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CFM reavalia cirurgias de correção visual

por Eutrópia

Para melhorar a visão da maioria dos brasileiros, cirurgia corretivas são reavaliadas pelo CFM (Conselho Federal de Medicina). Nova técnica promete acabar com presbiopia.

A maioria dos brasileiros que usa óculos continua não enxergando bem, segundo recente pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Diante disso, o CFM (Conselho Federal de Medicina), órgão responsável pela regulamentação do exercício da Medicina no Brasil, reavaliou em 2006 a pedido do SBO (Sociedade Brasileira de Oftalmologia) os procedimentos com finalidade de correção visual realizados no país: cirurgia refrativa com Excimer Laser, implante de anel intra-corneano e de lentes intra-oculares para correção ocular. Nada mais natural. De acordo com Leôncio Queiroz Neto, oftalmologista do Instituto Penido Burnier e do hospital Albert Einstein, os erros de refração acometem cerca de 50% dos brasileiros e o crescimento da população com mais de 40 anos torna inevitável o surgimento da presbiopia para uma parcela maior de brasileiros.

Impulsionada pelo uso intensivo do computador que exige mais da visão de perto, a hipermetropia (dificuldade de enxergar de perto) atinge 34% da população, contra 10% de miopia (dificuldade de enxergar de longe) e 6% de astigmatismo (irregularidade da córnea que distorce as imagens de perto e longe). Já a presbiopia ou vista cansada acomete 24,5% dos brasileiros e 100% dos que têm mais de 40 anos.

O médico afirma que as lentes oftálmicas para corrigir miopia devem ser divergentes já que o foco é formado antes da retina. Por isso, explica, a acuidade visual sofre interferência da distância vértice (DV) entre a lente e o olho e a minimização das imagens (MI). Resultado - Muitos míopes não se adaptem aos óculos, especialmente os que têm mais de 5 graus de miopia por conta da maior redução das imagens e campo visual.

Já na hipermetropia e presbiopia a imagem se forma atrás da retina. Nesses casos, as lentes são convergentes e fazem com que as imagens aumentem.

Queiroz Neto diz que as lentes de contato eliminam a distância vértice e por isso melhoram a acuidade e campo visual, especialmente para quem tem miopia acima de 4 graus, hipermetropia ou presbiopia a partir de 3 graus. O problema é que nem toda pessoa se adapta às lentes de contato e as maiores causas da dificuldade de adaptação são a baixa produção do filme lacrimal que torna as lentes incômodas e a rotina da manutenção.

Não por acaso, um levantamento feito pelo médico em 2005 com 1,25 mil pacientes na faixa etária de 20 e 48 anos demonstrou que 60% das pessoas que têm dificuldade de enxergar gostariam de eliminar os problemas visuais definitivamente para ganharem mais liberdade no dia-a-dia.

Avanços nas cirurgias corretivas não faltam, mas cada caso é um caso, observa o médico. Tanto que alguns centros já fazem estudos visando aumentar a espessura da córnea que por ser fina impede 20% da população de passar pela cirurgia refrativa. Para quem que têm visão subnormal, ou mesmo présbitas a alternativa também pode ser o implante de lentes intra-oculares multifocais após avaliação médica, esclarecimento dos benefícios e possíveis riscos, observa.

O especialista diz que a correção da vista cansada (presbiopia) já conta com uma nova técnica ainda em fase protocolar, a preslasik, em que o cirurgião molda com laser o centro da córnea para enxergar de perto e a periferia para longe A cirurgia, comenta, ainda associa a correção de pequenas aberrações na superfície da córnea que também são corrigidas nas cirurgias refrativas personalizadas e comprometem até 20% da acuidade visual Estas aberrações são mais freqüentes em portadores de astigmatismo e responsáveis pela visão de halos noturnos em 10% dos que passam pela cirurgia refrativa. Queiroz Neto conta que os resultados de preslasik que já realizou com pacientes que concordaram em passar pela técnica foram bastante positivos, mas a cirurgia ainda é apenas uma luz no fundo do túnel até sua liberação pelo CFM. Outras técnicas que vem sendo usadas para corrigir a visão de quarentões são: a visão monocular em que o cirurgião deixa um olho enxergando para perto e outro para longe, e o implante de lentes intra-oculares multifocais. Naturalmente, todos os procedimentos têm riscos e antes de decidir o paciente deve estar bem informado, conclui.

Informações à Imprensa: Eutrópia Turazzi – LDC Comunicação

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