A superproteção da família mais um obstáculo do que um incentivo à autonomia das pessoas com deficiência.
E o pior de tudo é que fazem de nós precisamente o que não queremos ser: dependentes dos outros...
Quando queremos ser nós mesmos a decidir muitas vezes acaba em discussão porque sempre nos acharam (e acham) vulneráveis e que vamos precisar que andem connosco ao colo para cá e para lá.
Como podemos ser adultos responsáveis se nos cortam as asas ou não nos deixam aprender com as quedas da vida?
Temos uma quota parte de culpa por termos deixado a nossa família proteger-nos excessivamente e cabe a nós reverter esta situação sob pena de nos tornarmos pessoas passivas e submissas ou amargas e revoltadas com a vida.
Não precisamos que nos recordem a toda a hora que temos uma limitação porque são as nossas limitações que nos fazem progredir, procurar trilhar caminhos alternativos e desenvolver ao máximo as capacidades que temos intactas e que nos tornam mais conscientes do nosso potencial, muitas vezes desprezado por nós mesmos.
Se a nossa família pensa que tem obrigação moral de nos proteger por a sociedade nos considerar menos que os outros, esta ideia é mais perniciosa e errada do que nos incentivarem a procurarmos ser o máximo de autónomos e a depender menos dos outros.
Além disso, a superproteção consciente ou inconsciente só mina a nossa auto-estima, deixamos de confiar em nós mesmos por insegurança e acabamos por deitar-nos à sombra da macieira à espera que sejam os outros a fazer o que nos compete...
Precisamos que entendam de uma vez por todas que somos donos da nossa vida e que temos o dever para connosco de sermos adultos responsáveis e retribuirmos o que a nossa família fez por nós com a nossa gratidão genuína e de não sermos um peso para ninguém, pois é esse o papel fundamental da família: preparar-nos para a vida e para sabermos virar-nos sozinhos no mundo.
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