Retina registra o tipo de gordura presente na dieta, e testes em ratos indicam benefícios do ômega-3 para evitar problemas nessa camada do olho
WASHINGTON - Uma rede internacional de médicos está prestes a iniciar um teste para determinar se óleos de peixe podem evitar uma doença que ataca os olhos de bebês prematuros. O processo é parte de uma pesquisa envolvendo três substâncias que aparentemente beneficiam a saúde dos olhos, e que bebês prematuros perdem a chance de absorver do organismo da mãe.
"Estamos tentando imitar o que ocorre no útero", explica a médica Lois Smith, oftalmologista do Children´s Hospital Boston, que lidera o esforço. "Em vez de dar remédios, faremos um tratamento de reposição".
Evitar a doença, chamada retinopatia da prematuridade (ROP, na sigla em inglês) é um objetivo importante, porque não há um método garantido para salvar a visão da criança, uma vez que o mal se instale. Terapia de raios laser reduz, mas não elimina, o risco de cegueira, e muitos dos bebês que não ficam cegos ainda assim sofrem danos graves.
E o problema não diz respeito apenas aos bebês. O mesmo crescimento anormal de vasos sanguíneos por trás da ROP também desencadeia duas importantes causas de cegueira entre adultos, a retinopatia diabética e a degeneração macular. Cientistas já estudam que os ácidos graxos ômega-3 podem proteger os olhos dos adultos, também.
Essas doenças destroem a retina, uma camada do olho que abriga uma porção maior de certas gorduras do que outros órgãos. Coma muito salmão, rico em ômega-3, e sua retina mostrará o fato. Coma muito hambúrguer, e a retina registrará o tipo diferente de gordura. A composição da retina muda com a dieta.
As mães passam ômega-3 para os bebês principalmente durante o último trimestre da gestação, quando os olhos se desenvolvem mais depressa. Bebês prematuros não só perdem parte dessa transferência, como o ômega-3 não faz parte da alimentação intravenosa que muitos recebem após o parto.
Para descobrir se o ômega-3 teria um papel na prevenção da ROP, pesquisadores criaram uma doença semelhante em ratos e alimentaram parte dos animais com uma dieta rica em gorduras comuns, e parte com uma dieta mais rica em ômega-3. Os ratos que receberam o ômega-3 tiveram a taxa da doença reduzida pela metade. Fonte: Associated Press
Fonte: http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2007/jul/09/255.htm
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