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Audiodescrição do quadro O grito, de Munch

por Daniel Serra
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Nota do Lerparaver: Segue um contributo que recebemos para divulgação, o qual agradecemos.

Caros amigos, a imprensa falada e escrita comentou sobre o quadro O grito de Edvard Munch, que acaba de se tornar a obra mais cara do mundo vendida no leilão da Casa Sotheby´s.
Estou encaminhando a audiodescrição que fiz da obra caso queiram compartilhá-la.
Abraços
Marisa Aderaldo
prof. Literatura hispnoamericana -Universidade Estadual do Ceará Doutoranda em Estudos de Tradução na Universidade Federal de Minas Gerais

AUDIODESCRIÇÃO
O quadro se intitula O grito. Foi pintado por Edvard Munch em 1895.
É uma obra expressionista em estilo figurativo não-realista.
A técnica empregada foi pastel sobre cartão.
Mede setenta e nove centímetros de altura por cinquenta e nove centímetros de largura.
Pertence à coleção particular do empresário norueguês Petter Olsen.

O quadro mostra três figuras humanas distantes entre si em uma espécie de ponte com uma paisagem marítima ao fundo.
Vamos iniciar a descrição com linhas imaginárias que dividiriam o quadro em três partes horizontais. Correspondente ao terço superior temos muitas linhas onduladas em sentido horizontal, pintadas com cores quentes em tons de vermelho alaranjado, laranja e amarelo, no lugar que corresponde ao céu.
Nos dois terços que correspondem à parte abaixo das linhas em cores quentes, uma linha diagonal central começa no lado superior esquerdo e vai até o lado inferior direito, dividindo o quadro em duas partes, como dois triângulos. Na parte à direita linhas ondulantes em tons de azul escuro contornam um centro claro em tons de bege, onde se vê dois traços negros que lembram um barco com o mastro.
Na parte à esquerda, abaixo da linha diagonal central, duas linhas diagonais formam uma espécie de grade de proteção na ponte onde estão três figuras humanas.
Em primeiro plano, como se estivesse próxima ao espectador, uma figura com traços humanos é vista até a altura dos joelhos. O corpo está em posição frontal e a cabeça está ligeiramente voltada para seu ombro direito. A pele do rosto e das mãos é clara, em tons de creme. Veste uma roupa em tons de azul escuro e nada indica que o traje seja masculino ou feminino.
Não tem cabelos nem sobrancelhas. As órbitas dos olhos são grandes e arredondadas e o olhar fixa algum ponto fora do quadro. As narinas são representadas por dois pontos, um vermelho e um azul.
A figura tem as mãos em concha sobre as orelhas e no lugar da boca um círculo oval negro lembra a letra O.
Em segundo plano, em menor tamanho, outra figura humana em perfil veste calça comprida e casaca em tons de azul escuro. As costas estão encurvadas e os cotovelos estão apoiados na grade proteção da ponte. Usa cartola e a cabeça está voltada para baixo. O pé esquerdo, apoiado no batente está à frente do pé direito.
Mais ao fundo, em tamanho ainda menor, outra figura de costas usa trajes masculinos, calças compridas, casaca e cartola, e parece caminhar em direção ao final da ponte.
O artista assina na extremidade inferior esquerda do quadro.
Este quadro tem uma moldura simples em madeira e, na parte inferior, uma placa em metal traz um poema escrito pelo pintor, em 1893: “I was walking along a path with two friends – the sun was setting – suddenly the sky turned blood red – I paused, feeling exhausted, and leaned on the fence – there was blood and tongues of fire above the blue-black fjord and the city – my friends walked on, and I stood there trembling with anxiety – and I sensed an infinite scream passing through nature”