Por ACEDIR JESUS DE SOUZA
Detendo uma aptidão pela redação e pela gramática, considero, hoje, necessário que se trabalhe o incentivo da leitura através no computador no ambiente escolar. Como fazer?
Pode-se afirmar que através da leitura, adquire-se o conhecimento. Pois, conforme Alvin Toffler, A informação é a base do conhecimento.
Os meios tradicionais como o livro, a revista e outros, não nos oferecem informações de menor valor. Todavia, se analisarmos uma aula de redação em sala tradicional sem o computador, veremos a impossibilidade de se ter disponibilizadas bibliografias em abundância para pesquisa. Já que é inviável o transportei de uma biblioteca inteira para sala de aula. Por meio do computador/internet podemos ter mil e uma bibliotecas virtuais ao nosso dispor.
Neste sentido, percebo que a presença da informática na educação vem assumindo o caráter de paradigma pedagógico, por vezes querendo apontar para a reversão de índices considerados indesejados, e por outras buscando contribuir de forma significativa no trabalho docente que, somado a outros elementos, poderia modificar o processo de ensino aprendizagem no sentido de produzir uma melhor qualificação do alunado, ou mesmo a sua autonomia na busca de aquisição do conhecimento, de acordo com SÉRGIO PAULINO ABRANCHES.
É preciso dizer que o computador, como elo para se alcançar o conhecimento, não é o suprassumo em relação a outros caminhos. O mesmo não deve ser visto como uma ameaça ao livro, nem à revista. No entanto, é apenas um substituto e-ou alternativa natural do processo de avanço tecnológico.
A propósito, por falar em suprassumo, digo que a educação, sem fazer alusão discriminatória a outras áreas, é a base de tudo e por todos. É importante reconhecer, incondicionalmente, a Pedagogia, pois o que seria dos grandes psicólogos, professores, médicos e outros profissionais, se não fosse a educação?
Existe quase um consenso entre educadores e educandos quanto à necessidade de mudar o sistema educacional vigente. O descompasso que existe entre as características do novo modelo emergente do século XXI e as características da escola baseada no século XIX torna-se cada vez mais visível. Nesse novo paradigma, o dinamismo e a rapidez da informação demandam uma nova forma de pensar a aprendizagem e o conhecimento. Quando se reflete sobre o sistema educacional para a nova era, é impossível ignorar o uso da tecnologia. E, certamente, as intenções podem ser as melhores, quando se pensa em modernizar a escola por meio da aquisição de equipamentos tecnológicos, como os computadores . Segundo Maria Elisabette Brisola Brito Prado; pesquisadora do Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Universidade Estadual de Campinas.
Assim como as atribuições do livro, do caderno, da caneta e outros foram relevantes e indispensáveis para todos, o computador, enquanto ferramenta, tem suas peculiares características. Antes de tudo, temos que estar atentos a três interrogativas a respeito das suas atribuições. São elas: o que; para que; como.
Primeiramente, deve-se desmistificar o conceito de bicho papão visto por muitos. Ter o conhecimento básico da máquina.
Para que, a saber se sua utilidade é para fins de lazer, profissionais ou pedagógicos.
No campo da educação, fazendo uso do ambiente WINDOWS, DO WORD, DO EXCEL, de jogos e de outros aplicativos, coloca-se o trabalho pedagógico em prática.
Conforme o que diz ABRANCHES os paradigmas clássicos sociológicos (consenso, conflito) não respondem mais, no meu modo de ver, a multiplicidade que atualmente organiza a sociedade e que traz para a educação, a necessidade de se apresentar a partir desta realidade e a ela responder com sua especificidade. Pensar, atualmente, a educação e sua função a partir do pressuposto da transmissão de conhecimentos, socialmente, elaborados não parece resistir às altas tecnologias de transmissão de dados e informação, tais como a rede Internet. O crescente número de CD-ROMS e SOFTWARES, mesmo sem um caráter marcadamente educativo, têm proporcionado uns acessos mais rápidos, lúdicos e através de diferentes tecnologias, provocando uma atração maior por parte, principalmente, de jovens estudantes, e fazendo com que professores tenham que repensar sua prática educativa.
Leitura para outro público potencial
Quero dizer que a leitura não é privilégio daqueles classificados como normais. Conforme as regras de uma sociedade ditatorial no que tange aos padrões de normalidade. A relevância da leitura na vida daqueles que têm deficiência visual é, indiscutivelmente, evidente.
Como diz João Eduardo dos Santos Fernandes até ao ano em que foi inventado o Braille, 1837/39 por Louis Braille, os cegos e amblíopes não tinham praticamente acesso à informação e à cultura. Tudo o que estava escrito lhes era vedado, a não ser que alguém lhes lesse um livro ou um jornal por exemplo. Com o Sistema Braille os deficientes visuais passaram a ter uma arma que lhes permitia ler, trocar correspondência, estudar, fazer enfim várias coisas que antes lhes estavam vedadas. Pode-se afirmar portanto que o Braille foi uma verdadeira revolução na vida dos deficientes visuais. Com o aparecimento desta escrita, surgiram como é óbvio as pautas e as máquinas de escrever Braille. Estes dois objectos eram e são fáceis de manusear, quer dizer a sua utilização não exige aprendizagem demorada depois de se saber o alfabeto Braille. para os cegos, não podemos esquecer a máquina de dactilografia.
Depois de uma aprendizagem algo demorada, pois a sua utilização pressupõe que o deficiente decore um teclado que não vê, o domínio de tal técnica permitiu e permite aos cegos e amblíopes comunicarem com os videntes, não podendo no entanto ler aquilo que escrevem. É um grande avanço na comunicação com os normovisuais, mas não a facilita totalmente. Estas duas técnicas estão ainda hoje presentes na aprendizagem de qualquer cego ou amblíope de nascença ou tardio.
Para aqueles que não sabem, o acervo de bibliografias em BRAILLE é limitado. Por isso, torna-se restrito o canal informativo para o leitor com deficiência visual por meio da leitura. Assim, o computador e SOFTWARES sonoros (DOSVOX, VIRTUAL VISION, JAWS e outros), elaborados para usuários com deficiência visual, são alternativas que vieram para suprir suas necessidades.
Deve se ressaltar que as editoras, no tocante a acervos bibliográficos, quaisquer forem, poderiam colaborar muito com a publicação de livros em CDs. No contexto desse artigo, fica claro que tem-se, também, o deficiente visual como leitor potencial. Não é mesmo?
Pensar sobre a relação educação para todos e a deficiência é uma forma de indagar a igualdade de oportunidades no sistema educacional brasileiro. O presente tema vislumbra a possibilidade de uma "educação para todos" através da informática, já que, como instrumento de aprendizagem, de busca de informação e de trabalho, o computador é uma realidade, principalmente nos grandes centros urbanos do Brasil. É o que afirma Cristiane Scattone.
Na verdade, ao contrário do que se pensa, o computador (ferramenta física); os SOFTWARES (ferramentas lógicas), não são oportunistas substitutas da humanidade.
Temos que ver o mundo da informática como retrato e uma prova viva do processo de avanço tecnológico, feito pelas mãos do homem. Logo, é necessário que se tenha o computador como subsídio na área educacional, na busca e ampliação do conhecimento. E isso só é possível através da leitura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ABRANCHES, Sérgio Paulino. Informática e Educação - o paradigma pedagógico da Informática Educativa. Conect@ - número 1 - julho/2000. Conect@ - Revista
on-line de Educação a Distância.
FERNANDES, João Eduardo dos Santos. A evolução tecnológica e a formação. Publicado no SITE (
PRADO, Maria Elisabette Brisola Brito. O uso do computador na formação do professor. Pesquisadora do Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Universidade Estadual de Campinas. Mestre em Educação na área de Psicologia. Educacional da Faculdade de Educação da Unicamp.
Doutoranda em Educação no Programa de Educação: Currículo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
bprado@ turing. unicamp. Br
SCATTONE, Cristiane. A Educação e a pessoa com deficiência na era da informática. Psicopedagogia On line. São Paulo-SP: 2002.
TOFFLER, Alvin. As mudanças do poder. 3. ed. São Paulo: Record. 1995 - p. 91.
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