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Lua Azul - blog de lua azul

Viajando pelo mundo dos livros... "O Livro do Destino" de Brad Meltzer - Capítulo 13

por lua azul

Afinal não foi O'Shiea, mas sim Dreidel quem se foi encontrar com Wes ao restaurante neste 13º capítulo. Ia agora bem mais confiante e confiável do que quando o encontrámos ainda ontem quando por aqui partilhei o 11º capítulo desta obra tal como Wes acaba também por referir neste pequeno excerto do texto que deixarei por aqui a seguir e parece que estamos prestes a descobrir então como é que Boile simulou a sua própria morte através deste personagem! Isso no entanto só partilharei por aqui mais à frente em futuras publicações, por hoje fica só mesmo este 13º capítulo, bem como o 12º que já deixei partilhado aqui pelo blog no meu post anterior.

13

Inclinado para a frente em uma enorme poltrona de vime, eu mexo o café com uma colher de prata e distraidamente observo meu reflexo girando.
"Está tudo tão ruim?", uma voz caçoa atrás de mim.
Eu me volto bem a tempo de ver Dreidel entrar no restaurante ao ar Livre. Seu cabelo preto está repartido e fixado com gel. As mechas infantis desapareceram. Vestido com uma camisa branca com monograma e seus antigos óculos de aro de metal, fica claro que ele é mestre em enviar uma mensagem sem dizer uma palavra. Agora ele está vendendo confiança. O ruim é que não estou comprando.
Ignorando as ondas espumantes do oceano Atlântico à nossa esquer¬da, ele põe a mão em meu ombro e dá a volta até a enorme poltrona de vime próxima a mim. Enquanto se movimenta, sua mão desliza do meu ombro para detrás de meu pescoço, sempre com uma pressão tranqüilizante.
"Não use seus truques comigo", aviso.
"O que você...?"
"Seus truques", repito, afastando-me de modo que sua mão não al¬cança mais meu pescoço.
"Você pensa que eu...? Você pensa que dei uma de Manning em cima de você?"
Dreidel esteve com ele por quase quatro anos. Eu já estou no nono. Nem me dou ao trabalho de argumentar. Apenas fito o meu café de preço exorbitante, ainda mexendo a colher e deixando o silêncio se instalar. É por isso que as multidões se voltam para ele.
"Wes, o que você viu lá em cima..."
"Ouça, antes de falar, podemos nos poupar o embaraço e ir em frente? Minha ação inoportuna... minha falha... isto claramente não é as¬sunto meu."
Ele me estuda com cuidado, separando cada sílaba e tentando des¬cobrir o que eu quero dizer. Quando se é a pessoa que segue de perto um presidente, aprende-se a ler fluentemente entre as linhas. Eu sou bom. Dreidel é melhor.
"Apenas diga logo de uma vez, Wes."
Eu olho através do terraço aberto e observo as ondas kamikase na praia.
"Eu sei o que você está pensando", acrescenta ele.
Como eu disse, Dreidel é melhor. "Eilen sabe?" pergunto por fim, referindo-me à sua esposa.
"Ela deveria. Não é tola." Sua voz chia como tábua de assoalho ve¬lho. "E quando Ali nasceu... o casamento é difícil, Wes."
"Então aquela moça lá em cima..."
"Apenas alguém que encontrei no bar. Eu fiz brilhar a chave de meu quarto. Ela acha que sou rico porque posso ficar neste hotel." Ele força um sorriso e joga a chave do quarto sobre a mesa. "Eu não sabia que vocês tinham tantos viciados em dinheiro em Palm Beach."
Desta vez, eu é que fico em silêncio. Um garçom se aproxima e en¬che a xícara de Dreidel com café.
"Vocês falaram sobre divórcio?", pergunto.
"Não posso."
"Por que não?"
"O que você acha?" desafia ele.
Olho para a pasta dobrada que está entre nós sobre a mesa. A eti¬queta escrita à mão exibe: Levantamento de Fundos.
"Eu pensei que você havia dito que estava aqui a negócios." "E isto não é negócio?", pergunta ele.
Alguns meses antes, Dreidel telefonou ao presidente para dizer-lhe que estava concorrendo para senador no 19a Distrito em seu estado natal, Illinois. E, nas eleições, "um pai bem casado" recebe muito mais votos do que "um pai recém-divorciado".
"Vê, e você achava que era o único a ter problemas", acrescenta Dreidel. "Agora, supondo que quem você viu fosse Boyle, quer ouvir como ele fraudou sua morte, ou não?"