Bom, cá vou eu voltar a um dos temas principais que defini no meu blog: a música. Já vos falei do meu projecto que, apesar de neste momento estar parado, não está esquecido, e venho-vos agora falar da minha experiência pessoal nesta área que eu tanto adoro.
Desde criança que sempre gostei de música. Comecei por ter aulas de canto por volta dos meus 8 anos de idade e, mais tarde, comecei a aprender coisas muito básicas de piano. Quando comecei a aprender piano não sabia nada de musicografia Braille, pelo que me guiava apenas pelo ouvido, mas, claro, a teoria também se torna algo muito importante a que todos nós deveríamos ter acesso, tal como têm as pessoas normovisuais mas bom, infelizmente as coisas ainda não são como gostaríamos que fossem. Consegui arranjar um professor que me deu aulas de piano e de musicografia Braille, se bem que acabei por dar mais teoria do que prática. A musicografia Braille não é algo fácil de aprender, talvez tenha sido por isso que eu não tenha dado muita prática.
Por volta dos meus 13 anos quis entrar no conservatório mas acabei por não conseguir devido à pressão que havia à minha volta, ou seja, naquela altura conseguiram convencer-me que era muito complicado estar no conservatório pois não havia material, os professores não eram muito acessíveis, que tudo aquilo não iria servir para nada, etc. Fiquei triste mas bom, naquele momento acabei por aceitar, coisa que já não faria neste momento. Tudo isto levou a que eu me desligasse, de certa forma, da música.
Agora, passados 5 anos, voltei novamente à música graças a um amigo meu que me falou do curso de ciências musicais, onde me encontro neste momento e com muito gosto. Fiquei muito entusiasmada com a ideia de entrar neste curso pois, para além de tudo o que me disseram ainda estar muito presente em mim, precisei também de convencer os meus pais de que eu queria realmente vir para este curso pois a música é mesmo algo que eu adoro e acho que os nossos sonhos não devem ser postos de parte e bom, lá consegui e cá estou eu!
Estou muito feliz por estar numa área que eu gosto bastante mas, neste momento, só me arrependo de, naquela altura, não ter conseguido ir para o conservatório pois agora faltam-me muitas bases que são bastante importantes. Esse meu sonho, no fundo, nunca desapareceu mas agora já é tarde para isso pois já tenho 19 anos e já não posso mesmo entrar. Mas bom, isso não faz, de maneira nenhuma, desistir deste curso difícil mas fantástico.
Decidi escrever sobre este assunto porque agora vejo que nunca devemos deixar de lado aquilo que realmente gostamos, por mais difíceis que as coisas possam ser. Se tiverem um sonho, algo que gostem bastante e que queiram realmente seguir, lutem por isso! Eu na altura não o fiz, talvez por não ser tão persistente como sou hoje, ou por não ter tido tanta força de vontade como tenho agora mas uma coisa vos digo: se eu pudesse voltar atrás tinha seguido o sonho de entrar no conservatório mas, como o arrependimento não nos serve de nada, há que seguir em frente e tentar adquirir pelo menos as bases que não tenho.
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