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"O Estrangeiro" revive medo nuclear

por Lerparaver

"O Estrangeiro" baseia-se em "The tin can people" de Edward Bond

Cláudia Luís

"O Estrangeiro" é uma peça de teatro e um projecto social em simultâneo que estreia, de pois de amanhã, no Estúdio Zero, no Porto. A companhia 'As Boas Raparigas vão para o céu, as más vão para todo o lado' associou-se à Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (Acapo) para levar à cena um espectáculo sobre "o horror e o medo de um holocausto nuclear".

A peça baseia-se na obra "The tin can people", do dramaturgo inglês Edward Bond, autor que ficaria conhecido, na década de 60, pela polémica opção de recorrer à violência como metáfora para capitalismo. Se "O casamento do Papa" o destacou entre a nova geração de autores de teatro britânicos em 1962, "Salvado", peça onde um bebé era apedrejado no seu carrinho, não teve autorização para subir ao palco, em 1965.

A acção de "O Estrangeiro" decorre 17 anos depois do holocausto nuclear, em armazéns cheios de latas de comida ocupados por um grupo de sobreviventes. A história absolutamente pacífica adensa-se quando a comunidade acolhe um desconhecido e morre um dos elementos do grupo. Com o aumento do número de falecimentos, a desconfiança volta-se para o forasteiro o líder da comunidade decide que deve ser morto.

A peça é interpretada por invisuais. Com o objectivo de aproximar o público à realidade artística, As Boas Raparigas estenderam a missão à Acapo. O envolvimento da associação acabou por ultrapassar a abordagem inicialmente prevista ao universo dos deficientes visuais para abranger questões sociais e civilizacionais de fundo.

"O Estrangeiro" está em cena até ao dia 21 de Janeiro e os bilhetes custam 8 euros.

Fonte: http://jn.sapo.pt/2006/12/25/cultura/o_estrangeiro_revive_medo_nuclear.html

Comentários

Interessante por ser interpretada por deficientes visuais, e também por infelizmente retratar a violência mas como é algo que existe e não podemos fugir disso, que fique o alerta para o mal que a violência causa.