Hello!
Espero que se encontrem todos da melhor forma!
Desta vez trago-vos um assunto que tem sido alvo de muitas críticas, e que é claramente muito actual nos nossos dias, deixo ao vosso critério estes tópicos pessoais, para podermos partilhar várias prespectivas, e perceber um pouco melhor o seu porquê
.
A par das novas tecnologias, nasce cada vez com mais ascendência uma tendência para o abandono do Braille enquanto sistema de leitura/escrita por parte dos seus utilizadores.
O surgimento de computadores, linhas Braille e programas de conversão da grafia Braille,fezaumentar de certa forma uma tendência para o seu abandono. Estes e entre outros equipamentos dotados de infindas aplicações,ganharam especial influência na autonomia e qualidade de vida dos cegos, mas em contrapartida, roubaram-lhes o prazer que a leitura do mesmo pode proporcionar.
Agora, as famosas máquinas perkins são guardadas a um canto da casa, as pautas esquecidas, juntando-se o pó dos volumosos livros em Braille, rapidamente escaneados e ouvidos por um sintetizador de voz.
E para ti? Como seria o mundo sem o Braille ?Seríamos mais ou menos analfabetos ?Seríamos mais ou menos dependentes da vida?
Terá valido apena a vontade de Louís Braille ?
Partilhem as vossas ideias, pois estas são só as minhas reflexões pessoais face ao desuso do Braille nos dias que correm, até porque sou uma das pessoas fortemente afectada pelas novas tecnologias, que substituem em grande parte das vezes umas boas horas de leitura Braille. No entanto, não deixo de ter a perfeita noção da sua importância, na reviravolta que veio dar à minha vida quando ceguei, daí publicar o tema.
Ah, e por falar em Braille, deixo-vos um link com uma reportagem realizada pela sic a propósito do bicentenário de Louís Braille, de Janeiro deste ano, onde participei, graças a uma pessoa muito especial na minha vida, e que sem a qual não teria a mesma lembrança, e que por acaso não troca o Braille por nada deste mundo, (Acho que sabes que é para ti).
Cumprimentos a todos, e até uma próxima!
para download do arquivo:
http://sharex.xpg.com.br/files/2892366104/reportagemjaneiro.zip.html
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Comentários
O abandono do braille
Tal como disseste, há cada vez mais pessoas a trocar a trocar uma boa leitura por uma simples audição de um livro. Muito sinceramente, por muito boas que possam ser as tecnologias, o braille não deixa de ser uma ferramenta muito importante. A mim, por exemplo, dá-me muito mais praser ler um livro em braille do que ouvi-lo. São muito volumosos, é verdade mas para mim vale a pena!
E sim, sem o braille seriamos considerados como alfabetos. Por isso, a invenção do braille veio mudar imenso as nossas vidas.
Bom, tenho muito mais para escrever mas é melhor ficar por aqui se não faço um testamento! Loool.
Beijinhos
As mudanças que o Braille teve na minha vida
O Braille permitiu que eu continuasse a minha vida normalmente e que não deixasse de sonhar. Ele deu-me asas à imaginação e ao pensamento, e orgulho-me das minhas capacidades, de ser excelente a ler e a escrever, duas coisas que adoro e sem as quais me sentiria limitado.
O Braille durante muito tempo foram as minhas janelas para o mundo muito antes de as novas tecnologias terem aumentado a qualidade da minha vida, tanto pessoal como social.
O Braille também durante muito tempo foi como o meu confidente pois com ele desabafava as minhas tristezas, mas também as minhas esperanças e alegrias. Aperfeiçoei a minha leitura do Braille lendo imensos livros, não importava o quanto fossem volumosos, mas eu adorava ser transportado para outros mundos e viver as mesmas emoções que os outros. Acho que o Braille salvou-me da solidão, da ignorância, da compaixão, do sentimentalismo absurdo pelos deficientes, e foi com o seu apoio que eu brilhei e me tornei uma pessoa útil e competente.
Confesso que o Braille permitiu que eu fosse estruturando os meus pensamentos confusos e eu penso melhor quando escrevo e é por isso que sou poeta, que consigo trespassar no papel o que me vai na alma e no coração.
O meu curso de Psicologia depende muito do Braille para o meu sucesso, ao ser uma ponte entre mim e os outros e uma ferramenta vital para o meu conhecimento. Porque o conhecimento é a base das nossas relações sociais, da nossa auto-estima e o alimento para o nosso espírito.
É assim que eu afirmo que a escuridão não existe, porque o braille é uma luz que nos ilumina o interior, nos faz ser seres humanos iguais e competentes.
Amo o Braille e não me imagino sem ele.
o braille
Ana RochaOlá Tixa, eu aprendi braille aos 4 anos de idade na altura não gostava nada pois com essa idade queria era brincar. Mas hoje agradeço aos professores que me o ensinaram. E posso afirmar que se o braille deseparecesse eu iria sentir-me analbeta sim, pois o braille é a minha escrita a máquina é a minha caneta menos na faculdade pois não é permitido. Não dispenso os livros em braille. O braille é e será sempre o meu alfabeto!...E se possível eu até gostava de passar a minha experiência aos outros ensinndo a quem o quer aprender...
Braille!
Olá a todos, mas principalmente a ti, Tixa!
Este tema dá que pensar, não é?
Vou dar a minha opinião sobre este assunto.
O Braille é realmente muito importante na nossa vida, sem ele seríamos analfabetos. Actualmente, felizmente, já o podemos encontrar com mais frequência nas caixas de medicamentos, o que é muito importante. Aliais, até nos supermercados já existem produtos com o Braille.
Mas o aparecimento das novas tecnologias também é muito importante, pois abre-nos horizontes. Mas o ideal é juntar as novas tecnologias e o Braille, não é?
Nas aulas uso o PC, mas mal chego a casa faço questão de imprimir tudo, parece que só sei estudar com o Braille à minha frente! Felizmente tenho a impressora Braille, sei que isso é um luxo, pois infelizmente são caras, e nem todos têm a possibilidade de ter uma. Mas isto é um tema para outra altura.
No entanto, apesar de reconhecer a extrema importância do Braille, confesso que não gosto de ler, acho mesmo que nunca gostei, talvez a professora que me ensinou o Braille não soube fazer-me gostar de ler, ou o facto dos livros em Braille serem demasiado volumosos também me assuste um pouco. Seja por uma razão ou por outra, a verdade é que gosto muito de ouvir os livros no PC, é uma outra forma de conhecer grandes obras, de por a minha imaginação a prova viajando por outras realidades, e estas certamente não ocupam espaço nas prateleiras!
BJS para todos!
Ana Andrade
O meu grande medo
Olá Tixa!
não posso de maneira nenhuma de deixar de dar a minha opinião sore este tema que colocaste e que sinto estar a acontecer nestes tempos.
Tenho um grande medo que o braille desapareça, sendo substituído por leitores de ecrã e por áudio livros.
Como deves ter reparado, sou um fã de Luís Braille, e ainda não consegui expressar-lhe suficientemente a minha emoção de gratidão.
Quando escrevi aqui no ler para ver 2 poemas dedicatórios a Luís Braille, foram muito poucos aqueles que também expressaram a sua alegria e testemunho de o braille ter mudado as suas vidas. Mais ainda, no ano de 2007 a UEC (União Europeia de Cegos) com o patrocínio de empresas japonesas lançou um concurso a nível internacional com o tema "A literacia braille mudou a minha vida", e para espanto meu fui só eu que teve a coragem de participar e que depois de eu ter ficado em 2º lugar dos vencedores séniores, Portugal brilhou entre outros países, mas a sociedade em geral não soube ter orgulho... (Só o tem com o futebol, caraças!)
no dia em que fui receber o meu prémio na sede Nacional da ACAPO não deixei de notar que eram poucos aqueles que utilizavam o braille e senti um nó na garganta. Porque nem todas as pessoas sabem o quanto o braille as pode ajudar e fazer valer...
Eu chorei de emoção quando aprendi o braille, porque foi um alívio e não uma limitação à minha vida, antes pelo contrário!
Eu não vivo sem o braille, todos os dias estou a ler e a escrever, a deleitar-me com os pontinhos de que acho muito engraçado.
Um dos meus sonhos é ir a França, à aldeia onde Luís Braille nasceu, e agradecer-lhe com todo o meu amor.
Realmente, as linhas braille e as impressoras em relevo mudaram bastamte as nossas vidas, mas atrevo-me a dizer que continuo a gostar mais de ler o braille em papel do que no computador. Mas como os volumes são muitos, começo a preferir os livros digitais e a verdade é que já estou habituado a eles!
Infelizmente, eu acho que o braille está ameaçado pelos leitores de ecrã que são muito mais baratos e acessíveis que as linhas braille, e que os professores qualquer um pode dar-nos aulas sem o braille... E cada vez menos são aqueles que utilizam o braille regularmente...
Teremos de sensibilizar mais as pessoas para a importância do braille, mas não vejo esses esforços a serem reforçados...
Braille
Olá! Tenho 32 anos. Eu sou amblíope e fiquei seriamente preocupada com o seu artigo! Há 15 anos atrás o Prof. de apoio disse que eu
devia aprender o Braille, já que eu tinha uma visão muito reduzida. Aprendi a ler e a escrever Braille, mas entretantoa apareceu uma menina
cega que necessitava mais do que eu da máquina de Braille. Eu cedi a minha, pois naquele tempo só tinhamos duas na sala. Eu não me
emportei. Fiquei aliviada, pois, na verdade eu sentia vergonha e um sentimento de inferioridade em relação aos meus colegas por ser
ambliope. Era um desconforto andar com a máquina de um lado para o outro. E era uma adolescente muito complexada!
Mas hoje sinto os meus olhos bastante cansados. E eu que adoro ler! Tenho de parar, ou então reaprender o Braillhe!
Estou seriamente a pensar pedir ajuda á ACAPO!
o desuso do braille
Ana RochaOlá, eu aprendi o braille aos 4 anos, nessa altura não gostava pois queria era brincar como os outros mas hoje é o meu orgulho, não dispenso o braille por nada; tudo o que escrevo a computador imprimo em braille. Eu só não participei nesse concurso porque com uns problemas que tive na faculdade deixar passar os prazos mas se ouver para o ano também irei participar. E acho que durante a primária as crianças cegas deviam aprender mais o braille do que as novas tecnologias. Parabéns Luis Braille a quem eu agradeço o seu evento
A importância da linha braille nos dias atuais!
Faz mais de 5 anos que estou trabalhando no desenvolvimento de uma linha braille que seja acessível e financeiramente e ao mesmo tempo de última geração tecnológica.
Estou na fase final do protótipo e tenho a dizer que durante todo esse tempo, descobri que as pessoas, empresas e mesmo o governo não tem o menor interesse real e prático para facilitar ou mesmo apoiar projetos de interesse dos invisuais.
Aqui no Brasil, fui visitar a Fundação Dorina Nowill sem marcar horário para conhecer a realidade do atendimento e tentar ver a linha braille que fiquei sabendo existir ali. Fiquei extremamente decepcionado pelo despreparo e péssimo tratamento que recebi.
Entrei em contato com a Sociedade Bíblica do Brasil que tem uma gráfica braille e imprime a Bíblia em 38 volumes, com peso aproximado de 40 kg. O projeto foi encaminhado para avaliação em 3 oportunidades diferentes e a resposta foi que não houve receptividade, ou seja, não tiveram interesse.
Só esses dois exemplos bastam para ver como produzir livros em papel é lucrativo.
Portanto, sem muitas equações matemáticas podemos demonstrar de imediato que, nunca será possível ter a mesma quantidade de livros de uma biblioteca normal numa biblioteca de mesmo porte com livros braille impressos em papel, pois, o volume necessário seria aproximadamente 40 vezes mais.
É aqui que está a vantagem da linha braille e é por isso que tenho dedicado boa parte do meu tempo no desenvolvimento desse projeto, visto que, numa única linha braille poderemos ter acesso aos textos de uma infinidade de livros.
Imaginem ter nas mãos todo o conteúdo de um curso de direito, filosofia ou outro curso universitário, é esse o objetivo que tenho com esse projeto de linha braille.
O preço final estimado para o nosso projeto inicial que será uma biblioteca braille será de 400 dólares, podendo ser reduzido conforme a demanda do equipamento.
Se puderem gastar algum tempo comentando o assundo ficarei muito grato.
Em Cristo,
Milton Vilela