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Áudio-descrição: Opinião, Crítica e Comentários - blog de Francisco Lima

Sexta Lição de Áudio-descrição: Barreiras Atitudinais que o Tradutor Visual Deve evitar

por Francisco Lima

Prezados,
É muito comum vermos áudio-descrições que, em lugar de traduzirem um dado evento visual, buscam explicá-lo. Explicações que sucedem a uma descrição, ou subestimam a capacidade cognitiva do usuário, ou, como é igualmente muito comum, constituem claro desconhecimento das diretrizes que sustentam a boa áudio-descrição.
Todavia, não é apenas a barreira atitudinal de subestimação que permeia as áudio-descrições por aí: muitas outras barreiras são encontradas.
Vocsê seriam capazes de identificar alguma das barreiras atitudinais abaixo, em alguma áudio-descrição que vocês conhecem?
Acho que sim!
Bem, fiquem com alguns dos trechos que uso para discutir esse tema em minhas aulas.
Cordialmente,
Francisco Lima
Curso de Áudio-descrição Imagens que Falam

Barreiras Atitudinais na Áudio-descrição
• Generalização
– Tomar do conhecimento que o áudio-descritor tem de uma pessoa com deficiência ou de um grupo de pessoas com deficiência para fazer uma áudio-descrição esteada nessa pessoa ou grupo, desconsiderando o fato de que a deficiência não iguala as pessoas.

Barreiras Atitudinais na Áudio-descrição
• Padronização
– Fazer a Áudio-descrição de maneira padronizada, sem distinguir as nuances típicas de cada modalidade (fílmica, teatral etc.), meramente esteada num modelo o qual eventualmente foi bom/deu certo anteriormente.

Barreiras Atitudinais na Áudio-descrição
• Ignorância
– Desconhecer sobre quem são as pessoas com deficiência, as idiossincrasias da baixa-visão e da cegueira, ignorar o potencial do espectador com deficiência visual para compreender os conteúdos visuais e a própria Áudio-descrição.

Barreiras Atitudinais na Áudio-descrição
• Medo
– Temer interagir com o público da Áudio-descrição, receando não saber como lidar com uma situação em que a pessoa com deficiência esteja presente; recear cometer erros por conta desta interação, assim, negando-se a essa interação.

Barreiras Atitudinais na Áudio-descrição
• Subestimação
– Acreditar que o usuário(a) não terá condições de alcançar a compreensão da obra ou da própria áudio-descrição, por conta da deficiência dele ou dela.

Barreiras Atitudinais na Áudio-descrição
• Inferiorização
– Creditar à deficiência o não entendimento da obra Compensação por parte de uma pessoa cega ou com baixa visão, acreditando que foi a deficiência a razão deste não entendimento.

Barreiras Atitudinais na Áudio-descrição
• Compensação
• Antecipar a Áudio-descrição de um dado evento, explicar uma dada cena ou informar ao usuário da Áudio-descrição sobre algo ainda não disponível aos demais expectadores, visando suprir a “falha ou falta” do sentido da visão aos expectadores com deficiência visual.

Barreiras Atitudinais na Áudio-descrição
• Rejeição
– Recusar interação com o público da áudio-descrição. Achar que a interação com os usuários só deve ser feita pelos técnicos ou evitar conhecer a respeito do que é ser uma pessoa cega ou pessoa com baixa-visão.