Mais Visão aponta problemas visuais em 37% das crianças consultadas na Fundação Penido Burnier.
Na próxima terça-feira, dia 20 de março, a partir das 10 horas recebem óculos no anfiteatro do Instituto Penido Burnier 244 crianças ou 37% dos 650 alunos de pré-escola que passaram por consulta médica no Mais Visão, entre outubro e dezembro de 2006.
Das 27 mil crianças beneficiadas pela terceira edição da iniciativa, a triagem visual indicou necessidade de consulta para 3,37 mil crianças que serão atendidas pela equipe médica da Fundação Penido Burnier em grupos de 240 ao mês, até outubro deste ano. Nesta edição já foram distribuídos 489 éculos e a doação deve ultrapassar a previsão de mil óculos ao final do atendimento.
Patrocinado pela Tecnol (armações), Transitions e Instituto Varilux da Visão (lentes oftálmicas) o programa é uma parceria da Fundação Penido Burnier e Prefeitura Municipal de Campinas. Segundo o diretor médico do projeto, Leôncio Queiroz Neto, os objetivos do Mais Visão são reduzir a evasão escolar que tem como maior causa a deficiência visual e prevenir a cegueira monocular causada pela ambliopia (olho preguiçoso).
Por isso, explica, esta edição se estendeu às crianças da pré-escola, período em que a visão ainda está em desenvolvimento e o olho preguiçoso pode ser corrigido, evitando 60% dos casos de cegueira monocular. A questão é mais grave do que se possa imaginar. Das 2,2 mil crianças da pré-escola encaminhadas para consulta, a triagem indicou que 30% (840) são portadoras de olho preguiçoso.
Nesse grupo de 244 crianças que estão recebendo os óculos, o médico conta que 10% são portadoras de ambliopia, 40% têm miopia, 25% hipermetropia, 13% miopia associada a astigmatismo e 22% astigmatismo.
TRATAMENTO ESBARRA NA FALTA DE INFORMAÇÃO E
ALTERNATIVA
Para Queiroz Neto o fato da deficiência visual não alterar a aparência e da criança não saber distinguir se vê o mundo com nitidez associado falta de recursos e de informação são os maiores entraves para o maior cuidado durante a infância. Ele diz que a visão atrapalha não só o desenvolvimento cognitivo e a performance escolar. Influi também no comportamento e estado emocional. Isso porque a visão é responsável por 80% de nossa integração com o meio ambiente. Não por acaso, ressalta, a pesquisa feita pelos educadores com os alunos da segunda edição do Mais Visão demonstrou que 50% tiveram melhora no rendimento escolar e 36,2% ficaram menos agitados depois que começaram a usar óculos.
Os principais sinais de que uma criança não enxerga bem são:
Queixas de dor de cabeça, tontura, náusea e hipersensibilidade à luz
Olhos vermelhos ou lacrimejantes.
Apertar ou esfregar a vista com freqüência.
Evitar atividades ao ar livre.
Aversão à leitura.
Excessiva dispersão ou indisciplina.
AULAS BEM VISTAS
A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 7,5 milhões de crianças em idade escolar sejam portadoras de algum tipo de deficiência visual. Destas, 25% apresentam sintomas; os outros 75% necessitam de testes específicos da visão. Para reduzir o problema a Fundação Penido Burnier lançou nesta edição do Mais Visão um software que permite aos pais e professores fazer a avaliação visual completa das crianças, disponível no site www.penidoburnier.com.br
Queiroz Neto afirma que o software é auto explicativo e pode ser usado em qualquer parte do país. Para crianças não alfabetizados o ideal é usar a tabela de figuras e para alfabetizados a carta de snellen ou de alfabeto. A avaliação, explica, deve ser feita em um olho de cada vez. Para avaliar o olho direito a criança deve tampar o esquerdo com a mão em forma de concha. Caso já use óculos, o teste deve ser feito primeiro com eles e depois sem, ressalta. A avaliação deve ser iniciada do alto da cartela, indicando com uma ponteira duas ou três imagens ou letras da mesma linha. Se a criança ficar indecisa com alguma imagem ou letra, o especialista recomenda mostrar outra da mesma linha para ter certeza de que há mesmo uma falha da visão. A acuidade visual de cada olho, correspondente à ultima linha que a criança leu, deve ser anotada. Queiroz Neto diz que o limite de visão considerado normal 0,8. Resultados abaixo disso podem indicar necessidade de óculos ou exame médico mais detalhado.
Informações à Imprensa: Eutrópia Turazzi LDC Comunicação
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