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Comentários efectuados por Luís Ferreira

  • Luís Ferreira comentou a entrada "O presidente da ACAPO não deveria ser cego?" à 12 anos 11 meses atrás

    Olá Filipe,
    Não foi isso que eu disse.
    Eu critiquei aqueles que colocam em questão a competência dos cegos. Aliás começo por uma citação entre aspas dita por um professor de educação especial que trabalha com cegos.
    É pena que a sociedade não nos dê mais possibilidades, porque temos em Portugal pessoas com deficiência com capacidades, por isso, eu defendo, como não poderia deixar de ser um cego para presidente da ACAPO, até porque a ACAPO é uma organização de cegos e portadores de baixa visão, por isso, são essas pessoas que devem assumir os cargos directivos e temos muitos que são capazes, aliás até agora todos foram aguentando a instituição viva, apesar das crónicas dificuldades financeiras que a ACAPO tem tido.

  • Luís Ferreira comentou a entrada "Nem sempre o que parece é!" à 13 anos 6 meses atrás

    A crítica que a ACAPO está a viver apenas à custa do estado não é assim tão justa, porque existem outras fontes de financiamento da ACAPO como as quotas, os fundos europeus, as campanhas de solidariedade, etc.
    A ACAPO recebe apoios do EStado, tal como outras organizações de pessoas com deficiência, aliás, dando cumprimento à Constituição, artº.s 71 a 73.
    Tal como as associações de pessoas com deficiência, quantas não são as organizações que recebem apoio do Estado? Qunatas não são as empresas que só existem, porque têm apoios públicos ou negócios com entidades públicas. Quantos bancos e outros grupos económicos não recebem benefícios fiscais e depois os seus gestores vem para a televisão com cara de pouca vergonha e safadeza pedir sacrifícios ao povo?
    O senhor, que nem teve o atrevi,mento de se apresentar, representa um dos muitos neoliberais que andam por aí nos dias de hoje.
    Se o comunismo não deu certo, porque colocava tudo nas mãos do Estado, limitando ao máximo a liberdade dos cidadãos e impedindo a realização dos seus sonhos, o fascismo também era errado, porque limitava a liberdade e oprimia os opositores e os mais fracos, então o neoliberalismo também não é melhor, porque muito embora fale em liberdade, o que faz é concentrar em meia-dúzia de senhores que se julgam os senhores do mundo, os intelectuais, mas que nada mais têm do que dinheiro e poder. O neoliberalismo, o que defende é o safe-se quem puder ou suber, é a lei do mais forte. É contra ele que eu luto, até através da literatura, pelos livros que vou escrevendo.
    Quanto aos funcionários públicos, eu também o sou, mas sempre me pautei pela responsabilidade, pelo trabalho e por tentar fazer o meu melhor. Tenho tido algumas falhas, é verdade, mas isso não significa que é por ser funcionário público, muitas vezes nem sequer por ser deficiente visual.
    Por causa do neoliberalismo, estamos numa fase em que se diaboliza quem trabalha para o Estado, dizendo que nada fazem e que são uns privilegiados. Que eu saiba não ganho aos três, cinco ou dez mil euros como tantos gestores de empresas privadas. Que eu saiba o meu patrão não me dá o dia de anos para eu estar com a família ou fazer o que quiser.

  • Luís Ferreira comentou a entrada "Nem sempre o que parece é!" à 13 anos 6 meses atrás

    Apenas foi minha intenção dar a minha opinião sobrea a localização das novas instalações da ACAPO em Leiria, não quis ofender fosse quem fosse, o Sr. José Monteiro é que parece ter ficado ofendido comigo. Mas, tenho direito a dar a minha opinião, porque vivemos numa democracia.
    Eu ando a ler livros sobre cegos e portadores de baixa visão e pelo que vários autores dizem, a pessoa com deficiência visual, tal como muitas outras pessoas com deficiência são demasiado sensíveis e muito revoltadas, mas temos de ter calma e respeitar a opinião alheia, mesmo que ela não esteja certa.
    De facto, um dos males é nós, pessoas com deficiência não ocuparmos mais cargos não só nas nossas associações, mas também em locais que nos digam respeito, como em bibliotecas especializadas e em centros de recursos.
    Eu falo de Leiria, porque é onde vivo agora e fica perto da terra de onde nasci, contudo sei bem que os preconceitos, a discriminação, etc. são um pouco por todo o país, aliás eu já residi em várias regiões e constatei isso, agora custa-me na Região de Leiria as pessoas pensarem de nós o que pensavam há vinte ou trinta anos atrás.
    Quanto à ACAPO, tenho a elogiar o trabalho das técnicas a Drª. Ana e a Drª. Liliana, que eu julgava só estarem lá a ocupar os dias, mas não é isso, elas até perdem sábados e noites para acompanharem os cegos, porr conseguinte devem ser apoiadas. Por exemplo, elas vão com as crianças e jovens deficientes visuais à hipoterapia, elas têm uma sala de estimulação para crianças deificientes visuais, a psicóloga desloca-se à escola de referência para apoiar os meninos cegos 90 minutos por semana e iss eu sei, porque estou lá colocado nessa escola este ano, elas acompanham os cegos ao teatro, à canoagem, etc. É claro que se estão a ser pagas é para trabalharem, mas não estão lá a olhar.
    Qunato ao falso "conflito" entre mim e a ACAPO tem a ver com o seguinte, é que eu luto pela educação, reabilitação, integração e autonomia dos cegos e portadores de baixa visão, muito embora pouco posssa fazer sozinho, a maioria dos dirigentes da ACAPO não o têm feito e podiam, porque estão a ocupar cargos onde alguma coisa podiam fazer.
    Apesar de tudo, espero que a ACAPO não feche e não irei obstaculizar nem actuais, nem futuros directores
    Por mim, tudo como antes destes comentários.

  • Luís Ferreira comentou a entrada "Nem sempre o que parece é!" à 13 anos 6 meses atrás

    Eu, não tenho as quotas em dia, no entanto isso não me impede de dar a minha opinião.
    De qualquer forma, pretendo esclarecer apenas que não tenho intenções de liderar a ACAPO, por conseguinte, podem dizer o que quiserem sobre as minhas opiniões, mas tenho direito a expressar a minha opinião, já não vivemos no vinte e quatro de Abril.
    A mim, o que me custa é ver a discriminação e o preconceito a que nós cegos e/ou portadores de baixa visão ainda estamos sujeitos um pouco por todo o país, incluindo aqui em Leiria e arredores.
    Por acaso, alguém acha bem, os passeios estarem cheios de carros em cima no centro da cidade;
    alguém concorda com o facto de não termos sinais sonoros em alguns locais de muito movimento, só porque algumas pessoas com ouvido muito sensível e personalidade demasiado snobe não podem ouvir uns apitinhos de vez em quando;
    também concorda com a ideia que uma pessoa com deficiência ser considerada uma inútil, não podendo susufruir de autonomia para viajar ou trabalhar sem ter de estar permanentemente aocmpanhado, pois é isso que pensa muito boa gente em Leiria, em Pombal ou na Batalha;
    considera positivo os preconceitos que professores têm em relação a alunos ou a colegas com deficiência;
    acha bem, o que uma professora primária minha fez, colocar-me três anos a fazer desanhos com a sua filha mais nova, trinta anos depois fizeram o mesmo a uma criança da nossa zona, agora ela foi para a escola onde estou a trabalhar este ano e tem imensas dificuldades, porque só aprendeu braille no ano passado. Caso ela não tenha apoio, será mais uma vítima desta sociedade injusta e injustificavelmente selectiva.
    Quanto à ACAPO, não se preocupe, não sou candidato às listas de presumíveis candidatos, aliás sou anti-poder e não tenho perfil para uma direcção, a mim o que me interessa é dar-me bem com toda a gente, sentir-me feliz, trabalhar como professor e continuar a escrever e a publicar livros. As quotas, era para as pagar, mas por incúria não as paguei, agora que a ACAPO está mais longe não sei quando as irei pagar, caso me expulsem de sócio, azar! Não há-de ser por causa disso que deixarei de criticar uma ou outra opção da ACAPO ou de lutar pela integração dos deficientes visuais ,, por isso, valorizo a educação dos cegos, a reabilitação e a sua integração.

  • Luís Ferreira comentou a entrada "Será que podemos participar na sociedade?" à 13 anos 9 meses atrás

    Gostei de todos os comentários que foram aqui colocados, principalmente, o da Céu. Realmente é difícil participar na sociedade, porque sobreviver no mundo dos ditos normovisuais é muito difícil e no mundo dos cegos é quase impossível.
    Relativamente às escolas, eu por onde tenho passado, tenho sido sempre alvo de discriminação, ecxepto numa escola onde não notei nada e numa outra onde estive dois anos e onde também não tive problemas de maior.
    Actualmente, estou a leccionar numa escola do Continente e tenho sido não só de discriminação, mas sobretudo de alunos e pais que me rejeitam por eu ver pouco. Alguns pais exigiram a presença permanente de um professor da área na sala de aula, outros o meu afastamento, outros que se falasse dos "professores invisuais",, na minha escola, somos dois. Muitos alunos não querem ter aulas com um professor cego ou com baixa-visão. Tive uma reunião com os pais de uma das turmas que leccionei este ano e eles não puseram em causa nem se eu era bom ou mau professor, nem se sabia ou não dar aulas, mas sim a minha deficiência visual. Alguns alunos portaram-se mal por eu não ver e assumiram isso mesmo. Muitos professores são racistas relativamente aos cegos e não só.
    A própria delegada de grupo, que foi a uma das minhas aulas, disse-me que tudo tinha corrido bem da minha parte, e que nós tinhamos o direito a trabalhar, mas se os pais e os moços pensavam assim não valia a pena, pois uma coisa são os direitos, outra a sua efectivação, porque a sociedade não está preparada para aceitar um trabalhador com deficiência.
    Para mim, os professores cegos ou amblíopes em início de carreira não terão futuro nenhum, exceptuando um ou outro caso, agora com as novas tecnologias nas escolas, muitas delas inacessíveis a nós, com a avalação, a indisciplina e o modo de pensar de muitos professores, alunos e pais, será fatal a nossa permanência na escola. Muitos poderão pensar que existe a educação especial, eu gostava de lá trabalhar, porém temos o mesmo problema, os pais, os colegas.
    A escola inclusiva é um mito, o governo tem apostado e muito bem nisso, mas a sociedade retrógrada, conservadora e doentia que Portugal tem, sobretudo fora dos grandes centros urbanos, impedirão o progrsso da escola inslusiva. Eu sou um acérrimo crítico dos políticos, mas aqui eles fizeram o seu trabalho, o problema é depois esta sociedade que vive ainda à sombra de mitos do passado.

  • Luís Ferreira comentou a entrada "Descriminações em mobilidade... será que os professores estão preparados para ensinar alunos cegos?" à 15 anos 11 meses atrás

    Os professores têm de estar preparados para lidar com todo o tipo de alunos, sobretudo se são professores de apoio a alunos com deficiências. Enquanto fui aluno nunca tive razões de queixa dos professores, nem do ensino especial, nem do ensino regular.
    No Ribatejo uma professora de Português-Francês com horário zero foi encaminhada para apoiar um aluno com deficiência, ficou horrorizada e para ela o domingo era um dia horrível, porque na segunda-feira iria ter um aluno com uma deficiência grave para apoiar.
    Em Lisboa uma professora foi colocada para dar aulas durante todo o primeiro período, numa das turmas tinha dois alunos com deficiência, diz que foi terrível para ela e o maior gosto que teve foi ter ter terminado o contrato e ir para casa, para deixar de ter aquela turma.
    Eu sou amblíope e professor e tal como digo no meu Blog, fui alvo de discriminação no ano passado e no início deste ano por parte dos Conselhos Executivos, felizmente deram-me destacamento e pelo menos estou a dar apoio a alunos com dificuldades de aprendizagem. porém os preconceitos de muitos colegas são muitos e já sei que com a avaliação dos docentes serei um a ser expulso do ensino.
    No dia 11 de Abril quando ia a dobrar o corredor que ao fundo dá acesso à sala de professores, eram 13:15h. um colega e uma colega iam saindo sda sala e conversando quando ele exclama para ela: já o cego! Tal afirmação provocou em mim sorrisos estampados no rosto, pois um cego total não anda sozinho, leva sempre uma bengala ou um cão. E depois vêm esses professores demonstrar arrogância julgando que pertencem a uma elite.
    É claro que nunca se diz a um aluno cego: a tua mobilidade é horrível! Nem nunca se chama burro ou ignorante a um aluno, independentemente de ele ser cego ou dito normal.