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Comentários efectuados por Gato Silvestre
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Agora disseste tudo! Antes de se dedicarem a desportos radicais e a julgar a auto-estima dos outros olhem para os exemplos como o que sitaste. mal resolvidas são as mentalidades destas pessoas que se refugiam em supostas sensibilizações quando o verdadeiro lixo se encarregam de o esconder embaixo do tapete. mais uma vez estou completamente ao teu lado.
Gato Silvestre
Cara Maria, certamente que como diz e muito bem a liberdade de expressão é permitida em Portugal mas também devo lembrar a senhora de que a boa educação quando se trata de debates e confrontos de ideias deve prevalecer.
Quem leu o meu texto sem fanatismos ou manias da perseguição certamente entendeu que a crítica não é para esta iniciativa em particular mas para todas as que lhe são semelhantes. e como em tudo todos somos livres de gostar ou não do que quer que seja.
Quanto ao seu conceito de quarto escuro é bem mais evoluído que o meu já que no meu tempo e no de muitos leitores este jogo equiparava-se ao bate pé ou a verdade e consequência que não sei se chegou a jogar. Mas com a revolta que fala do quarto escuro deve ter-lhe corrido mal a experiência.
Em questão de auto-estima está muito bem obrigado e quanto a defender as pessoas cegas e fazer algo pela sua dignificação também nada tenho a temer porque o que fiz e farei será feito sem necessidade de protagonismo e sem apregoar aos 4 ventos o que se fez ou deixou de fazer.
já agora, quando falar com alguém eleve o nível de linguagem e debata ideias sem partir para ofensa pessoal porque no meu texto foram usadas algumas figuras de estilo para defender uma ideia e jamais ofensas como as por si feitas a quem não conhece.
Quanto ao pseudónimo nem me preocupo com isso porque grande parte dos leitores sabem a quem pertence o blog e não fui nem serei o primeiro a escrever sob pseudónimo o que aliás penso também ser o seu caso.
Gato Silvestre
É mais fácil elaborar preconceitos em relação ao que quer que seja que tentar conhecer a realidade das coisas e esta questão muito bem lançada para reflexão por parte do José Filipe não foge à regra.
Eu mesmo fui muitas vezes abordado com perguntas em relação à minha vida sexual mas quase todas transportando uma resposta preconcebida em que eu ou não tinha, ou nunca iria ter, ou teria de ter vida sexual apenas com pessoas também cegas.
O certo é que a realidade dos factos foi bem diferente e posso dizer que nunca senti na pele o facto de ser cego em relação a esse tipo de questões. Muitos colegas normo-visuais me diziam em tom de brincadeira que as melhores mulheres se aproximavam era de mim.
Ao longo da minha vida sempre mantive relações afectivas com pessoas normo-visuais sendo que nelas se inclui um casamento do qual tenho um filho e duas uniões de facto
Volto a dizer que nunca tive problemas mesmo até nas chamadas relações de circunstância que surgiram naturalmente e nunca o facto de ser cego dissuadiu que as coisas tivessem de acontecer.
Por último deixo aqui a minha opinião sobre uma questão fundamental para qualquer relação até mesmo as tais de momento ou circunstância.
Para que isso aconteça tem de se estabelecer uma afinidade chamem-lhe amor, desejo, etc., mas o certo é que tem de existir e que me perdoem os mais materialistas mas a afinidade vem da alma e não do corpo.
A chamada atracção física, até essa começa na alma. Em resumo se não houver afinidade os corpos podem andar enrolados na maior das loucuras que é rigorosamente a mesma coisa que provar o maior dos manjares sem o tão indispensável sal.
No fundo a fronteira entre a sexualidade de quem vê ou quem não vê está delineada no conhecimento que se tem ou não da realidade tal qual ela é e cada caso é um caso e cada pessoa é uma realidade individual.
Respondo à sua pergunta com a frase que dá título ao meu blog neste espaço.
Ser deficiente não é o fim do mundo.
Uma região que durante todo o ano faz bandeira do facto de receber para estágio alguns dos maiores nomes mundiais quer em desporto individual quer em desporto colectivo, revela no entanto uma grande lacuna no que ao desporto para deficientes diz respeito.
As associações queixam-se da falta de apoios quer a nível económico quer a nível de infra-estruturas mas o certo é que falar de desporto adaptado em terras algarvias é coisa que pouco ou nada se ouve.
Numa iniciativa do jovem Diogo Costa responsável pelo Jornal Ver sem olhar e que apesar dos seus 17 anos já demonstra um espírito de iniciativa que faz inveja a muitos que embora a idade e a experiência deram credenciais, colocou mãos à obra e organizou uma comemoração muito simples mas com um toque de classe que nada fica a dever a organizações muito elaboradas e que se ficam apenas pela sua complexidade e mais nada.
O dia mundial do Braille foi assim assinalado na biblioteca municipal de Albufeira com um debate em que participaram alguns invisuais dando testemunho sobre a importância da escrita a branco para os cegos, tendo sido também feita uma reflexão sobre os novos tempos e tecnologias às quais sem dúvida o código de escrita e leitura utilizado pelos cegos inventado por Luís Braille em pleno Século XIX terá de se habituar e com as quais inevitavelmente terá de conviver.
Houve ainda tempo para falar de educação inclusiva tendo sido constatada a ineficácia de medidas totalmente teóricas que são tomadas por quem tem poderes para isso mas que na prática se revelam totalmente desajustadas da realidade dos estudantes deficientes visuais.
Aqui coube o testemunho de quem estuda no ensino secundário mas também de quem já frequenta cursos superiores sendo comum a conclusão de que falta muito para se atingir o tão apregoado ensino inclusivo.
Ouvimos também a voz de quem tem por missão apoiar os jovens cegos durante a sua formação escolar e mais uma vez se nota que a inclusão fica no papel e na demagogia de quem tem por missão torná-la uma realidade palpável.
Sente-se que vale a pena a boa vontade e entrega que se coloca no trabalho de apoio a um jovem invisual quando mesmo com todas as barreiras materiais e não só, ainda por cima se esbarra na falta de reconhecimento por parte de quem deveria facilitar todo esse trabalho, quando se recebe da parte desse jovem o abraço embargado pelas lágrimas de emoção e agradecimento pela formação recebida que mais que académica é uma lição de vida.
Foi assim que Diogo Costa abraçou a sua professora Sezantília, verdadeiro exemplo de entrega à causa de apoiar este e outros jovens na espinhosa missão de os tornar estudantes o mais aproximadamente possível dos seus colegas sem estas limitações.
A festa prosseguiu com uma apresentação de uma maqueta da biblioteca municipal de Albufeira especialmente concebida para cegos com as legendas em Braille e um Braille Paper que permitiu uma interacção muito positiva entre cegos e normo-visuais que levou a muitos sorrisos e experiências fantásticas para uns e outros.
Foi uma tarde muito bem passada para quem se deslocou até Albufeira e ouviu por exemplo da boca do presidente da Câmara uma palavra de apoio e incentivo para que iniciativas destas se repitam e a sua disposição em colaborar no que estiver ao seu alcance, ajuda essa que já se tem visto de várias formas nomeadamente em apoio logístico da autarquia e colaboração efectiva em várias vertentes de apoio à integração de pessoas com deficiência.
A comemoração do dia mundial do braille traduziu-se num agradável momento de convívio em que mais uma vez se provou que não é preciso esconder-nos por de trás de siglas de associações que ostentam estatutos de utilidade pública mas que na realidade servem para dar protagonismo a meia dúzia de privados para se realizar iniciativas simples de aparência mas verdadeiramente plenas de essência.
Gato SilvestrePara além das tais questões da legendagem, podemos ir por exemplo às sugestões de programação que aparecem escritas e ninguém as lê; podemos também falar nas televendas.
É clássica a frase:
"Ligue para o número que vê no ecrã!"
e quem não vê não pode comprar?