficiência, ou ainda que não queiram ter problema, sem expor nomes ele citou empresários que ainda possuem a mentalidade, assim:
Enviem-me um deficiente que não me dê dor de cabeça, que não necessite de auxílio para nada, que não exija que eu precise fazer alguma adaptação na empresa, enfim me enviem um deficiente quase normal, por favor!.
Comentou ainda sobre empresários que contratam somente pela lei de cotas e que não dão o direito ao indivíduo com deficiência de escolher a função que queira exercer, citou até um exemplo chulo: nós temos aqui uma vaga para cuidar do chiqueiro de porco, você quer, quer, se não quiser problema seu, estou fazendo muito de lhe oferecer um empreguinho, não é isso que você necessita?
Ele disse que antigamente as dificuldades eram ainda maiores, principalmente em relação às pessoas com deficiência do sexo feminino, e hoje em dia muitas barreiras foram rompidas, mas ainda há muito por vencer, e depende de cada um de nós fazermos nossa parte.
O evento foi muito enriquecedor, aprendi muito, e, além disso, parei para refletir sobre questões que antes nunca havia pensado.
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