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Últimos comentários

  • Luís Medina comentou a entrada "Brasil - Projeto de Lei classifica cegos de um olho como deficientes visuais" à 15 anos 9 meses atrás

    Fiquei a ponderar: monoculares são mesmo deficientes? Lendo os depoimentos, encontramos frases do tipo: "Faço tudo normalmente". Quem ouve esta frase, tende a considerar: "Bem, se fazem tudo normalmente, então não são deficientes".
    Mas aí vem-nos a pergunta: será que a definição de deficiente nos remete àquele que é dependente, não podendo fazer tudo por sua conta? Note-se que, se a definição de deficiência fosse essa, talvez tivéssemos dificuldades de contratar deficientes dos dois olhos, afinal, se são assim tão dependentes, talvez não sejam produtivos no trabalho.

    Pensemos em uma hipótese limite. Suponhamos que o preconceito não existisse e que cegos facilmente conseguissem seus empregos. Alguém pensaria nesta lei? Ora, ora, mas por que proteger quem não precisa de proteção?
    Bem, então, o fato de serem considerados legalmente deficientes tem menos que ver com o número de coisas que conseguem fazer e mais com a dificuldade de arranjar emprego. É mais ou menos assim: "Você tem dificuldade de começar porque o mercado não dá valor a suas capacidades. Mas, eu, governo, reconheço que estas capacidades existem, sendo portanto, meu papel dar-lhe uma oportunidade para que consiga começar a caminhar e, começando, siga a caminhar com as próprias pernas".

    Sob esta perspectiva, se encontro monoculares que fazem de tudo, mas não arranjam emprego, então, concluo que estão em desvantagem e, portanto, devem ser protegidos.
    O fato mais relevante, em minha opinião, não é o de monoculares e bioculares não conseguirem fazer determinadas coisas. Há tanta gente que, não tendo deficiência alguma, por não serem competentes, inseguras ou, por qualquer outro motivo, também não conseguem fazer coisas e nem por isso, são consideradas deficientes. Para a lei que protege os deficientes bioculares, o que penso importar é o fato de que não facilmente arranjam empregos e, como o mesmo efeito se verifica em relação aos monoculares, creio que também eles devem ser considerados deficientes.

    A despeito de considerar que o Estado deve preocupar-se com o bem-estar de todos os cidadãos, não penso que, para a classificação como deficiente, importe a quantidade de sofrimento que este experimenta na vida. Do contrário, consideraríamos deficientes viúvos recentes ou, então, pessoas deprimidas. Todo aquele que sofre deve receber sua atenção. Mas disso não decorre que sejam deficientes. O que é de fato determinante para esta condição, é de fato, a empregabilidade originada por alguma redução na acuidade física.

    O que ocorre é que a sociedade precisa proteger aqueles por quem se tem piedade. Ora, é mais fácil ter piedade de quem estar a bater a bengala para todo o canto do que daquele que está a caminhar e como pessoa sã. Mas o fato é que independentemente da maior ou menor sensibilização que isso provoque aos olhos da sociedade, o fato, para mim, indiscutível, é que há um dano que precisa ser reparado.
    Não me proponho a resolver a questão pela aritmética, do contrário, tenderia a considerar deficiente todo aquele que enxergasse apenas 99%. O percentual que se enxerga, penso, é menos importante para determinar se um indivíduo é ou não deficiente do que o é o impacto que tal exerce sobre sua empregabilidade.

    Então, se me perguntassem: "Monoculares são deficientes?" Responderia: "Para que fim?" Não queiramos que todas as coisas tenham uma definição simples e inequívoca. Se estamos a falar de empregabilidade, sim, monoculares são deficientes. Mas a depender do que se fala, talvez não sejam. Por isso, não vejo nenhuma incoerência quando se diz: "Sou deficiente, mas faço realmente de tudo".

    Acho abominável o procedimento que verifiquei em muitos cegos de utilizarem a lei para alcançar o emprego e, tendo conseguido, não se preocuparem minimamente com produtividade. Penso mesmo que isso depõe contra as lutas verdadeiras . Ficam a pensar que é mais um recurso para que pessoas cegas se apóiem num porto seguro e, em vida, descansem em paz. Contudo, isso nada tem que ver com a legitimidade das lutas verdadeiras. Monoculares são deficientes e se não fossem não teríamos tantas histórias de situações positivas que não se confirmaram por insuficiência da visão.

  • Ro comentou a entrada "Brasil - Técnica inédita previne o estrabismo" à 15 anos 9 meses atrás

    Ola, tenho 28 anos, e desde os 10 tenho estrabismo divergente no olho esquerdo, mas com esse olho estou totaolmente cega, gostaria de saber se no RS, quais cidades,tem esse tipo de cirurgia ,quanto custa e se é valida para caso,

    muito obrigada.

  • anónimo comentou a entrada "Brasil - Projeto de Lei classifica cegos de um olho como deficientes visuais" à 15 anos 9 meses atrás

    Bom dia!

    Deixo aqui a minha sugestão, se uma pessoa cega de um olho não
    for considerada deficiente, então ela tinha que nascer com um só olho no meio da testa, mas todas as pessoas, pois sendo assim do
    jeito que é, quem perde a visão de um olho, perde todo aquele ângulo daquele lado, o nariz atrapalha de enxergar do outro lado, dificultando totalmente, porque quem dirige não pode dirigir profissionalmente, eis aí uma prova de que a pessoa é deficiente físico, restrições como essa tem várias, quem não ver desta forma
    não tem conhecimento, tem que mudar de qualquer maneira o decreto federal Nº. 3892 art 4º.

  • renata comentou a entrada "Braille: Livro acessível é realidade distante para deficientes visuais" à 15 anos 9 meses atrás

    Por, favor envie para o meu Email , as normas e técnicas sobre transcrição de textos para o braille , vou fazer uma prova de professor revisor braille e disponho de pouco material.

  • Sérgio Gonçalves comentou a entrada "A chachada da ACAPO " à 15 anos 9 meses atrás

    Sérgio GonçalvesAmigo Luís, lamentavelmente, tenho de lhe dar razão.
    Sabe, ah pessoas que nasceram num berso de ouro, e outras que nasceram num berso de palha.
    As primeiras, tudo tiveram, tudo lhes foi dado nas mãozinhas, enquanto aos outros, tiveram como diz de lutar na vida para poderem serem alguém.
    Na verdade, as pessoas que hoje dirigem a acapo, são aquelas que tiveram a sorte de nascer num deces bersos dourados, pelo que certas e determinadas coisas passam-lhe literalmente ao lado.
    São pessoas para as quais vale muito mais parecer do que ser, daí a sua revolta e com razão!
    Experimente organizar aí uma festarola qualquer, chame a comonicação social, dê-lhes do bom e do melhor para comer e beber, e com toda a certesa aí os terá a correr!
    As periuridades desta gente é o acessório e não o que realmente é necessário.
    Mas, ainda com grande lata que teem, ainda usam pedir que mais pessoas se associem a eles, mas apenas e só para que mais dinheiro la caia.
    Gente de aviário, nunca saberá o que verdadeiramente interessa para os cegos, nem o que eles precisam, para uma melhor autonomia, para uma melhor vida profissional, etc,etc e tal.
    Assim vai a acapozinha deste Portugal.
    Cumprimentos

  • eugenia sousa comentou a entrada "A chachada da ACAPO " à 15 anos 9 meses atrás

    eugenia sousaSofro de miopia em estado avançado, sou mãe de três filhos e tenho 42 anos também já pensei que a ACAPO era a minha esperança de tornar a sonhar , mas tudo era ficção pois moro no concelho de Rio Maior, e claro muito longe de Lisboa . Tinha que deixar meus filhos pois estou separada para ter uma desmiola de formação .
    Eu assim agradeço, mas não. Então pensei fazer um curso EFA de NIVEL SEGUNDARIO mas não está fácil, assim as ajudas técnicas eu é que as tive de arranjar, pois com um programa que se chama Magnifier que é um utilitário de visualização que torna o ecrã mais legível para utilizadores com problemas visuais me tem ajudado imenso .
    Assim ando desmotivada pois ao pé deles sou a coitadinha curta de vista, não tenho esperança de isto melhorar nem de arranjar emprego pois dose-me para me reformar mas eu sinto que sou nova de mis para entregar os pontos alem disso tenho a meu encargo os filhos, assim as minhas esperanças numa vida digna são quase nulas

    Comprimentos
    Eugénia Sousa

  • Milena Casado comentou a entrada "A chachada da ACAPO " à 15 anos 9 meses atrás

    Tem você toda a razão em todas as referências que faz relativamente à ACAPO, ainda acrescento mais.
    Essa digamos que associação nada mais é do que um grupo de amigalhaços, que se julgam os maiores mas que nada fazem para melhorar as condições de vida daqueles que supostamente esta associação se destina a ajudar.
    Sou ambliupe tenho uma carreira profissional bem sucedida, mas nada devo a esses senhores, pois sempre que das poucas vezes que dirigi à ACAPO era vista como um bicho, que não interessava e simplesmente nunca fui aceite; o mesmo sei que aconteceu com outros.
    Deles nunca precisei, e por todas as atitudes que até ao momento me chegaram ao conhecimento não lhes reconheço legitimidade para representarem os direitos dos deficientes visuais em Portugal.
    Pois se deles dependêssemos iríamos todos pedir esmola que é a forma mais fácil de resolver problemas.
    Estou consigo, e PARABÉNS pelo artigo.

    Milena Casado

  • Luís Medina comentou a entrada "A Complexidade dos Sentimentos" à 15 anos 9 meses atrás

    Ah! Isto me deixa muito feliz! Em outro momento, li um texto seu a relatar as dificuldades com os colegas arredios do secundário. E então, a Terra gira mesmo e vejam só em que natureza de problemas encontro a Sofia! Agora, os colegas são arredios de menos e, acostumada com a distância, a Sofia fica preocupada de não estar a compreender precisamente o que sucede.

    Bem, é claro que isso é natural. Tendo por algum tempo experimentado exatamente o oposto, desenvolvemos mesmo um certo medo de ser felizes, medo de que o encanto se quebre e que as coisas voltem a ser como eram. Não é um medo consciente. Você sabe que as coisas são irreversíveis. Você é humana. Por isso, não me admiraria que em algum momento, quando os colegas não lhe davam atenção, você se perguntasse: "Será que há algo de errado comigo? Será que a cegueira é realmente barreira assim tão grande? Será que as pessoas não se gostam por motivos independentes da acuidade visual dos indivíduos? Quando você ponderava logicamente, sem dúvida, devia concluir: "Oh! É claro que não há nada errado. Tenho um bando de colegas estúpidos que, apesar dos olhos sãos, não vêem um centímetro diante do nariz". Contudo, depois de algum tempo, começamos a duvidar.
    E, de repente, tudo muda de uma só vez. É certo que nos acostumamos facilmente ao que é melhor, mas ainda assim, não conseguimos abandonar nossas convicções, nossas reflexões como se faz a um casaco. Por isso, procuramos algo com que nos preocupar. Apesar de muito pior, a situação anterior era conhecida. E note que, neste caso, os riscos parecem maiores. Porque seus colegas não a tratavam bem, se qualquer coisa sucedesse para magoá-los, não seria algo com que se preocuparia excessivamente. Eles não eram importantes para você. Agora, as coisas são diferentes. Os colegas são acolhedores, amorosos e, por isso, você se preocupa que eles estejam bem e, de modo algum, gostaria de magoá-los, incomodá-los ou causar-lhes qualquer desconforto. Por isso, preocupa-se em saber se sua avaliação está mesmo correta.
    Sim, creio mesmo que a visão facilite os primeiros contatos. Mas quando os contatos já se estendem por algum tempo, fico a pensar que este efeito se dilui razoavelmente. E afinal, tenho visto tanta gente a enganar-se, a avaliar incorretamente os sentimentos alheios, que não posso pôr tanta fé neste instrumento.

    Mas seja qual for o desenrolar dos fatos, estou persuadido de que se dará bem. E não é uma crença gratuita. Vejo-a como alguém que passa por uma circunstância nova pela primeira vez e hesita quanto ao passo que deve dar. Todavia, não me parece que você seja insegura. Então, vejamos. Você tem a coragem de abrir o coração para falar a tanta gente o que lhe angustia. Não diminua o fato. Para isso, ainda que utilizasse um nome de fantasia é preciso alguma coragem. No entanto, há uma coragem maior. Você não foge às perguntas. Em algum momento, pode mesmo chegar À conclusão que a visão a limita neste ou naquele aspecto da vida. E quando descobrirmos que a cegueira não nos limita, imediatamente pomo-nos a responsabilidade de seguir, de não esmorecer e impede-nos de colocar a culpa no destino. Bem sabe você que o destino é um belo repositório para as culpas. É terrível reconhecer que não fomos suficientemente capazes porque não tentamos. Quem não tem coragem, procura não fazer o tipo de pergunta que você faz. Se algo der errado, pode-se continuar com a consciência limpa.

    E exatamente por todos estes motivos, você deve ser pessoa admirável. E as pessoas admiráveis são mais queridas. E as pessoas queridas chamam-nos para perto. E estando perto, é possível que se descubram sentimentos que são mais do que amizade.

    Há situações em que não temos dúvidas. Quando alguém se põe a falar com uma voz melosa, cantada como quem fala a um nenê, é claro que sabemos que ela não nos considera crescidos, não nos admira e, portanto, se nos ajuda é porque tem bom coração com os necessitados. Certa vez, encontrei alguém que me viu a amarrar os cadarços do sapato e, para as duas pessoas que estavam de pé ao seu lado, ficou a falar sobre o modo brilhante, incomum, extraordinário, esplêndido como amarrava meus cadarços. Bem, estava simplesmente amarrá-los e se isso chamou tanta a atenção é porque provavelmente esta pessoa queria elogiar-me, pôr-me alto e, vendo que era apenas um pobre cego, não viu outro modo de fazê-lo. Para mim, é evidente que me considerava um coitado.

    Mas se alguém queria sempre estar perto, então, já não poderia ser simplesmente por educação, por caridade, por atenção às necessidades do próximo. Suportamos o papel de bom menino apenas se isso não nos rouba muito tempo. Portanto, se estão sempre por perto é porque gostam de si. Bom, mas isso você já sabe! Sua dúvida é: gostam como? Ah! É claro que não tenho resposta para esta pergunta. De qualquer modo, ocorre-me outra coisa. Seus colegas têm algum constrangimento em discordar de você? Se sim, é muito bom sinal. Consideram-na adulta e, principalmente, consideram-na igual que pode bem absorver o impacto de ser contrariada.

    Se houvesse uma fórmula para estas coisas, a vida não seria tão emocionante. Curta o momento. Mas lembre-se que o fato de enxergarem não dá às outras pessoas toda a prerrogativa da ação. Poderiam estar a pensar: "Bem, a Sofia é cega. Será que ela não prefere um outro rapaz cego? Tanta gente ajuda a Sofia. Ela tem mesmo de ser simpática com todo mundo. Talvez ela dependa disso. Então, é bastante normal que esteja a ser simpática. Não quer dizer nada. É pena, mas ela não deve gostar de mim. E será que por ser cega, não teria de abordá-la de outro modo? Ela não verá o movimento dos meus olhos. Bom, talvez tenha de ser mais caloroso na voz. Ah! É isso! Mas isso não é muito sutil. Se começar a falar diferentemente do modo como falei até hoje, ela vai estranhar-me e talvez pergunte se estou bem".

    O que quero dizer com isso é que, sim, muito bem, curta o momento, mas se de fato estiver a gostar de alguém, em algum tempo, pode não ser agora, terá de expor-se. A vida é assim mesmo. Crescemos principalmente quando nos deparamos com aquilo que não desejamos fazer. A alegria é um sentimento extraordinário, mas, em geral, pouco produtivo. As grandes mudanças, engendramos senão por tristeza, mas pelo menos porque estivemos inquietos, incomodados e algo nos pressionou em direção à mudança. Se você estiver a gostar de alguém, com a mesma coragem com que se faz estas perguntas, prepare-se para expor-se, para caminhar na direção de seus desejos. O importante é que está a trlhar um bom caminho.

  • Sofia Santos comentou a entrada "A Complexidade dos Sentimentos" à 15 anos 9 meses atrás

    Olá Géssica
    Pois é, a minha mãe diz-me sempre que o olhar conta muito. Não a critico por me dizer isso pois está a ser realista mas, a verdade é que, sem esse olhar as coisas tornam-se um pouco mais difíceis de avaliar, diguemos assim. Não digo isto por ter algum complexo devido ao facto de ser cega, muito pelo contrário. Resolvi colocar este tema pois são questões nas quais só comecei a pensar há pouco tempo atrás. Os rapazes normovisuais que conheci ao longo do meu percurso académico nunca se aproximavam muito e agora deparei-me com o contrário, não só da parte dos rapazes mas da gente em geral. Há muita diferença em relação ao ensino secundário, por exemplo. Acho que foi exactamente essa mudança que me levantou este tipo de dúvidas.
    Cumprimentos e obrigada pelo comentário. É sempre bom compartilhar opiniões.

  • Tadeu comentou a entrada "Projeto Universitário - Aparelho Celular para deficientes visuais" à 15 anos 9 meses atrás

    Acontece que esse tipo de software já existe e é amplamente utilizado pelos cegos, portanto é chover no molhado. Portanto, em vez de procurar na internet, porque não contacta as empresas que fornecem esse software. Aí no Brasil, não sei qual é, mas aqui em Portugal, temos a Tiflotecnia que vende um programa chamado Talks, que permite a pessoas cegas como o seu tio utilizar o telemóvel (celular) com total autonomia.
    Outra coisa: já reparou quando foi enviada a última mensagem da Luciana? em 2007, isto quer dizer o quê? Que ela terminou o curso e nunca mais pensou no assunto. Ou será que vamos ser românticos e acreditar que ela morreu de repente, deixando os cegos privados da descoberta da pólvora? Sejamos práticos! Sabemos que o objectivo da maior parte dos alunos servem para fazer chorar professores e mendigar boas notas. Não é importante ser funcional, o que interessa é que seja cientificamente bem fundamentado.
    Cumprimentos
    Tadeu

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