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Áudio-descrição: Opinião, Crítica e Comentários - blog de Francisco Lima

Oficina – “Introdução à áudio-descrição para a dança”

por Francisco Lima

II Encontro Nacional de Áudio-descrição em Estudo
Oficina – “Introdução à áudio-descrição para a dança”
Profa. Msc. Ana Clara Santos Oliveira (UFAL)

Prezados,
Com o objetivo de difundir a áudio-descrição, formar áudio-descritores e consultores em áudio-descrição, construir uma rede de usuários e profissionais da áudio-descrição, bem como conscientizar/informar operadores do direito, da cultura, da educação, da comunicação, do entretenimento e outros a respeito da obrigatoriedade legal de se prover a áudio-descrição às pessoas com deficiência, o II Encontro Nacional de Áudio-descrição em Estudo (ENADES 2016, www.enades.com.br) traz entre os dias 02 a 07 de maio próximo, uma programação rica profissional, científica e cultural no campo da inclusão, no sentido geral, e da áudio-descrição, em particular.
Confira a programação completa em http://www.associadosdainclusao.com.br/enades2016/programacao-enades e conheça abaixo mais um campo em que a áudio-descrição pode e deve ser oferecida como direito de acessibilidade comunicacional, cultural, educacional e de lazer às pessoas com deficiência visual.

OFICINA:
Ana Clara Santos Oliveira anaclaradanca@gmail.com
ana.oliveira@ichca.ufal.br

Introdução à áudio-descrição para a dança (duração: 4h –
Quarta-feira, 04 de maio, das 14 às 18, Of. 05:
teórico-prático).
Ministrante: Profa. Msc. Ana Clara Santos Oliveira
A dança é uma das expressões artísticas mais antigas da humanidade, sendo suas manifestações a comunicação do corpo. Das danças compreendidas como primitivas até o que se denomina como “dança contemporânea”, a arte dança sempre foi um raciocínio criativo, uma forma do corpo organizar as informações e um sistema complexo que apresenta inúmeras conexões num estado processual, ou seja, a dança é o próprio pensamento do corpo como expressa a pesquisadora em dança Helena Katz (2005).
Contudo, ao longo da sua história, a pessoa com deficiência visual esteve excluída das produções artísticas enquanto dançarino e, principalmente, como um espectador – um fruidor que percebe a obra de dança através do empoderamento. Do Modelo Médico da deficiência para o Modelo Social da deficiência, ainda é frequente as perguntas: “pessoas com deficiência visual podem apreciar espetáculos de dança?”; “como é possível sendo cego?”; “o que uma apreciação de dança pode mudar no cotidiano delas?”; “para que falar das cores de um figurino, se um espectador com deficiência visual não compreende”?
Questionamentos como estes na dança, carregados da falta de conhecimento e preconceito em relação às potencialidades da pessoa com deficiência visual e suas singularidades, se dissolvem inteiramente quando pensamos a dança não somente como linguagem/pensamento do corpo, mas também enquanto questão de direito ratificada nos documentos da Constituição Federal de 1988, na Declaração de Salamanca, entre outros documentos que representam a luta pelo direito de pertencer/participar, conforme defende na dissertação a pesquisadora em dança Ana Cecília Soares (2014).
Por meio de orientações específicas do recurso de acessibilidade denominado “Áudio-descrição” para a dança, esta oficina é voltada para o processo de inclusão com ênfase na experimentação do recurso através de poéticas de diferentes espetáculos de dança (cenas) que potencializem noções deste tipo de Tradução Intersemiótica.
Sob esta ótica, a oficina tem como o objetivo introduzir à áudio-descrição para a dança através do Sistema Laban, sendo apresentados ao final dela Parâmetros específicos para a arte dança. Por se tratar de um Sistema bastante complexo e com aprofundamentos que possibilitaram a discípula Irmgard Bartenieff acrescentar Categorias seguidas de outras nomenclaturas, o olhar será direcionado para os conhecimentos da Eucinética e Corêutica os quais oferecerão nesta introdução, contribuições significativas para os interessados no aprendizado da áudio-descrição da dança, assim como, excelente oportunidade para os profissionais que buscam maior aprofundamento nas traduções e trabalhos de consultoria.
Conteúdos a serem trabalhados na oficina:
Aspectos introdutórios da áudio-descrição para a dança através do Sistema Laban:
- Conceitos básicos do Sistema Laban – Eucinética e Corêutica;
- Aplicação dos conceitos básicos em diferentes espetáculos de dança (cenas) com demonstrações da ministrante;
- Trabalho individual de áudio-descrição de uma cena de dança;
- Orientações coletivas.

REFERÊNCIAS
LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. São Paulo: Summus, 1978.
RENGEL, Laban. Dicionário Laban. São Paulo: Annablume, 2003.
KATZ, Helena. 1, 2, 3. a dança é o pensamento do corpo. Belo Horizonte: Fórum Internacional de Dança fid editorial, 2005.
SOARES, Ana Cecília Vieira. Nem belo, nem feio: Grotox. Pelo direito de dançar a diferença (Dissertação de Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Dança, Universidade Federal da Bahia, 2014.