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Lua Azul - blog de lua azul

Viajando pelo mundo dos livros... "O Livro do Destino" de Brad Meltzer - capítulo 8

por lua azul

Mais um daqueles capítulozinhos que não acrescentam praticamente nada a esta história e apenas vem falar na chegada de O'Shea (amigo do nosso narrador que vai tentar ajudá-lo a descobrir se de facto Boile está vivo) ao aeroporto de Miami. A partir daqui é que talvez a história comece a conhecer mais algumas evoluções, mas por enquanto é só mesmo isto que decidi deixar-vos pelo menos por hoje.

8

Miami, Flórida

O'Shea trazia consigo dois passaportes. Ambos legais.
Ambos com o mesmo nome e endereço. Um era azul, como o de qualquer
outro cidadão americano. O outro era vermelho... e muito mais poderoso.
Apenas para diplomatas.
Apalpando as letras esculpidas nos passaportes, no bolso do peito, ele podia
dizer que o vermelho estava na frente. Com um movimento rápido do punho
podia facilmente puxá-lo para fora. E, assim que os agentes do aeroporto o
vissem, ele não ficaria mais na fila da alfândega que dava voltas pelos
corredores dos fundos do Aeroporto Internacional de Miami. Depois de nove
horas e meia de voo, vindo de Paris, ele iria direto para a saída. Com um
movimento de seu punho, desapareceria do aeroporto.
Certamente ele também deixaria uma trilha de registro de dados, aqueles que
seguiam o rastro dos passaportes vermelhos por toda parte. E, como o treino no
FBI lhe ensinara, todas as trilhas, no fim, eram seguidas. Ainda assim, na maioria
dos casos, a trilha seria controlável. Mas nessa — entre Boyle e Os Três... e tudo
que fizeram — nada valia o risco. Não com tanta coisa em jogo.
"O seguinte!", chamou um funcionário latino da alfândega, acenando para
O'Shea da pequena cabine à prova de balas.
O'Shea ajustou o boné de beisebol U.S. Open que usava para se misturar com
as pessoas. Seu cabelo loiro cor de areia ainda aparecia, enrolando-se nas bordas.
"Como estão as coisas?", perguntou, sabendo que a conversa fiada impediria o
funcionário de fazer um contato visual.
"Bem", respondeu o funcionário, com a cabeça abaixada.
Tirando o passaporte azul, O'Shea entregou-o ao funcionário.
Sem motivo algum, o funcionário olhou-o. O'Shea tinha um sorriso esperando
por ele, apenas para manter as coisas tranquilas. Como de praxe, o funcionário
imediatamente sorriu de volta. "Voltando do trabalho?" perguntou ele.
"Para sorte minha, não. Férias."
Com um aceno para si mesmo, o funcionário examinou o passaporte de
O'Shea. Até o inclinou levemente para estudar os novos hologramas que haviam
sido acrescentados recentemente para evitar falsificações.
O'Shea reajustou o boné U.S. Open. Se ele tivesse puxado o passaporte

vermelho não estaria esperando ali.
"Tenha um bom dia", disse o funcionário, carimbando o passaporte de O'Shea
e estendendo-o para ele. "E bem-vindo de volta."
"Obrigado", replicou O'Shea, colocando o passaporte no bolso do peito. Perto
da sua insígnia do FBI e da carteira de identidade.
Depois de um minuto, O'Shea pegou sua bagagem na esteira giratória e
dirigiu-se para a porta onde se lia Nada a Declarar. Saída. Quando seus pés
tocaram no tapete sensor, as duas grandes portas de vidro fosco se abriram,
revelando uma multidão de parentes e amigos pressionados contra as barreiras
de metal, esperando pelas pessoas queridas apesar do horário matinal. Duas
menininhas pularam, depois perderam o interesse quando viram que O'Shea não
era seu pai. Ele nem percebeu. Estava muito ocupado digitando um número de
telefone em seu celular. Ele tocou três vezes antes que seu parceiro atendesse.
"Bem-vindo, bem-vindo", disse Micah, atendendo por fim o telefone. Pelo
leve ruído de fundo, parecia que ele estava num carro.
"Diga-me que você está em Palm Beach", replicou O'Shea.
"Cheguei na noite passada. É bonito por aqui. Luxuoso. Sabe que eles têm
pequenas fontes de água nos passeios apenas para cachorrinhos mimados?"
"E Wes?"
"Três carros à minha frente", disse Micah, enquanto o ruído continuava. "Ele
e seu colega de quarto acabaram de cruzar a ponte faz um minuto."
"Suponho que ele ainda não percebeu sua presença." "Você disse para
esperar."
"Exatamente", replicou O'Shea, parando do lado de fora do aeroporto e
notando o seu nome em um cartaz escrito à mão. O motorista particular acenou
um olá e tentou pegar a pequena maleta preta de O'Shea. O'Shea fez um sinal
para que ele se afastasse e dirigiu-se para o carro, sem tirar o telefone do ouvido.
"Ele está deixando o amigo bem agora", acrescentou Micah.
"Parece que Wes está se dirigindo ao trabalho."
"Fique com ele", replicou O'Shea. "Estarei aí logo que for possível."